sexta-feira, 27 de julho de 2012

Empresários de Moncorvo preocupados com o futuro

Os empresários de Torre de Moncorvo querem saber qual vai ser o futuro do concelho, numa altura em que o projecto do parque eólico caiu por terra e a reactivação das minas de ferro segue o mesmo caminho.
As preocupações saíram ontem do debate “Minas de Ferro: Oportunidade Perdida ou adiada”, onde os empresários falaram das expectativas criadas à volta da exploração de minério no concelho.
O presidente da Associação dos Comerciantes e Industriais de Moncorvo, Dinis Cordeiro, dá conta de um clima de desilusão, já que os empresários locais pensavam que a energia eólica e exploração das minas seriam a tábua de salvação do concelho. “Moncorvo ficou prejudicado. As eólicas saíram por causa do ferro.
Nós tínhamos dois projectos com o apoio das eólicas. Um para fazer um centro de formação e outro para fazer um multiusos em cooperação com a Câmara.
Nem um nem outro não foram para a frente”, lamenta o dirigente.Joaquim Morais, professor e empresário de Torre de Moncorvo, sente que o concelho perdeu uma grande oportunidade. “Quando a esmola é grande o povo desconfia. Muitos projectos que estavam na forja para avançar nos próximos anos, estão fora de questão porque as minas não vão funcionar tão cedo”, queixa-se o empresário.
O presidente da Câmara Municipal recorda que a albufeira criada pela Baixo Sabor vai trazer novas oportunidades para o sector turístico e alerta os comerciantes  para as vantagens competitivas que resultam do IP2 e do IC5.“Nós temos uma vantagem competitiva que os empresários de há 20-30 anos não tinham. Nós temos o IP2 e o IC5. Isto é importante para o investimento turístico e para a agricultura. Nós temos o problema das acessibilidades resolvido.
As minas de ferro em foco durante um debate organizado pela Associação dos Comerciantes e Industriais do Concelho de Moncorvo.


Escrito por Brigantia

1 comentário:

  1. “74 contratos de prospecção e exploração de minas”


    Por Luís Bernardo, mem­bro da TIAC

    O min­istro da Econo­mia e Emprego, Álvaro San­tos Pereira, diz já ter assi­nado “74 con­tratos de prospecção e explo­ração de minas”, no segui­mento da polémica rel­a­tiva às Minas de Ferro de Moncorvo.

    Aten­te­mos no número: 74. E no tipo de enti­dade rep­re­sen­tada pelo min­istro: pública. Por isso, onde estarão os con­tratos para con­sulta pública? Tendo em conta que se trata de um negó­cio poten­cial­mente lucra­tivo, com con­se­quên­cias soci­ais e ambi­en­tais, e espe­cial­mente atre­ito a prob­le­mas de transparên­cia — as ini­cia­ti­vas inter­na­cionais de pro­moção da transparên­cia nas indús­trias extrac­ti­vas têm ganho pro­tag­o­nismo, nos últi­mos anos (a EITI, a Pub­lish What You Pay ou o Kim­ber­ley Process).

    No por­tal BASE.gov.pt, pesquisas com as palavras-chave “mon­corvo”, “prospecção” e “min­er­ação” não per­mitem a recolha de qual­quer infor­mação rel­a­tiva aos 74 con­tratos. Na real­i­dade, o mesmo por­tal devolve zero resul­ta­dos se ten­tar­mos pesquisar por “mina­port”, “euro­colt” ou “pannn”, três ben­efi­ciárias de con­tratos de con­cessão no mesmo sec­tor. Tendo em conta que não existe uma enti­dade reg­u­ladora especí­fica para o sec­tor — o enquadra­mento reg­u­latório é esparso e opaco -, estas questões assumem uma importân­cia cada vez maior, na medida em que se torna aparente uma pri­or­iza­ção do sec­tor extrac­tivo como activo estratégico para a exe­cução finan­ceira do pro­grama definido pelo Mem­o­rando de Entendi­mento. A opaci­dade, estru­tu­rante do sec­tor extrac­tivo global, depende da nossa capaci­dade de exi­gir a pub­li­cação de todos os con­tratos cel­e­bra­dos neste sec­tor. As con­se­quên­cias soci­ais e ambi­en­tais de uma explo­ração

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.