Os empresários de Torre de
Moncorvo querem saber qual vai ser o futuro do concelho, numa altura em que o
projecto do parque eólico caiu por terra e a reactivação das minas de ferro
segue o mesmo caminho.
As preocupações saíram ontem
do debate “Minas de Ferro: Oportunidade Perdida ou adiada”, onde os empresários
falaram das expectativas criadas à volta da exploração de minério no
concelho.
O
presidente da Associação dos Comerciantes e Industriais de Moncorvo, Dinis
Cordeiro, dá conta de um clima de desilusão, já que os empresários locais
pensavam que a energia eólica e exploração das minas seriam a tábua de salvação
do concelho. “Moncorvo ficou prejudicado. As eólicas saíram por causa do ferro.
Nós tínhamos
dois projectos com o apoio das eólicas. Um para fazer um centro de formação e
outro para fazer um multiusos em cooperação com a Câmara.
Nem um nem outro não foram
para a frente”, lamenta o dirigente.Joaquim Morais, professor e empresário de
Torre de Moncorvo, sente que o concelho perdeu uma grande oportunidade. “Quando
a esmola é grande o povo desconfia. Muitos projectos que estavam na forja para
avançar nos próximos anos, estão fora de questão porque as minas não vão
funcionar tão cedo”, queixa-se o empresário.
O presidente da Câmara
Municipal recorda que a albufeira criada pela Baixo Sabor vai trazer novas
oportunidades para o sector turístico e alerta os comerciantes para as
vantagens competitivas que resultam do IP2 e do IC5.“Nós temos uma vantagem
competitiva que os empresários de há 20-30 anos não tinham. Nós temos o IP2 e o
IC5. Isto é importante para o investimento turístico e para a agricultura. Nós
temos o problema das acessibilidades resolvido.
As minas de ferro em foco
durante um debate organizado pela Associação dos Comerciantes e Industriais do
Concelho de Moncorvo.
Escrito por Brigantia
“74 contratos de prospecção e exploração de minas”
ResponderEliminarPor Luís Bernardo, membro da TIAC
O ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, diz já ter assinado “74 contratos de prospecção e exploração de minas”, no seguimento da polémica relativa às Minas de Ferro de Moncorvo.
Atentemos no número: 74. E no tipo de entidade representada pelo ministro: pública. Por isso, onde estarão os contratos para consulta pública? Tendo em conta que se trata de um negócio potencialmente lucrativo, com consequências sociais e ambientais, e especialmente atreito a problemas de transparência — as iniciativas internacionais de promoção da transparência nas indústrias extractivas têm ganho protagonismo, nos últimos anos (a EITI, a Publish What You Pay ou o Kimberley Process).
No portal BASE.gov.pt, pesquisas com as palavras-chave “moncorvo”, “prospecção” e “mineração” não permitem a recolha de qualquer informação relativa aos 74 contratos. Na realidade, o mesmo portal devolve zero resultados se tentarmos pesquisar por “minaport”, “eurocolt” ou “pannn”, três beneficiárias de contratos de concessão no mesmo sector. Tendo em conta que não existe uma entidade reguladora específica para o sector — o enquadramento regulatório é esparso e opaco -, estas questões assumem uma importância cada vez maior, na medida em que se torna aparente uma priorização do sector extractivo como activo estratégico para a execução financeira do programa definido pelo Memorando de Entendimento. A opacidade, estruturante do sector extractivo global, depende da nossa capacidade de exigir a publicação de todos os contratos celebrados neste sector. As consequências sociais e ambientais de uma exploração