quinta-feira, 3 de abril de 2014

MONCORVO - Núcleo Museológico da Casa da Roda

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No período em que decorre o séc. XVIII até início do Séc. XX, no coração do núcleo medieval da Vila de Torre de Moncorvo, junto à Igreja da Misericórdia, existiu a casa da Roda ou dos Expostos que tinha como função combater o fenómeno da Exposição, um grave problema social, extensivo a todas as classes sociais, e que espelhava a infância estigmatizada, vinculada à pobreza, ou aos códigos morais que não admitiam mães solteiras.
A criação das Casas da Roda no país, bem como no concelho de Torre de Moncorvo, veio permitir a assistência, abrigo e acolhimento dos recém-nascidos abandonados ou rejeitados pelos seus progenitores. Era aqui que as mães ou familiares colocavam as crianças durante a noite, rodavam a roda e faziam sinal para avisar a “rodeira”. A rodeira recolhia a criança, fazia o registo mediante os dados possíveis, e depois de alguns cuidados alimentares e de higiene eram colocados nos berços existentes. No dia seguinte, eram vistos por um médico e caso estivessem bem de saúde eram entregues às amas que cuidariam deles.
Em funcionamento até ao início do séc. XX, a Casa da Roda de Torre de Moncorvo, dispõe de umas escadas exteriores em xisto que conduzem a um patamar também exterior e está resguardada por um alpendre típico da arquitetura rural transmontana. Ao lado da porta há uma janela com data de 1785 onde estava instalado o mecanismo giratório ou roda.
A Recuperação do edifício foi realizada em 2002, onde funcionou o Posto de Turismo, até 2013. Atualmente, a Casa da Roda, propriedade da Câmara Municipal, não tem qualquer uso ou função.
Devido à importância da história deste edifício, pretende-se recriar o interior da casa da roda à época, com o intuito de aí implementar um núcleo museológico.
Para tal, necessitamos de alguns utensílios tradicionais utilizados naquela época e como adquiri-los num antiquário acarretaria um custo elevado para o Município, lançamos a presente campanha de sensibilização e angariação junto da população do concelho.
Enumeramos de seguida os objetos antigos que precisamos para implementar o Núcleo Museológico da Casa da Roda:

Utensílios de Cozinha:

 Panelas de ferro (1);
caldeira para aquecer água ao lume, com suporte (1);
trempes (3);
pratos em barro antigo (11);
tenilhas em estopa ou linho (4);
cântaros em barro (3);
malgas (3);
talheres, garfos e colheres em ferro e madeira (12);
terrinas (3);
azeiteira (1);
bancos de madeira (4);
grelha (2);
tenaz (1);
badil ou pá (1).
Utensílios e/ou objetos para o Quarto:
Pote /penico em louça (1);
Colchão para a cama de corpo e meio de palha ou folhelho (1);
Castiçais de velas em lata (3);
Candeeiros de petróleo (1);
Candeias em Lata de Azeite (2);
Lençóis para a cama da Rodeira (2);
Travesseiro em palha ou folhelho (1);
Berçário:

Baú de madeira ou lata (1);
Bonecos – Nenucos (4),
Lençóis de berço/estopa (6);
Cobertor de berço (4);
Bacia de lata (1).
Rodeira:

Manequim feminino (1);
Saia comprida (1);
Saiote (1);
Camisa (1);
Avental (1).
Este núcleo museológico permitirá compreender melhor a época que nos antecedeu, que atravessou séculos e chegou aos nossos dias. A nível local será importante porque permite conhecer a nossa história e preservá-la, bem como, dar a conhecer a memória e identidade da população do concelho.
Com este novo núcleo museológico o Município de Torre de Moncorvo passará a dispor de uma oferta turística mais diversificada, sendo mais um atrativo para os turistas visitarem a região e os Moncorvenses orgulharem-se da terra onde escolheram viver…
Os objetos, deverão ser entregues no Centro de Informação Turística, Rua de Sapateiros, Torre de Moncorvo.
Para qualquer informação poderá contatar:279 252 289
turismo@torredemoncorvo.pt
FONTE: http://www.torredemoncorvo.pt/nucleo-museologico-da-casa-da-roda

3 comentários:

  1. Além de ser uma boa ideia que terá concretização, quanto à recolha da maioria dos objectos referido, penso que os organizadores deverão começar a pensar no suporte em que refiram a proveniência e nome ( dos doadores).. etc....a não ser que a autarquia esteja a pensar em não " tributar", excepcionalmente, no âmbito das suas competências algumas taxas pelo esforço, dedicação ou despesas com que os colaboradores entreguem alguns desses bens..A.Salgado

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  2. Louvo a iniciativa pelo importante significado histórico de que se reveste e pelo enriquecimento cultural de Moncorvo que aporta. Sublinho o esforço para a sua concretização e o empenho daqueles que estão a colaborar.
    Parabéns.

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