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No período em que decorre o séc. XVIII até início do Séc.
XX, no coração do núcleo medieval da Vila de Torre de Moncorvo, junto à Igreja
da Misericórdia, existiu a casa da Roda ou dos Expostos que tinha como função
combater o fenómeno da Exposição, um grave problema social, extensivo a todas
as classes sociais, e que espelhava a infância estigmatizada, vinculada à
pobreza, ou aos códigos morais que não admitiam mães solteiras.
A criação das Casas da Roda no país, bem como no concelho de
Torre de Moncorvo, veio permitir a assistência, abrigo e acolhimento dos
recém-nascidos abandonados ou rejeitados pelos seus progenitores. Era aqui que
as mães ou familiares colocavam as crianças durante a noite, rodavam a roda e
faziam sinal para avisar a “rodeira”. A rodeira recolhia a criança, fazia o
registo mediante os dados possíveis, e depois de alguns cuidados alimentares e
de higiene eram colocados nos berços existentes. No dia seguinte, eram vistos
por um médico e caso estivessem bem de saúde eram entregues às amas que
cuidariam deles.
Em funcionamento até ao início do séc. XX, a Casa da Roda de
Torre de Moncorvo, dispõe de umas escadas exteriores em xisto que conduzem a um
patamar também exterior e está resguardada por um alpendre típico da
arquitetura rural transmontana. Ao lado da porta há uma janela com data de 1785
onde estava instalado o mecanismo giratório ou roda.
A Recuperação do edifício foi realizada em 2002, onde funcionou
o Posto de Turismo, até 2013. Atualmente, a Casa da Roda, propriedade da Câmara
Municipal, não tem qualquer uso ou função.
Devido à importância da história deste edifício, pretende-se
recriar o interior da casa da roda à época, com o intuito de aí implementar um
núcleo museológico.
Para tal, necessitamos de alguns utensílios tradicionais
utilizados naquela época e como adquiri-los num antiquário acarretaria um custo
elevado para o Município, lançamos a presente campanha de sensibilização e
angariação junto da população do concelho.
Enumeramos de seguida os objetos antigos que precisamos para
implementar o Núcleo Museológico da Casa da Roda:
Utensílios de Cozinha:
Panelas de ferro (1);
caldeira para aquecer água ao lume, com suporte (1);
trempes (3);
pratos em barro antigo (11);
tenilhas em estopa ou linho (4);
cântaros em barro (3);
malgas (3);
talheres, garfos e colheres em ferro e madeira (12);
terrinas (3);
azeiteira (1);
bancos de madeira (4);
grelha (2);
tenaz (1);
badil ou pá (1).
Utensílios e/ou objetos para o Quarto:
Pote /penico em louça (1);
Colchão para a cama de corpo e meio de palha ou folhelho
(1);
Castiçais de velas em lata (3);
Candeeiros de petróleo (1);
Candeias em Lata de Azeite (2);
Lençóis para a cama da Rodeira (2);
Travesseiro em palha ou folhelho (1);
Berçário:
Baú de madeira ou lata (1);
Bonecos – Nenucos (4),
Lençóis de berço/estopa (6);
Cobertor de berço (4);
Bacia de lata (1).
Rodeira:
Manequim feminino (1);
Saia comprida (1);
Saiote (1);
Camisa (1);
Avental (1).
Este núcleo museológico permitirá compreender melhor a época
que nos antecedeu, que atravessou séculos e chegou aos nossos dias. A nível
local será importante porque permite conhecer a nossa história e preservá-la,
bem como, dar a conhecer a memória e identidade da população do concelho.
Com este novo núcleo museológico o Município de Torre de
Moncorvo passará a dispor de uma oferta turística mais diversificada, sendo
mais um atrativo para os turistas visitarem a região e os Moncorvenses
orgulharem-se da terra onde escolheram viver…
Os objetos, deverão ser entregues no Centro de Informação
Turística, Rua de Sapateiros, Torre de Moncorvo.
Para qualquer informação poderá contatar:279 252 289
turismo@torredemoncorvo.pt
Uma grande ideia !
ResponderEliminarJúlia Ribeiro
Além de ser uma boa ideia que terá concretização, quanto à recolha da maioria dos objectos referido, penso que os organizadores deverão começar a pensar no suporte em que refiram a proveniência e nome ( dos doadores).. etc....a não ser que a autarquia esteja a pensar em não " tributar", excepcionalmente, no âmbito das suas competências algumas taxas pelo esforço, dedicação ou despesas com que os colaboradores entreguem alguns desses bens..A.Salgado
ResponderEliminarLouvo a iniciativa pelo importante significado histórico de que se reveste e pelo enriquecimento cultural de Moncorvo que aporta. Sublinho o esforço para a sua concretização e o empenho daqueles que estão a colaborar.
ResponderEliminarParabéns.