A MTI, empresa detentora da concessão da exploração
experimental do ferro de Moncorvo, e a ETE - Empresa de Tráfego e Estiva,
estabeleceram uma parceria para o transporte do minério até ao Porto de Leixões
quando a operação se tornar viável, o que está previsto para 2016.
No âmbito dessa parceria, o grupo agora liderado por Luís
Figueiredo estudou as diferentes possibilidades de escoamento do ferro e aponta
a via fluvial, através do Douro, como a “mais eficiente em termos de custos de
redução de emissões poluentes”. Contactadas pelo PÚBLICO, a ETE e a MTI
esclareceram que a parceria abrange apenas questões do transporte e logística,
não incluindo a participação na exploração do minério.
A questão do transporte do minério é fulcral para a
rentabilização da exploração das minas, localizadas no nordeste transmontano, a
200 quilómetros dos portos de Aveiro e de Leixões. A componente logística é
ainda relevante em termos de impacto ambiental, uma “ batalha” que a MTI terá
de vencer nos próximos meses.
Carlos Guerra, administrado da MTI, admitiu ao PÚBLICO que a
empresa “tem em curso negociações com potenciais parceiros para a exploração
mineira e para a beneficiação”, mas não adianta mais informações sobre esta
matéria, por estarem sujeitas “a acordos de confidencialidade”.
Neste momento, a MTI
tem um acordo com a ArcelorMittal, o maior fabricante de aço do mundo,
para a realização de testes mineralúrgicos e ensaios metalúrgicos. Carlos
Guerra não adianta mais informações sobre o acordo firmado com a multinacional,
referindo apenas que os resultados dos testes já realizados têm ficado “acima
das expectativas”.
Recorde-se que a exploração de ferro em Moncorvo chegou a
estar no “radar” de outra multinacional, a Rio Tinto, que acabou por abandonar
o projecto no ano passado.
A obtenção da declaração de impacto ambiental favorável ou
favorável condicionada é o primeiro desafio que a MIT tem de vencer. Carlos
Guerra, que é responsável pela área de acompanhamento do desenvolvimento do
projecto e pela área de ambiente, adianta que, “depois de três anos de
amostragens e estudos, a análise de impacto ambiental já está concluída e será
entregue ainda este mês à entidade licenciadora, a DGEG- Direcção-geral de
Energia e Geologia.
Barcaças movidas a gás natural
A solução de transporte proposta pela ETE, grupo com
actividade na operação portuária, transporte marítmo e reparação e construção
naval, privilegia a via fluvial, com utilização de barcaças com características
especiais. Esta solução é, face à rodovia e ferrovia, a que permite maior
capacidade de escoamento de minério até ao porto de Leixões, onde será
carregado em navios graneleiros.
O projecto de construção de um mineroduto, cujo investimento
estimado seria de 200 milhões de euros, fica afastado numa primeira fase, podendo
ser reequacionado numa fase de velocidade cruzeiro do projecto.
A ETE não adianta o investimento estimado para a aquisição
das barcaças duplas, que respondem às características técnicas de
navegabilidade fluvial e marítima, entre a Foz do Douro e o Porto de Leixões.
Em resposta a questões colocadas pelo PÚBLICO, o grupo de Luís Figueiredo
adianta que “os estudos realizados apontam inequivocamente para que a
utilização da Via Navegável do Douro seja sempre a opção mais eficiente e, em
simultâneo, a que melhor contribuirá para o desenvolvimento regional,
permitindo o reforço da sua utilização pelas indústrias situadas nas suas
margens, bem como o desenvolvimento de indústrias acessórias da navegação
(manutenção, serviços de apoio, etc.)”. Tendo em conta a sensibilidade
ambiental do projecto, as barcaças utilizarão gás natural (LNG) como
combustível.
Dentro da preocupação ambiental e da rentabilização da
quantidade de inertes produzidos, ainda com importante quantidade de ferro, a
MTI pretende que esse material possa ser utilizado para protecção da costa
marítima, à semelhança do que já aconteceu no porto de Sines e na barra do
Douro.
Fonte: http://www.publico.pt/economia/noticia/mti-e-grupo-ete-fazem-parceria-para-assegurar-transporte-de-ferro-de-moncorvo-para-leixoes-1631060
Desde menina e moça que ouço e leio sugestões , as mais variadas, para a exploração e escoamento do minério de ferro das minas de Moncorvo. Tudo tem falhado, por nem sequer ter principiado.
ResponderEliminarOxalá que desta vez seja mesmo verdade.
Júlia Ribeiro