Investigadores da Universidade de Vila Real estão a
desenvolver uma tecnologia que permite aos visitantes "viajar ao passado"
dos sítios arqueológicos, através de óculos ou de 'tablets', e verem
reconstruções virtuais de como eram originalmente esses locais.
TECH Aplicação permite viajar ao passado dos sítios
arqueológicos Lusa
13:14 - 08 de Abril de 2014 | Por Lusa
A ideia é que os visitantes possam ter a sensação de estarem
numa cidade romana ou num castelo medieval enquanto se passeiam nas suas
ruínas, ou seja, que possam visualizar virtualmente a estrutura original do
sítio arqueológico.
"O objetivo do Mix.AR é desenvolver um sistema de Realidade
Mista (RM) que permite visualizar, no local, reconstruções virtuais de sítios
arqueológicos, na sua estrutura original, fornecendo, assim, uma perceção mais
real e contextualizada dos locais em questão", afirmou hoje Luís
Magalhães, investigador da Escola de Ciência e Tecnologia (ECT).
O Mix.Ar - Sistema de Realidade Mista Adaptativa para Sítios
Arqueológicos - está a ser desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD), em parceria com a empresa de marketing digital GEMA, e conta
um financiamento de cerca de 300 mil euros da Agência de Inovação, através de
fundos comunitários.
O docente referiu que o aspeto inovador deste projeto está
na mistura "entre a abordagem da realidade aumentada e a virtualidade
aumentada". A realidade aumentada permite a visualização de um cenário
real que é complementado por imagens gerados por computador, enquanto a
virtualidade aumentada insere objetos do mundo real em ambientes virtuais.
Luís Magalhães explicou que "o sistema completo é
constituído por uma solução de 'hardware' e 'software' para a produção de
ambientes de RM mais imersivos e com contextualização histórica, reunidos num
único produto, de fácil utilização".
O docente referiu que "na maioria dos sítios
arqueológicos, muitas das estruturas originais se encontram bastante degradadas
ou foram totalmente destruídas, o que não permite que sejam apreciadas no seu
esplendor original".
O MixAR, na sua opinião, vem colmatar esta desvantagem.
O responsável explicou que o projeto está em fase de
arranque e que deverão ser produzidas duas soluções para a visita aos locais,
uma das quais recorrerá à utilização de uns óculos de realidade aumentada, com
uma câmara incorporada que permite ir filmando o ambiente real.
"O visitante usa esses óculos e leva também consigo um
aparelho que irá fazer um processamento das imagens que estão a ser adquiridas,
que comunica com um servidor e depois vai fornecer as imagens virtuais, as
quais são depois misturadas e visualizadas pelo visitante. Ele tem a sensação
de estar a ver o mundo real em conjunto com os objetos virtuais",
salientou.
Uma segunda solução passa pelo recurso aos 'tablets', que
poderão ser usados como "uma janela para o passado".
"O visitante aponta a câmara do 'tablet' para um local
onde estaria um edifício e consegue ver sobrepor-se sobre as ruínas o modelo
virtual desse edifício. E ele consegue, dessa forma, ir passeando também no
sítio arqueológico e ir visualizando quer os exteriores do edifício, quer os
interiores", acrescentou.
Luís Magalhães prevê que o protótipo deste projeto possa
estar pronto dentro de um ano.
Na fase piloto, a experimentação da tecnologia poderá ser
feita nos museus Monográfico de Conímbriga ou no da Vila Velha (Vila Real), com
os quais já existem alguns contactos.
FONTE:http://www.noticiasaominuto.com/tech/200614/aplicacao-permite-viajar-ao-passado-dos-sitios-arqueologicos
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