Podence A antiga freguesia de Nossa Senhora da Purificação pertencia ao concelho de Bragança em 1832, ao concelho de Izeda e comarca de Chacim em 1852 e, desde 1878, ao concelho de Macedo de Cavaleiros. A Igreja Matriz de Podence, consagrada a Nossa Senhora da Purificação, reconstruída em 1703, é das mais importantes do concelho, com talha e retábulos pintados muito importantes, bem como um túmulo armoriado, no chão. De salientar ainda a capela de Santa Eufémia, situada no recinto do santuário, e a capela de Santa Rita. A freguesia tem como anexa a localidade de Azibeiro, cujo património religioso se resume à capela da Senhora da Penha onde há uma importante pintura de Bustamante e uma ponte do tempo do Fontismo. A sua singular tradição etnográfica, ligada à figura do Careto, é o ex-libris da freguesia, que poderá ser apreciado por alturas dos festejos carnavalescos na povoação e na Casa do Careto. Há duas unidades de Turismo Rural nesta aldeia, a Quinta da Moagem João do Padre e a Quinta do Azibo. Também nesta freguesia se situa a Praia da Ribeira e o espaço que irá ser o futuro Campo de Golfe de Macedo de Cavaleiros, no Azibo.
Hino Podence, Podence, Podence!.... Tens tradição antiga ó minha terra natal Podence, Podence, Podence… Tu já eras aldeia quando nasceu Portugal.
Tu és uma rainha Podence Coroada ao norte por um souto sem rival E um manto florido Podence De vinhas e hortas verdinhas
Batatas e cereal. Uns pés de rosmaninho Mimosa e lilás E flores de magia
Craveiros nas varandas Podence A enfeitar nossas casas com perfumes de alegria. Aldeia do nordeste Podence!.... Presuntos e salpicões São manjares divinais E vinho de gritos Podence P´ra beber, ficar contente e no final pedir mais.
Morangos feiticeiros Podence
Nos teus morangais lábios doces vermelhinhos
Podence, Podence, Podence.
Na tua Primavera, chilrear de passarinhos.
No teu Outono tens Podence!...
Souto de castanheiros cor de ouro amarelinhos
Castanhas graúdas Podence…
P´ra fazer magustos
Regados com bons copinhos.
Tens Braga e tens Coimbra, Podence
E um Porto sempre aberto
Aos planos industriais
Teus bairros te embelezam Podence
Com airosas vivendas
Modernas e funcionais
Perdeste algumas terras Podence
Ganhaste belas vias a ligar-te às capitais
E um belo futuro Podence
De uma fábrica a enlatar
Os teus doces morangais
Castelo tiveste Podence
No alto colocado logo ao cimo da igreja
Tu foste praça forte Podence
Em tempos recuados de mourama
E de peleja.
Capela tiveste Podence
A abençoar teus lares
No centro da povoação
E cruz no cruzeiro Podence
A provar que sempre foste
Povo fiel e cristão.
Podence, Podence, Podence…
Meu doce torrão natal
Torrão natal.
Letra: José Amantino Ferreira
Música: Popular
Estatísticas
N.º Habitantes: 357 Eleitores: 380 Área: 1433 ha
Associações
Associação Grupo de Caretos de Podence Associação de Melhoramentos de Podence
Festas e Romarias
Carnaval Corpo de Deus Santa Eufémia - 3.º domingo de Agosto
Carnaval: Caretos espantam a crise com "Entrudo Chocalheiro" no Nordeste Transmontano
O “Entrudo Chocalheiro” dos Caretos de Podence promete um fim-de-semana prolongado e lotado no Nordeste Trasmontano, com turistas e emigrantes a regressarem à tradição para assistir ao “Carnaval mais ancestral de Portugal”.
Os ruidosos e coloridos mascarados oferecem quatro dias de folia, entre sábado e terça-feira, e nem a crise parece esmorecer a festa, segundo as previsões do presidente da Associação dos Caretos de Podence.
António Carneiro garantiu à lusa que “as unidades hoteleiras e de turismo rural de Macedo de Cavaleiros estão praticamente lotadas, com valores acima dos 90 por cento”.
O que nota de diferente em relação ao ano passado é que haverá “pessoas que, em vez de ficarem, optam por vir apenas um dia, no domingo ou terça-feira de Carnaval”.
Chegam de diferentes pontos do país e da vizinha Espanha para assistir a um Carnaval “diferente, único”.
António Carneiro confessou que ainda “há uns anos era impensável” esta tradição transformar-se num atrativo turístico, mas hoje em dia não só alcançou esse estatuto como está a gerar outro fenómeno local.
Os emigrantes que por tradição visitam a terra por altura do verão ou do natal passaram a vir no Carnaval e, no próximo fim-de-semana, António Carneiro espera “mais de 100 que vêm de França para ver os Caretos e alguns para se mascararem também”.
“É algo inédito”, diz o responsável pela associação que tem ajudado a revitalizar uma tradição que há 25 anos estava praticamente perdida.
A emigração e guerra colonial levaram os jovens da aldeia, mas hoje em dia não faltam interessados em encarnar os Caretos, apesar de do despovoamento continuar a assolar esta e outras aldeias do interior.
Nos próximos quatro dias de “Entrudo Chocalheiro” serão perto de cinquenta pelas ruas de Podence, escondidos atrás das máscaras e dos farfalhudos fatos, com ruidosos cintos de chocalhos e um pau de madeira que os ampara nas tropelias.
Gostam, sobretudo de chocalhar as mulheres, mas nada nem ninguém escapa a estes seres “desordeiros”.
“É um Carnaval diferente, português, com figuras da nossa aterra que são autênticas, não há samba, é algo de espontâneo que ao longo dos tempos tem conseguido perdurar e chegamos aos dias de hoje com estas figuras que são um atrativo”, defendeu António Carneiro.
O “Entrudo Chocalheiro” proporciona um leque variado de atividades, desde passeios a exposições, e também a oportunidade, a quem visita a aldeia, de “vestir a pele” do Careto.
A Associação dedica um dia aos visitantes, segunda feira, em que disponibiliza trajes para experiência.
Um traje completo custa entre “800 a 900” euros e é a associação que veste também os jovens que não podem suportar este custo e que, durante todo o ano, fazem parte do grupo de “15 a 20” que leva pelo país e ao estrangeiro esta tradição.
É um “trabalho voluntário, de carolice”, como referiu António Carneiro, mas que recompensa também os jovens Caretos com as viagens, sem qualquer custo, pelo mundo.
Já participaram inclusive noutros carnavais, nomeadamente no de Nice, em França.
A Casa do Careto veio dar mais visibilidade a esta tradição desde que, há sete anos, abriu as portas, em Podence, para mostrar durante todo o ano a história destas típicas figuras.
Podence
ResponderEliminarA antiga freguesia de Nossa Senhora da Purificação pertencia ao concelho de Bragança em 1832, ao concelho de Izeda e comarca de Chacim em 1852 e, desde 1878, ao concelho de Macedo de Cavaleiros.
A Igreja Matriz de Podence, consagrada a Nossa Senhora da Purificação, reconstruída em 1703, é das mais importantes do concelho, com talha e retábulos pintados muito importantes, bem como um túmulo armoriado, no chão. De salientar ainda a capela de Santa Eufémia, situada no recinto do santuário, e a capela de Santa Rita.
A freguesia tem como anexa a localidade de Azibeiro, cujo património religioso se resume à capela da Senhora da Penha onde há uma importante pintura de Bustamante e uma ponte do tempo do Fontismo.
A sua singular tradição etnográfica, ligada à figura do Careto, é o ex-libris da freguesia, que poderá ser apreciado por alturas dos festejos carnavalescos na povoação e na Casa do Careto.
Há duas unidades de Turismo Rural nesta aldeia, a Quinta da Moagem João do Padre e a Quinta do Azibo. Também nesta freguesia se situa a Praia da Ribeira e o espaço que irá ser o futuro Campo de Golfe de Macedo de Cavaleiros, no Azibo.
Hino
Podence, Podence, Podence!....
Tens tradição antiga ó minha terra natal
Podence, Podence, Podence…
Tu já eras aldeia quando nasceu Portugal.
Tu és uma rainha Podence
Coroada ao norte por um souto sem rival
E um manto florido Podence
De vinhas e hortas verdinhas
Batatas e cereal.
Uns pés de rosmaninho
Mimosa e lilás
E flores de magia
Craveiros nas varandas Podence
A enfeitar nossas casas com perfumes de alegria.
Aldeia do nordeste Podence!....
Presuntos e salpicões
São manjares divinais
E vinho de gritos Podence
P´ra beber, ficar contente e no final pedir mais.
Morangos feiticeiros Podence
Nos teus morangais lábios doces vermelhinhos
Podence, Podence, Podence.
Na tua Primavera, chilrear de passarinhos.
No teu Outono tens Podence!...
Souto de castanheiros cor de ouro amarelinhos
Castanhas graúdas Podence…
P´ra fazer magustos
Regados com bons copinhos.
Tens Braga e tens Coimbra, Podence
E um Porto sempre aberto
Aos planos industriais
Teus bairros te embelezam Podence
Com airosas vivendas
Modernas e funcionais
Perdeste algumas terras Podence
Ganhaste belas vias a ligar-te às capitais
E um belo futuro Podence
De uma fábrica a enlatar
Os teus doces morangais
Castelo tiveste Podence
No alto colocado logo ao cimo da igreja
Tu foste praça forte Podence
Em tempos recuados de mourama
E de peleja.
Capela tiveste Podence
A abençoar teus lares
No centro da povoação
E cruz no cruzeiro Podence
A provar que sempre foste
Povo fiel e cristão.
Podence, Podence, Podence…
Meu doce torrão natal
Torrão natal.
Letra: José Amantino Ferreira
Música: Popular
Estatísticas
N.º Habitantes: 357
Eleitores: 380
Área: 1433 ha
Associações
Associação Grupo de Caretos de Podence
Associação de Melhoramentos de Podence
Festas e Romarias
Carnaval
Corpo de Deus
Santa Eufémia - 3.º domingo de Agosto
Carnaval: Caretos espantam a crise com "Entrudo Chocalheiro" no Nordeste Transmontano
ResponderEliminarO “Entrudo Chocalheiro” dos Caretos de Podence promete um fim-de-semana prolongado e lotado no Nordeste Trasmontano, com turistas e emigrantes a regressarem à tradição para assistir ao “Carnaval mais ancestral de Portugal”.
Os ruidosos e coloridos mascarados oferecem quatro dias de folia, entre sábado e terça-feira, e nem a crise parece esmorecer a festa, segundo as previsões do presidente da Associação dos Caretos de Podence.
António Carneiro garantiu à lusa que “as unidades hoteleiras e de turismo rural de Macedo de Cavaleiros estão praticamente lotadas, com valores acima dos 90 por cento”.
O que nota de diferente em relação ao ano passado é que haverá “pessoas que, em vez de ficarem, optam por vir apenas um dia, no domingo ou terça-feira de Carnaval”.
Chegam de diferentes pontos do país e da vizinha Espanha para assistir a um Carnaval “diferente, único”.
António Carneiro confessou que ainda “há uns anos era impensável” esta tradição transformar-se num atrativo turístico, mas hoje em dia não só alcançou esse estatuto como está a gerar outro fenómeno local.
Os emigrantes que por tradição visitam a terra por altura do verão ou do natal passaram a vir no Carnaval e, no próximo fim-de-semana, António Carneiro espera “mais de 100 que vêm de França para ver os Caretos e alguns para se mascararem também”.
“É algo inédito”, diz o responsável pela associação que tem ajudado a revitalizar uma tradição que há 25 anos estava praticamente perdida.
A emigração e guerra colonial levaram os jovens da aldeia, mas hoje em dia não faltam interessados em encarnar os Caretos, apesar de do despovoamento continuar a assolar esta e outras aldeias do interior.
Nos próximos quatro dias de “Entrudo Chocalheiro” serão perto de cinquenta pelas ruas de Podence, escondidos atrás das máscaras e dos farfalhudos fatos, com ruidosos cintos de chocalhos e um pau de madeira que os ampara nas tropelias.
Gostam, sobretudo de chocalhar as mulheres, mas nada nem ninguém escapa a estes seres “desordeiros”.
“É um Carnaval diferente, português, com figuras da nossa aterra que são autênticas, não há samba, é algo de espontâneo que ao longo dos tempos tem conseguido perdurar e chegamos aos dias de hoje com estas figuras que são um atrativo”, defendeu António Carneiro.
O “Entrudo Chocalheiro” proporciona um leque variado de atividades, desde passeios a exposições, e também a oportunidade, a quem visita a aldeia, de “vestir a pele” do Careto.
A Associação dedica um dia aos visitantes, segunda feira, em que disponibiliza trajes para experiência.
Um traje completo custa entre “800 a 900” euros e é a associação que veste também os jovens que não podem suportar este custo e que, durante todo o ano, fazem parte do grupo de “15 a 20” que leva pelo país e ao estrangeiro esta tradição.
É um “trabalho voluntário, de carolice”, como referiu António Carneiro, mas que recompensa também os jovens Caretos com as viagens, sem qualquer custo, pelo mundo.
Já participaram inclusive noutros carnavais, nomeadamente no de Nice, em França.
A Casa do Careto veio dar mais visibilidade a esta tradição desde que, há sete anos, abriu as portas, em Podence, para mostrar durante todo o ano a história destas típicas figuras.
@Lusa