IVDP lança o Port Wine Day, para que todos os anos seja assinalado o dia em que nasceu a primeira região demarcada do mundo. Foi há 258 anos e ainda não existiam os EUA.
Mais antigo que os Estados Unidos da América, o vinho do
Porto celebra esta quarta-feira aquele que é considerado como o acto fundador
da sua institucionalização. Foi em 10 de Setembro de 1756, reinava então D.
José I e governava Sebastião José de Carvalho e Melo, o famoso Marquês de
Pombal, quando foi instituída a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro,
através da qual passou a ser delimitada e regulamentada a produção dos vinhos
que viriam a tornar-se mundialmente apreciados como vinho do Porto.
São precisamente 258 anos que hoje se completam sobre a data
em que assim nasceu a primeira região demarcada do mundo. Ou seja, duas décadas
ainda antes da declaração de independência dos EUA, acto que, como se sabe, foi
celebrado com vinho português. Uma garrafa de vinho da Madeira, já que por
aquela altura a fama dos Porto não teria cruzado ainda as águas do Atlântico.
E foi preciso esperar ainda mais de um século para que
surgisse o primeiro automóvel e ainda mais meio para que levantasse voo aquele
que seria o protótipo do primeiro avião, mas já então o gosto pelo vinho do
Porto se tinha espalhado um pouco por todo o mundo. Descendo o Douro nos
heróicos barcos Rabelos até aos armazéns de Gaia e daí navegando depois para os
mais diversos destinos através da barra do Douro.
É no emblemático edifício da Alfândega que o Instituto dos
Vinhos do Douro e Porto assinala hoje essa data histórica, uma iniciativa que
decidiu apelidar como Port Wine Day e que pretende ver
doravante repetida todos os anos.
O programa deste primeiro dia dedicado à celebração do vinho
do Porto está aberto ao público e inclui um seminário com a participação de
especialistas de vários cantos do mundo, seguindo-se um almoço comemorativo. O
debate é de inscrição gratuita enquanto o repasto tem um custo de 45 euros e
incluindo, claro, a degustação de diversos Portos.
Reservada a convidados e especialistas de várias origens
haverá também, no período da tarde, uma prova de vinhos da primeira década do
Séc. XXI. É apresentada pelo enólogo Bento Amaral, que é chefe da câmara de
provadores do IVDP, e vão estar em apreciação78 Vintage representando 30 da
mais afamadas e reconhecidas casas produtoras do Douro.
No encontro da manhã serão debatidos temas ligados à
distribuição e consumo de vinhos no emergente mercado asiático e ao futuro da
harmonização de gastronomia e vinhos. No primeiro destaque para a participação
e Debra Meiburg, uma Master of Wine que foi considerada como a sétima mulher
mais influente no mundo do vinho, de Dadid Chow, responsável por uma das mais
activas e distinguidas empresas de distribuição no mercado chinês, e ainda o
espanhol Jordi Franch, director comercial da Miguel Torres.
Para análise das questões ligadas à harmonização, o painel
conta com aquele que foi o Sommelier nos últimos tempos do lendário El Bulli,
de par com Sebastién Gaudard, tido como o “pequeno príncipe” da pastelaria
francesa, e ainda os portugueses Victor Claro e Pedro Araújo. O jornalista
Manuel Carvalho, do PÚBLICO, vai moderar o primeiro painel, ficando no segundo
a tarefa a cargo de Miguel Pires, o Master Sommelier português com percurso
consolidado no mundo britânico.
Além de “uma grande festa para celebrar a denominação de
origem”, o presidente do IVDP, Manuel Novaes Cabral, quer que o Port
Wine Day passe a realizar-se todos os anos e seja também “um momento
de homenagem aos produtores, aos comerciantes e a todos os intervenientes que
ao longo da história consolidam o vinho do Porto como embaixador da região, da
cidade e do país”.
E nem é preciso que participe no programa oficial. Basta
saborear um bom Porto para assim celebrar um vinho único e já mais velho que os
EUA.
Port wine day, summer fest wine...Cum catano, já não há palavras portuguesas ou também vão vender a língua? Dia do vinho, festa de verão ou outra coisa qualquer. Ma português, façam o favor.
ResponderEliminarUm Moncorvense