Nestes, dois,
três dias sem pulseira (a preço simbólico) o visitante não entra na aldeia de
Atenor e compreende-se. De um modo geral também não passam veículos automóveis,
há lugar para estacionar por ali em redor.
São mais de
vinte pisos térreos, decorados a feição, vendo-se o cuidado de manter, no
espaço e na placa identificadora, em todos eles, um padrão que lembra o que
eram, casa de, curral e curralada, loja, adega, forno, corte, lagar, soto,
enfim, um secretariado.
Tomo
conhecimento desta iniciativa anual através de um vizinho de há vinte anos. Nós
vivemos habitualmente em prédio urbano e nele, por uma só entrada e subindo em
um de dois elevadores, passam diariamente mais pessoas do que as que vivem
habitualmente em Atenor.
Porém , nestes dias de Ronda das adegas passam por aqui
milhares de pessoas algumas das quais de Zamora e de outras regiões do país
vizinho. Que se passa aqui? Não perguntei, deduzo pelo que li e pelo que vi.
Quero crer que tudo ou quase tudo se deve ao facto de nesta aldeia estar sediada
a AEPGA, Associação para o estudo e protecção do gado asinino.
Uma pessoa nem
faz ideia de quantos asininos havia por exemplo há cerca de um século mas
sabe-se (tenho na minha frente um estudo de há noventa anos, de Armando A.
Martins, Os asininos no distrito de Bragança), que eram larguíssimos
milhares, uma média de 2100 por concelho, nesta região.
Grandes serviços
prestou este animal, tão mal visto porquanto ninguém gosta de ser apelidado de
burro. Chegará o tempo, e hoje chegou, em que com L Burro i L Gueiteiro vamos melhor do que íamos sem eles. Comendo e
bebericando, com espaço nem sempre o mesmo, tempo nem sempre o do relógio e
moderação nem sempre a do aperto, a festa da vida acontece, assim a possamos
fruir em muitas e nobilitadas estações.
Texto e fotografias de:
Maria Celeste Pires escreveu:Muito interessante esta "Ronda das adegas"e a forma como são decorados os espaços!! Parabéns pela preservação dos lugares "curral, loja, corte, forno, soto...."! Bela lição de História para as gerações mais novas!!.
ResponderEliminarMeu caro este evento nada tem que ver com a AEPGA, mas sim com a ACDA, mas claro que uma associacao como a AEPGA tinha de participar. Se me permite a correcao na foto o animal nao e um burro mas sim um ponei. desculpe a ortografia faltam teclas no pc, crise...
ResponderEliminarQue o animal maior, que se vê parcialmente, é um pónei disso não tive dúvidas (estava à vista), relativamente ao que "beija" a mão ter-me-ei enganado. Não que não tenha comungado com burros desde a infância e cheguei mesmo a comprar um, por sinal parecido com esse pónei, nos Gorazes, em 1970, por 75 escudos acrescidos de 15 escudos para transporte.
ResponderEliminarOs preitos para a ACDA, Associação Cultural e Desportiva de Atenor, e para o seu presidente, verdade esta que por acaso me acaba de ser, também, confirmada pelo grande artista das facas e canivetes, que se fez por si precisamente porque gostava de ver aquelas peças com cabo e folha muito atreitas ao nosso bolso, o sr. Torrão, de Sendim, que tem um filho, Anselmo (que estava em Atenor no dia oito), que vai pelo mesmo caminho.
No próximo ano conto voltar a Atenor, se não for ainda antes. Se puder visitarei a ACDA e a AEPGA.
Carlos Sambade