Então disse-lhe : - Olha, Joaninha , a avó
vai acolá buscar pão e para não apanhares mais chuva, ficas aqui dois ou três
minutos, que eu não demoro mais do que isso. ( Os prédios do lado do meu
apartamento ficam todos recuados, há umas arcadas e a pequenita não ficaria à
chuva. Além disso, eu não a queria deixar sozinha dentro de casa).
A garota perguntou: - Mas vais onde,
avó ?
- Vou além. É só atravessar a rua e dar
mais uns passos.
- Mas além, onde?
- Vês aquela cruz vermelha?
- Não.
- Sua cegueta. Aquela cruz vermelha.
Não a vês a acender e a apagar?
- Oh, avó. Aquilo não é nenhuma cruz.
É o símbolo de farmácia.
- Ah, pois é... (Era lá pertinho que
eu ia. E fui. E fui pensando que já estou desfasada no tempo).
Leiria, 29 de Janº de 2013
Júlia
Ribeiro
Eh Eh Eh, a garota meteu a avó num chinelo ...
ResponderEliminarUma leitora
LOL !!! Sou amiga da Júlia e acho sempre muita graça a estes pequenos episódios com os netos e que ele conta muito bem.
ResponderEliminarUm abraço
Cristina João
A cruz apagou-se e esta geração reconhece a placa da farmácia, apenas.Tudo começou em 1910 com a implantação da República.Afonso Costa gritou: Républica e Laica.Mário Soares, se leu este texto da dra Júlia, sussurou nos seus 88 anos:Finalmente!
ResponderEliminarViva a RÉPUBLICA!
um indio
Cegueta é também o postador que posta uma cruz(?)verde no texto da cruz vermelha.Anda tudo às avessas.Se os campos de futebol e os centros comerciais são as novas catedrais(SARAMAGO dixit), as farmácias são as novas capelas.Nos estádios ainda evocamos a deus pelo nosso clube (na catedral da LUZ o bispo chama-se JESUZ) mas nas novas capelas trocamos a hóstia pela aspirina.Grande texto ,minha senhora.Rir faz bem à saúde.Enviem o post ao senhor Gaspar a ver se perde aquela cara de prisão de ventre.
ResponderEliminarAnónimo,pois, como diz o letreiro por cima do meu comentário
Maravilha.Como diz o comentário anterior,rir faz bem à saúde.Fartei-me de rir.Venham mais cinco,pelo menos.
ResponderEliminarOlá, Amigos Blogueiros:
ResponderEliminarEu divirto-me com as "saídas", a maior parte das vezes totalmente inesperadas, dos meus netos.
Mas se calhar ainda me divirto mais com os vossos comentários. Por isso, muito agradecida.
Para todos um grande abraço
Júlia Ribeiro