Amêndoa coberta de Moncorvo - Artesanal. A amêndoa coberta de Moncorvo, tradicionalmente conhecida, é um produto genuinamente artesanal, cuja origem remonta de há muito tempo. A sua confecção através de métodos artesanais utilizados pelas denominadas " cobrideiras" (mulheres que a confecionam) este produto, desenvolve-se por vários dias de trabalho, utilizando somente como matéria prima, o miolo de amêndoa e uma calda de açúcar. Produzida por Arte Sabor & Douro (única casa licenciada para a produção deste produto).
«E outra vez os dedos nodosos, que pareciam cobertos de neve, se enterravam naquele aglomerado de concreções alvacentas; agitando-as, trazendo ao de cima as que jaziam na profundidade, fazendo mergulhar as que se encontravam à superfície e pondo de lado aquelas em que já avultavam grandes granulações opalinas» Campos Monteiro, Novelas Transmontanas – Ares da Minha Serra
A Amêndoa Torrada de Moncorvo é saber antigo e ganhou fama além-fronteiras, como atesta Domingos Ferreira Deusdado, por 1930«vão para as nossas províncias e são exportadas para o Brasil, África, etc.”. Em 1886, a amêndoa torrada de Moncorvo é dada a provar na Exposição Universal de Paris e, dez nos mais tarde, pula o Atlântico é mostra-se na Feira Internacional de Filadélfia. http://www.cafeportugal.net/pages/sitios_artigo.aspx?id=19
Interessante nota esta das feiras de Paris e Filadélfia!... Aproveito para juntar uma outra informação interessante: a de que esta maravilha da culinária tradicional Moncorvense devemo-la aos judeus. Se não acreditam,vejam, a propósito, o que escreveu uma das maiores autoridades portuguesas em estudos judaicos: - No obstante, la experiencia criptojudaica permaneció en las comunidades de judíos secretos de las que Arcozelo y Carção, en trás-os-Montes, o Belmonte, en la Beira, son en pleno siglo XX una realidad palpable. De ellas nos ha quedado, entre otras cosas, una tradición alimentaria como las alheiras (chorizo hecho con carne de gallina) o las almendras de Torre de Moncorvo, freir la cebolla en aceite, quitar la grasa a la carne o el nervio de la pata de cabrito" MARIA JOSÉ PIMENTA FERRO TAVARES, Los Judíos en Portugal, p.348 E já que falamos da doçaria tradicional Moncorvense, sabem qual foi o primeiro doce que os descobridores Portugueses levaram para o Brasil? Foram os FARTÉIS, como nos relata o cronista Pero Vaz de Caminha. E sabem o que são os fartéis? São bolos-doces que ainda hoje têm esse nome no Brasil e que são feitos à base de farinha, açúcar e amêndoas moídas, uma pasta que, sendo recozida, consegue aguentar a humidade por meses. Os fartéis são bolos-doces em tudo iguais aos que continuam a ser feitos pelas casas de Torre de Moncorvo à maneira tradicional. A Flormêndoa, por exemplo(desculpem a publicidade, que eu não ganho nem sequer um bolo) faz este tipo de doce, dando-lhe até a forma de ratinhos e alheiras. Porque não toma a designação de Fartéis e os vende contando a história do descobrimento do Brasil? Claro que eu não sei se os fartéis de que fala o cronista foram do Algarve ou de trás-os-Montes, as pátrias tradicionais da amêndoa. Sei é que, pelos produtos que leva e pela recozedura, era o único bolo-doce que aguentava uma viagem de meses pelo mar. Júlio Andrade
Amêndoa coberta de Moncorvo - Artesanal.
ResponderEliminarA amêndoa coberta de Moncorvo, tradicionalmente conhecida, é um produto genuinamente artesanal, cuja origem remonta de há muito tempo.
A sua confecção através de métodos artesanais utilizados pelas denominadas " cobrideiras" (mulheres que a confecionam)
este produto, desenvolve-se por vários dias de trabalho, utilizando somente como matéria prima, o miolo de amêndoa e uma calda de açúcar.
Produzida por Arte Sabor & Douro (única casa licenciada para a produção deste produto).
«E outra vez os dedos nodosos, que pareciam cobertos de neve, se enterravam naquele aglomerado de concreções alvacentas; agitando-as, trazendo ao de cima as que jaziam na profundidade, fazendo mergulhar as que se encontravam à superfície e pondo de lado aquelas em que já avultavam grandes granulações opalinas»
ResponderEliminarCampos Monteiro, Novelas Transmontanas – Ares da Minha Serra
A Amêndoa Torrada de Moncorvo é saber antigo e ganhou fama além-fronteiras, como atesta Domingos Ferreira Deusdado, por 1930«vão para as nossas províncias e são exportadas para o Brasil, África, etc.”. Em 1886, a amêndoa torrada de Moncorvo é dada a provar na Exposição Universal de Paris e, dez nos mais tarde, pula o Atlântico é mostra-se na Feira Internacional de Filadélfia.
ResponderEliminarhttp://www.cafeportugal.net/pages/sitios_artigo.aspx?id=19
Interessante nota esta das feiras de Paris e Filadélfia!...
ResponderEliminarAproveito para juntar uma outra informação interessante: a de que esta maravilha da culinária tradicional Moncorvense devemo-la aos judeus. Se não acreditam,vejam, a propósito, o que escreveu uma das maiores autoridades portuguesas em estudos judaicos:
- No obstante, la experiencia criptojudaica permaneció en las comunidades de judíos secretos de las que Arcozelo y Carção, en trás-os-Montes, o Belmonte, en la Beira, son en pleno siglo XX una realidad palpable. De ellas nos ha quedado, entre otras cosas, una tradición alimentaria como las alheiras (chorizo hecho con carne de gallina) o las almendras de Torre de Moncorvo, freir la cebolla en aceite, quitar la grasa a la carne o el nervio de la pata de cabrito" MARIA JOSÉ PIMENTA FERRO TAVARES, Los Judíos en Portugal, p.348
E já que falamos da doçaria tradicional Moncorvense, sabem qual foi o primeiro doce que os descobridores Portugueses levaram para o Brasil? Foram os FARTÉIS, como nos relata o cronista Pero Vaz de Caminha. E sabem o que são os fartéis? São bolos-doces que ainda hoje têm esse nome no Brasil e que são feitos à base de farinha, açúcar e amêndoas moídas, uma pasta que, sendo recozida, consegue aguentar a humidade por meses. Os fartéis são bolos-doces em tudo iguais aos que continuam a ser feitos pelas casas de Torre de Moncorvo à maneira tradicional. A Flormêndoa, por exemplo(desculpem a publicidade, que eu não ganho nem sequer um bolo) faz este tipo de doce, dando-lhe até a forma de ratinhos e alheiras. Porque não toma a designação de Fartéis e os vende contando a história do descobrimento do Brasil?
Claro que eu não sei se os fartéis de que fala o cronista foram do Algarve ou de trás-os-Montes, as pátrias tradicionais da amêndoa. Sei é que, pelos produtos que leva e pela recozedura, era o único bolo-doce que aguentava uma viagem de meses pelo mar. Júlio Andrade
Obrigada, António Júlio, por partilhar connosco os resultados do seu labor de aturada investigação.
ResponderEliminarA amêndoa coberta, com apenas 3 dias de açúcar, é das coisas boas de Moncorvo e, para os gulosos e lambareiras, uma delícia . Ummhh !!
Júlia