António Ponte está à frente da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) há um ano. Doutorado em Museologia defende o trabalho em rede para divulgar a Cultura e o Território.
Jornal Nordeste (JN) - A reabilitação é uma das prioridades da DRCN. A cultura poderá aproveitar o próximo quadro de apoio?
António Ponte (AP) - Por missão a DRCN tem a salvaguarda, valorização do património e a dinamização cultural. É a nossa obrigação, como herdeiros de um passado, dá-lo ao futuro. Mas temos também de pô-lo ao serviço da contemporaneidade, dar-lhe valor e uso, e fazer com que tenha um papel importante na dinamização dos territórios. Sendo o turismo estratégico, e o turismo cultural um vector estratégico dentro do turismo, temos aqui tudo o que é necessário para o robustecer e desenvolver.
Há intervenções nas sete sés da região Norte e em Santo Cristo do Outeiro, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Malhadas e Miranda do Douro. A Rota das Catedrais por si só tem 4,5 milhões de investimento, nas outras intervenções na região temos uma estimativa de 2,5 a 3 milhões de euros.
A cultura tem de aproveitar o próximo quadro e estamos já a desenvolver o plano estratégico. Há linhas na área do empreendedorismo cultural e promoção de turismo e para haver promoção do turismo tem de haver qualificação, não podemos promover estruturas desqualificadas.
Temos todas as condições para ancorar grandes projectos de desenvolvimento e salvaguarda do património, há linhas ao nível das eficiências energéticas, valorização de estruturas de memória, o património imaterial tem um lugar muito importante neste quadro.
JN – Qual é o projecto cultural para a região?
AP - A DRCN tenta ser mais um elemento de criação de valor e eventos culturais que complementem a actividade qualificada que já existe na região Norte. Estamos a tentar articular um conjunto de redes patrimoniais, que faça com que as pessoas tenham conhecimento de uns monumentos através de outros. Isso acontece na Rota das Catedrais, mas também nos monumentos que estamos a intervencionar. Estão a ser criados prospectos em que se promovem conjuntos patrimoniais, para que a pessoa tenha, na mesma região, a informação de todos os espaços que pode visitar. Também queremos, enquanto plano estratégico, dar mais dimensão ao património imaterial. Será determinante para fortificar estas redes de acção no território e tentar contribuir para a redinamização, não só cultural, mas de revitalização económica e social que lhe está associada.
JN - Em que fase se encontra o processo de levantamento imaterial lançado pela DRCN na região?
AP - Temos, para além de programas específicos de cada localidade, um grande programa que queremos lançar, que tem a ver com o registo das tradições de Inverno. Terá de ser promovido pelos municípios, cada um terá de se responsabilizar pela salvaguarda das suas tradições e criar um plano de gestão e uma estratégia. Ele terá de ser promovido na sua globalidade enquanto grande evento constituído por todas as parcelas. Estamos a tentar organizar, com os municípios, um grande programa, para criar grandes produtos de salvaguarda de memória, mas também trazer pessoas. Associando autarquias, cultura e turismo certamente conseguiremos encontrar mecanismos para trazer mais pessoas e valorizar os produtos regionais.
(Ler artigo na íntegra na versão impressa o Jornal Nordeste)
Fonte: http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=608&id=20696&idSeccao=5460&Action=noticia#.VJARGDGsV8E
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