Alfândega da Fé, 07 mai (Lusa) - A produção de cereja no concelho de Alfândega da Fé vai sofrer, este ano, uma quebra de 50% na sua produção devido as condições climatéricas adversas verificadas no período de florações durante o mês de abril.
"A nossa expetativa é que haja uma quebra que ronde os 50% da produção de cereja", disse hoje à Lusa o presidente da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé (CAAF), Eduardo Tavares.
Segundo o dirigente, as condições climatéricas estão e melhorar, havendo a previsão de que a cereja " que vingou" será de boa qualidade e suficiente para abastecer os visitantes que desloquem à feira anual da cereja agendada para 06 a 08 de junho em Alfândega da Fé.
"No entanto, na altura da floração choveu muito e fez frio durante duas manhãs, fatores que influenciaram a produção deste ano principalmente nas variedades mais temporãs", frisou.
A produção de cereja nos pomares da CAAF deverá chegar as 40 toneladas o que no ano normal poderia atingir as 80 a 100 toneladas com facilidade, o que seria uma produção normal para os cerca de 40 hectares de cerejeiras propriedade da cooperativa.
"Há dois anos chegamos a colher cerca de 60 toneladas de cereja e, no ano passado, pouco passou das 20 toneladas", apontou Eduardo Tavares.
Esta quebra vai-se refletir na economia do concelho, principalmente junto de uma entidade como CAAF que produz cerca de 90% da cereja do concelho.
A cooperativa local é a maior produtora de cereja do concelho, tendo a maior mancha de pomares, embora este não seja o produto agrícola com maior peso no seu negócio, lugar ocupado pelo azeite, que é o principal motor económico.
Para Alfândega da Fé, a cereja que tornou-se na imagem de marca do concelho, servindo inclusive de símbolo no logótipo municipal.
Nas décadas de 80 e 90 do século passado, a cereja chegou a rivalizar com o azeite e a amêndoa, em peso económico, e parte da produção era exportada, chegando a servir de recheio aos conhecidos bombons de chocolate "Mon Chéri".
Após esta década de ouro, os sucessivos maus anos agrícolas têm provocado prejuízos junto produtores do concelho nordestino que é na região o maior produtor deste fruto.
FYP // JGJ
Lusa/fim
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