terça-feira, 13 de maio de 2014

Torre de Moncorvo - Fonte de Santo António


Categoria

Monumento

Descrição

Fonte de espaldar de planta rectangular e corpo igualmente rectangular, integralmente em cantaria, de aparelho irregular. Possui face principal virada a E., terminada em cornija e frontão de volutas, contracurvado e interrompido, tendo ao centro plinto paralelepipédico, com a data de 1704 inscrita, terminada em cornija, que sustentaria o antigo remate. No plano inferior, o espaldar tem lateralmente duas bicas, em ferro, deitando água permanentemente, e, superiormente, na zona central, as armas nacionais, à esquerda, e as municipais, à direita. As armas nacionais apresentam cinco escudetes, dispostos em cruz, cada um deles com cinco besantes, com bordadura de sete castelos, encimado por coroa aberta, tipo coronel floreado; as armas municipais têm torre torreada, de azul, aberta e iluminada do campo, com o torreado acompanhado por dois corvos, de sua cor, afrontados e pousados nas ameias da torre. Ao espaldar adossa-se frontalmente tanque rectangular, com paredes de cantaria, de bordo recto guarnecido exterior e interiormente com réguas metálicas, possuindo no alinhamento de cada uma das bicas, fixadas no espaldar e no bordo do tanque, duas réguas metálicas dispostas paralelamente para suporte do vasilhame.

Acessos

Largo de Santo António. Gauss: M-290.8; P-467.6; Fl. 130

Protecção

Inexistente

Grau

3

Enquadramento

Urbano, flanqueado por muro delimitador de propriedade, em cantaria de granito, e no qual se integra, no cimo da antiga R. do Cano, de pendente acentuada N. / S., e que estabelecia a ligação entre o centro da vila "moderna", ou seja, a que se desenvolveu no exterior da antiga muralha medieval, e o antigo Convento de São Francisco, já demolido, possuindo passeio separador. Sobre o muro, existe gradeamento de ferro. O tanque assenta sobre soco rectangular de granito, composto por dois, três degraus, vencendo o desnível do terreno. Em frente, ergue-se o Solar do Morgado de Santo António, com capela tendo a data de 1490 inscrita sobre o portal (v. PT01040916009), e ao qual pertencia.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Infraestrutural: chafariz

Utilização Actual

Infraestrutural: chafariz

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1576, 23 Dezembro - acórdão entre a Câmara Municipal e o Convento de São Francisco para resolver os litígios sobre a partilha das águas que a Câmara procurava conduzir da serra do Roboredo para a urbe, já que o ribeiro passava dentro da cerca conventual e a sua água também era utilizada pelos frades, tal como a de duas fontes de Roboredo que os franciscanos diziam, igualmente, pertencer-lhes; foi determinado que se encanasse todas essas águas, dando-se delas "hum anel ao Convento", tendo-se começado de imediato as obras; 1591, 8 Junho - devido à persistência de problemas, o rei emite alvará determinando que a água das duas fontes se metesse no cano geral, por onde a água deveria chegar à vila, e que dela se desse aos frades do Convento de São Francisco uma quinta parte e a outra quinta parte viesse pela mesma maneira a um chafariz particular, que o rei achava por bem que se fizesse "pela traça, e ordem, que melhor parecer" em frente da Igreja ou Capela de Santo António; 1591 - provável construção de uma primeira fonte, pelo Morgado de Santa António, cuja casa com capela, inscrita com a data de 1490, se erguia fronteira; 1628 / 1658, entre - obras de instalação de encanamento, destinado a conduzir as águas do Reboredo até ao chafariz da Praça, passando pelo Lg. de Santo António; 1704 - data inscrita entre as volutas do frontão, assinalando a sua provável reconstrução; 1785 / 1786 - informação do Corregedor José António de Sá relativa à existência na vila de sete fontes públicas, "com muito bom preparo": o chafariz da Praça, Aveleiras, Fonte de Santiago, Fonte do Carvalho, das Hortas, do Conselho e de Santo António; séc. 20, finais - recuo do espaldar, devido ao alargamento da via pública.

Características Particulares

Fonte de espaldar de construção quinhentista, mas reformulado no início do séc. 18, conforme denota a data inscrita no plinto do remate, actualmente já sem o elemento que o coroava, caracterizado pela sobriedade estilística. Apesar de ter sido construído por um particular, em frente à sua casa, a sua construção foi ordenada por alvará real e promovida pela Câmara, razão pela qual possui as armas nacionais e municipais no espaldar. Ambos os brasões são da primitiva fonte, sendo o nacional encimado por coroa real simples, anterior à reforma das armas realizada por D. Sebastião (1557 - 1578). As bicas são modernas e as bordas do tanque são guarnecidas exterior e interiormente com réguas metálicas.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de cantaria de granito; bicas e réguas de sustentação do vasilhame em ferro.

Bibliografia

ANDRADE, António Júlio, Torre de Moncorvo - Notas Toponímicas, Brigantia, vol. 10, nº 1 / 2, Bragança, 1990, pp. 247 - 302; Idem, Dicionário Histórico dos Arquitectos, Mestres de obras e de outros construtores da vila de Torre de Moncorvo, Brigantia, vol. 11, nº 3 / 4, Bragança, 1991, p. 21 - 48. ANDRADE, António Júlio, O Chafariz Filipino, s.l., s.d..

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

CMTorre Moncorvo: 1980, década - recuo da fonte para permitir o alargamento do largo.

Observações

*1 - A fonte era inicialmente alimentada por águas recolhidas no monte Reboredo, situado a S. e sobranceiro à vila, conduzidas por encanamento de barro, que depois da Fonte de Santo António, onde se deveria situar uma arca de águas, ia pela Rua do Cano até ao chamado chafariz filipino, erguido na principal praça da vila (v. PT01040916015).

Autor e Data

Paulo Amaral e Miguel Rodrigues 1997 / Paula Noé 2006

Fonte:http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=537

 




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