>A Fundação Francisco António Meireles foi instituída, no começo do século passado, com a designação inicial de “Asylo Francisco António Meireles”. Nascida na crise politica, social e financeira que marcou os últimos anos da monarquia, é obra da vontade do benemérito Francisco António Meireles, nascido em Torre de Moncorvo em 12 de Maio de 1833 e falecido em Lisboa em 6 de Janeiro de 1904. Solteiro, sem filhos e detentor de largos meios de fortuna, legou, por testamento de 9 de Junho de 1902, o remanescente da liquidação dos seus bens – depois de contempladas algumas pessoas amigas e familiares – ao projecto de criação de uma instituição de acolhimento de idosos e crianças na sua terra natal.
Os estatutos iniciais da instituição, datados de 31 de Dezembro de 1908, estabeleceram a aplicação de uma parte do legado na aquisição do terreno e construção do edifício de suporte social para “recolher os velhos e as crianças desamparadas de ambos os sexos da Vila de Moncorvo, fornecendo-lhes alimentação e dando-lhes educação, instrução e tratamento nas suas enfermidades”.
As instalações iniciais foram inauguradas em 30 de Janeiro e 1916, ocupando um belo e espaçoso edifício na encosta da serra do Reboredo, dominando a Vila e tendo uma vista esplendorosa sobre esta.
A administração da instituição era então exercida por uma comissão administrativa composta de três elementos de nomeação régia, escolhidos entre os vogais do Conselho Superior de Beneficência Pública, e estava sedeada em Lisboa. Em 1958, na consequência do falecimento do então presidente da comissão administrativa, Senhor Mário Luís de Sousa, foi nomeada a primeira Comissão Administrativa residente em Torre de Moncorvo.
O senhor Mário Luís de Sousa, banqueiro e director-geral do então Banco Fonsecas, Santos e Viana, presidiu à instituição durante cerca de 23 anos, até ao seu falecimento em 27 de Abril de 1956, tendo-se igualmente tornado durante esse período um grande benemérito da instituição. Para além de cobrir do seu bolso os défices anuais da instituição, adquiriu e ofereceu uma propriedade contígua ao terreno inicial e doou-lhe um valioso lote de acções do seu Banco (o valor actualizado de uma proposta de compra dessas acções, feita à instituição em Março de 1974, rondaria em 2003 os 10 milhões de euros).
A instituição teve também, desde os seus primórdios, e até á data de 2006 a estreita colaboração das Irmãs franciscanas hospitaleiras da imaculada Conceição no funcionamento e na assistência aos utentes, tendo as primeiras Irmãs chegado à instituição em 8 de Dezembro de 1915.
Face ao estado de degradação do edifício anterior, chamado de “asylo”, foi construido um novo edifício, iniciado em 1990 e inaugurado em 1999, proporcionando uma excelente qualidade de instalação para os utentes.
A fundação não tem hoje outras receitas senão as provenientes das participações dos próprios utentes e do Ministério da Segurança Social e o rendimento em espécie, para uso próprio, da exploração dos terrenos agrícolas onde se encontra instalada.
Os estatutos actualmente em vigor, registado na Direcção-Geral da Segurança Social em 13 de Janeiro de 2011, estabelecem como objecto da fundação “promover assistência à população infantil e jovem do sexo feminino e á população da terceira idade, abrangendo o seu âmbito de acção todo o território nacional.
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Foto A.F.F.M.
Fantástico!O Asilo de Moncorvo sempre foi muito rico e nunca precisou nem do Estado nem dos particulares para socorrer todos os velhos necessitados e todas as crianças abandonadas do concelho de Torre de Moncorvo. Isto quando os havia, de verdade! Mas, ao cabo de quase um século, e muitos anos depois do 25 Abril, apareceu uma gestão política (perdoem não dizer o aprtido) do Asilo que lhe alterou os estatudos e deu a capa de Fundação e a partir daí o asilo começou a absorver largos recursos do Estado e... agora que já não há crianças abandonadas... os velhos que querem para ali entrar têm de ser muito ricos ou parentes/amigos dos novos donos do Asilo... que se dizem estar a cumprir uma missão de VOLUNTARIADO!!! Zé do reboredo.
ResponderEliminarFantástico! Sr.Zé do Reboredo, sim o Asilo(Fundação Francisco António Meireles) foi rico até Abril de 1974, enquanto os Beneméritos Mário Luís de Sousa e o Próprio Francisco Meireles disponibilizaram o dinheiro necessário para a sua manutenção, mas no ano de 1974, aquando do Crasch da Banca Portuguesa o valor do Lote de acções que Mário Luís de Sousa tinha dado há Instituição passou de 10 milhões de Euros como diz a peça para o valor 0 Euros.
EliminarQuanto as crianças abandonadas, hoje não as há, mas há outras dadas há guarda da Instituição por os Tribunais Judiciais, tendo o estado de contribuir com certa e determinada quantia para a instituição manter essas crianças ao seu cargo.
Em relação há gestão politica da instituição, eu não quero entrar por essa via, mas foi essa gestão que desbloqueou as verbas necessárias para terminar o novo edifício, uma vez que o dinheiro que estava dado por o Estado, num contrato programa assinado por a Instituição para esse fim, já tinha sido todo gasto e das novas instalações existia o esqueleto das mesmas.
A Partir de 1974 todas as instituições começaram a fazer contratos programas com a Segurança Social, visto que as (IPSS), de todo o País os têm neste momento, não sendo está casa a única a "absorver largos recursos do Estado".
Quanto aos idosos que se encontram na instituição há aqueles que não pagaram nada para estar na mesma e os outros que o Sr. diz que são ricos, mas eu digo que foram mais afortunados com a vida pois esse terão sempre de dar uma joia de entrada para a Fundação não passar por os apertos financeiros que passou entre 1990/2000.
Em relação há passagem de Asilo para Fundação, queria o Sr. que depois de esta Instituição estar tantos anos a ser gerida por gente da terra, fosse a mesma a partir de determinada data, gerida por uma qualquer pessoa de Lisboa, que não conhece a região nem se interessa por ela, pois seria uma pessoa pertencente aos quadros do Estado central que iria gerir a Instituição e como o Sr deve saber o "estado têm gerido muito bem os nossos bens públicos".
Em relação ao voluntariado é mesmo isso que se verifica, pois aqui "ninguém e dono de ninguém " como diria um poeta, qualquer pessoa pode visitar a instituição e ver o serviço prestado em prol da comunidade, estando nos próprios Estatutos da Fundação que todos os membros da Direcção não são remunerados como não podia deixar de ser visto que esta casa trabalha em prol da comunidade local e foi criada para esse fim único o de fazer o bem junto dos mais necessitados.