A vida é silenciosa vezes de mais.
Na respiração das coisas desmembramos-lhe a coragem
vezes de mais. Coamos afectos com muros
[altos de mais]
e aplomados na cegueira da luz artificial queimamos
as vergonhas nos lábios da morte, e morremos,
[morremos demais]
na admonição leve das verdades corpóreas, na contrição
encenada das substâncias do peito.
E depois corremos com passos sem sombras nem rastos.
De coração quieto. De mãos por lavar.
E nem percebemos pelas linhas juncadas de pesos
que a vida é latente.
Vezes de mais.
Nota do editor: O blogue Farrapos de Memória assinala o Dia Mundial da Poesia
com a publicação de um poema da autoria de Virgínia do Carmo.
Celebremos a poesia pela mão da Virgínia.
ResponderEliminarCelebremos a vida que hoje é dia de poetas!
Um abraço
E muito bem assinalado ficou o Dia Mundial da Poesia com este belíssimo poema da Virgínia.
ResponderEliminarParabéns à poeta e
um abraço grande
Júlia
A qualidade a que nos habituou,quer em textos em prosa quer em poemas.Brilhante,Virgínia!Parabéns.
ResponderEliminarUm abraço.
Uma moncorvense
A poesia quando bem feita é a melhor forma de expressão.Se a poetisa é transmontana a passagem de testemunho está garantida.Torga pode descansar em paz.
ResponderEliminarLeitor
Grata a todos pela generosa leitura. Um abraço!
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