segunda-feira, 18 de março de 2013

Hino ao pastor Remondes, por Artur Salgado




I                                                                           II
Regatos e vales cheios de alegria                              Do amanhecer ao sol - pôr
Balidos de ovelhas a pastar                                      Ouvem -se mé més de alegria

E o pastor-só dos muitos que havia                       E falas mansas de seu pastor
Contenta-se com o cajado a assobiar.                   Construindo esperanças vazias

III                                                                                                 IV
O pastor Ramiro sem surrão                                                Faça chuva, sol ou vento de trovão

Com assobios de simples melodias                       O pastor sonha sustento de futuro
Acaricia as ovelhas com sua mão                          Recordando pais e avós do coração
Por montes e vales todos os dias                          Quando ao sol come o queijo duro

V                                                                         VI
Na Primavera alegram-se na verdura                     Pelo meio -dia canta seu fado
Brincam cordeiros de cheiro e fragrância               O irmão das voltas e seu pastor
Suas mães ensaiam berros de partitura                   De inverno há lágrimas do Diabo
Enquanto a passarada salta de ganância                 Na Páscoa soltam-se hossanas de louvor

VII                                                                       VIII
Desprendem-se piçarros e coriscos                       No bardo ordenha-se leite cheio
Nas noites sem lua e sem cear                               Esperando cardo de coalhar
Ah! e as bruxas do verde trovisco                         Na francela faz-se vida a recheio
Que meus cordeiros háo -de guardar                     Com mãos calejadas de apertar

IX                                                                         X
Nos regatos escuros de Inverno                             E o pastor Ramiro de Remondes
Chora-se rachelo e ouve -se lobo a uivar               Vai pastoreia o rebanho seu encanto
Esta vida é doce e quente como inferno                 Pisando pedras, flores e montes
Faltando ervas e noites de luar                               Apreciando passos de verde manto.
                                                                             Esperando o cardo de coalhar

5 comentários:

  1. Um curso intensivo de "ovelhês". Para ver repetidamente :)

    Um abraço

    Virgínia

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  2. Há um erro de interpretação,é a nova linguagem da troyca e o rebanho do governo vai-lhe comer à mão.O cão já todos sabemos qual é.Paradoxos do regime:relvas que se alimentam de cartuchos de sangue feitos com euros.

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  3. Um abraço de Parabéns para o rapazinho do Felgar,traquina ,mas respeitador...
    Da rapariguita de Urros ,que tinha uma Mãe com um gatinho confidente,que era a sua companhia...
    Continue não só a escrever,mas a comentar os belos textos dos nossos queridos "farrapos",os "farrapos" da nossa infância perdida.

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  4. Como é possível que me tenha escapado o "Hino ao Pastor Remondes" ? Abri o vídeo, ouvi os sons, mas não vi o poema. Eu devia estar cegueta. Peço desculpa ao Artur Salgado e deixo-lhe aqui os meus parabéns e um grande abraço.

    Júlia Ribeiro

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  5. Isto é o amor de Artur Salgado pela sua terra,pela sua gente.
    Abraço amigo.

    Uma moncorvense

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