quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ESCAPARATE (LXI) - A COMUNIDADE CRISTÃ-NOVA DE VILA NOVA DE FOZ CÔA - Aida Maria Oliveira Carvalho


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7 comentários:

  1. Entrei em duas livrarias (FNAC E BULHOSA) em Lisboa e náo encontrei o livro.Onde está à venda?
    Sou um estudioso (amador) de tudo que se relaciona com os cristãos novos, principalmente em Trás os Montes .Foz Côa faz, para mim, parte dessa região.Bem-hajam.
    um transmontano

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  2. Creio que este livro foi editado pela câmara de Fozcôa e só ela poderá responder onde e de que modo poderá ser adquirido...
    Posso também informar que o jornal Terra Quente publicou alguns artigos sobre os judeus e marranos de Fozcôa, nomeadamente nas edições de 1 e 15 de Setembro de 2002.J. Andrade

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  3. 1. Ficha TécnicaTítulo: A Comunidade Cristã-Nova de Vila Nova de Foz Côa - Rupturas e Continuidades, Séculos XVII-XVIIIAutor: Aida Maria Oliveira Carvalho Edição: C. M. Vila Nova de Foz CôaDesign: Elias MarquesPré-Impressão: Loja das IdeiasProdução: Loja das IdeiasTiragem: 1500 exemplares Depósito Legal: 157 118/00ISBN: 972 -97320-7-8

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  4. Comunidade cristã nova de V. N. Foz Côa
    Prefácio
    A obra nasceu em função da autora habitar em VilaNova de Foz Côa e fazer um Mestrado em História dasPopulações (U.M.), onde procedeu ao estudo da popula-ção fozcoense, deparandose-lhe então a possibilidadede fixar a pesquisa na minoria cristã-nova local,saltando assim das fontes demográficas para as inquisi-toriais, de cujo cruzamento e do engenho da autorabrotou este livro.E "Brotar" é o termo apropriado, já que, mesmo se nosúltimos anos se tem publicado algo sobre os cristãos-novos portugueses, a sua história está ainda por fazer eas várias centenas de metros de documentação inquisi-torial do arquivo da Torre do Tombo continuam pordesvendar. Esta situação criou algumas dificuldades àautora, impedindo-a de avançar mais nas conclusões,que a profunda pesquisa realizada certamente traria, setivesse referências para a região da época, permitindoligações e entrosamentos de conhecimentos a váriosníveis.Como obra pioneira sobre judaizantes da região, estapossibilitou constatar que a tradição de Foz Côa comoterra de judeus é relativamente recente, visto que, e istoé sabido, não só nunca lá existiu uma comuna judaica,como a própria comunidade cristã-nova emerge só empleno séc. XVII.
    Foi certamente a crescente repressão inquisitorial aolongo dos sécs. XVI e XVII a mola que desencadeou adispersão de cristãos-novos pelo interior profundo dopaís, aqueles que não tiveram capacidade económica ouaudácia suficiente para emigrar.Com efeito, nas últimas décadas do séc. XVI, o SantoOfício de Coimbra devasta Trás-os-Montes, começandoa penetrar no Porto, mercê de ligações várias entrecristãos-novos transmontanos e portuenses.O perdão geral de 1605 marca uma pequena paragemna acção inquisitorial, oportunamente aproveitada peloSanto ofício para se remodelar e consolidar, elaborandoum novo Regimento (1613), que permitia uma maiormargem de manobra dos inquisidores e, portanto, umaacção mais rápida, agressiva e eficaz. Em consonância,efectuam-se praticamente em simultâneo visitasinquisitorais a todo o país, pressionando assim a popu-lação a colaborar, através do método habitual um "com-pellere intrare", ou seja, uma catequização pelo medo,que passava pela punição severa, pela repressão,conducente à sua regeneração.

    CONTINUA

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  5. .A visita realizada ao Norte (1618-1620), abarcando olitoral (Aveiro, Porto, Vila do Conde, Viana, Caminha,Valença), o Minho (Monção, Ponte de Lima, Barcelos,Braga e Guimarães) e parte do Douro (Amarante, VilaReal, Lamego) pautou-se pela agressividade e eficáciaproveitosa, já que foi dirigida inteligentemente, de
    modo a incidir no estrato sócio-económico maiselevado da minoria cristã-nova.Foram as denominadas "grandes prisões" que fizeramestremecer a economia da região e marcaram estaépoca de apogeu da Inquisição, donde resultoutambém, novas ondas de migração e o derrame camu-flado pelo país. Daí, provavelmente uma fixação em FozCôa, onde os primeiros judaizantes apanhados surgemno século XVII, essencialmente como reflexo da"entrada" inquisitorial na zona; a incidência no séculoXVIII é fruto do declínio do número de judaizantes esobretudo da instituição, o que viria a permitir aprimeira machadada dada na Inquisição pela mão doMarquês de Pombal, em 1773, ao abolir a distinçãoentre cristãos-velhos e novos.Os cristãos-novos fozcoenses, tal como acontecianoutras localidades, tenderam a habitar próximos unsdos outro, o que em Foz Côa se verificou junto da Praçaprincipal, junto da Igreja Matriz e nas ruas do Relógio,Barca e no sítio da Lameira, embora lá também moras-sem cristãos-velhos, como se vê por algumas denún-cias. A enorme distância que separava uns dos outrosera essencialmente de carácter sócio-cultural, mas empequenas localidades como esta ia diminuindo, pois,como denota a autora "os limites da comunidade judai-zante foram permeáveis, constituindo áreas de inter-acção com a comunidade cristã-velha na escolha do
    cônjuge. Mas, nem sempre os casamentos mistos lhespermitiram usufruir de um clima de acalmia ou vieramatenuar a vigilância a mulheres e homens judaizantesque consumaram a sua aliança matrimonial com um/acristão/a-velho/a".Para manter uma identidade religiosa e cultural ossecularmente denominados cristãos-novos permanece-ram exactamente "novos", na resistência a uma religiãoe cultura imposta, pelo que o seu quotidiano, como bemdescreve a autora, mesmo na pacata Foz Côa, foirevolto, pleno de escolhos, imprevisível, tal como eraentão o Douro no Inverno. Elvira Azevedo Mea
    Uma palavraO Concelho de Vila Nova de Foz Côa tem sido objecto deestudos variados, mormente de índole histórica, queprocuram demonstrar a riqueza do seu potencial arque-ológico, que vai do Paleolítico Superior à Idade Média, edos seus valores paisagísticos e arquitectónicos, ondese distinguem rios e vales, castelos e miradouros,igrejas, capelas e solares, sem falarmos de muitas ruase casas de interessante tipologia. Quer em revistas parao mundo especializado, como a "Côavisão", quer emlivros de autores aqui nascidos ou afectivamenteligados ao Concelho, Vila Nova de Foz Côa e o seuConcelho têm sido exaustivamente apreciados porvários e distintos especialistas, enaltecidos por mestresconsagrados e cantados por inspirados poetas.
    CONTINUA

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  6. Persistia, porém, a nosso ver, um ângulo que não vinhaconseguindo a atenção que poderia merecer, talvez porfalta de material de investigação, porque outros moti-vos prenderiam mais agradavelmente a atenção dosestudiosos, ou, talvez, porque o tema, não obstante serapaixonante, exija uma denodada persistência nainvestigação, a que se somará o esforço das indispen-sáveis sistematização e exposição.Trata-se da presença da gente de nação em terras deFoz Côa, mais precisamente na sede deste Concelho,sobre a qual - íamos também pensando - valeria a pena
    ser feito aprofundado estudo, abrindo caminhos nessafloresta virgem e desvendando clareiras que permitis-sem descortinar outros espaços.Foi nesta expectativa e com verdadeiro comprazimentoque tivémos conhecimento que a Srª Drª Aida Carvalho.dedicara a sua dissertação de Mestrado em História dasPopulaçôes, do Instituto de Ciências Sociais da Univer-sidade do Minho, a um tema que nos diz muito: A comu-nidade cristã-nova de Vila Nova de Foz Côa - Rupturas econtinuidades - Séculos XVII - XVIII.Tratando-se de alguém que se tornara fozcoense pelocoração, a quem não faltam as qualidades necessárias euma vez que o seu trabalho não deixaria de ter o nívelcientífico e o desenvolvimento habitualmente reque-rido para a obtenção daquele grau, além do mais com oprestígio da Universidade do Minho, era certo e sabidoque a sua dissertação faria incidir novas luzes sobreuma grande lacuna da nossa história local. A perspec-tiva, aliás, em que se colocava, pondo em relevo adinâmica das respectivas populações, já nos deixavaantever quanto nos seria grato vermos em letra deforma e termos ao nosso alcance o fruto de tanto e tãodedicado labor.O Município, que vem dando todo o seu apoio à ediçãode um número já razoável de publicações, tem o maiorgosto em que esta obra venha à luz do dia, pois é comtrabalhos deste quilate que se aprofunda o nosso
    conhecimento e melhor descobrimos a nossa identi-dade.Os fozcoenses, em particular, terão uma belíssima opor-tunidade para se deleitarem na leitura destas páginas,descobrindo situações menos conhecidas da suaprópria história.Agradecemos à distinta Autora este substancial egracioso contributo, e, de antemão, lhe auguramos queao nosso reconhecimento se juntará o de muitos einteressados leitores. Sotero Prancisco Mariano Ribeiro Presidente da Câmara Municipal Manuel Joaquim Pires Daniel Presidente da Assembleia Municipal
    A Autora Aida Maria Oliveira Carvalho, natural de Fragoso, concelho de Barcelos e residente em Vila Nova de Foz Côa, é funcionária do Parque Arqueológico Vale do Côa, desde 1996.Em Setembro de 2000 finaliza o Mestrado em Históriadas Populações no Instituto de Ciências Sociais daUniversidade do Minho, com a defesa de uma disserta-ção versando o tema da comunidade cristã-nova de VilaNova de Foz Côa, nos séculos XVII-XVIII.Os trabalhos de investigação que desenvolve tempriveligiado a análise e a reconstituição da paróquia deVila Nova de Foz Côa, o enquadramento da comunidadejudaizante no contexto local e regional, assim, como asredes de sociabilidade com as comunidades cristãs-novas vizinhas.

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  7. Uma palavra
    O Concelho de Vila Nova de Foz Côa tem sido objecto de estudos variados, mormente de índole histórica, que procuram demonstrar a riqueza do seu potencial arqueológico,que vai do Paleolítico Superior à Idade Média, e
    dos seus valores paisagísticos e arquitectónicos, onde se distinguem rios e vales, castelos e miradouros igrejas, capelas e solares, sem falarmos de muitas ruas
    e casas de interessante tipologia. Quer em revistas para o mundo especializado, como a "Côavisão", quer em livros de autores aqui nascidos ou afectivamente ligados ao Concelho, Vila Nova de Foz Côa e o seu Concelho têm sido exaustivamente apreciados por vários e distintos especialistas, enaltecidos por mestres
    consagrados e cantados por inspirados poetas.
    Persistia, porém, a nosso ver, um ângulo que não vinha conseguindo a atenção que poderia merecer, talvez por falta de material de investigação, porque outros motivos
    prenderiam mais agradavelmente a atenção dos
    estudiosos, ou, talvez, porque o tema, não obstante ser apaixonante, exija uma denodada persistência na investigação, a que se somará o esforço das indispensáveis sistematização e exposição.
    Trata-se da presença da gente de nação em terras de Foz Côa, mais precisamente na sede deste Concelho,sobre a qual - íamos também pensando - valeria a pena ser feito aprofundado estudo, abrindo caminhos nessa floresta virgem e desvendando clareiras que permitissem
    descortinar outros espaços.
    Foi nesta expectativa e com verdadeiro comprazimento que tivémos conhecimento que a Srª Drª Aida Carvalho.
    dedicara a sua dissertação de Mestrado em História das Populaçôes, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade
    do Minho, a um tema que nos diz muito: A comunidade cristã-nova de Vila Nova de Foz Côa - Rupturas e continuidades - Séculos XVII - XVIII.
    Tratando-se de alguém que se tornara fozcoense pelo coração, a quem não faltam as qualidades necessárias e uma vez que o seu trabalho não deixaria de ter o nível científico e o desenvolvimento habitualmente requerido
    para a obtenção daquele grau, além do mais com o
    prestígio da Universidade do Minho, era certo e sabido que a sua dissertação faria incidir novas luzes sobre uma grande lacuna da nossa história local. A perspectiva,
    aliás, em que se colocava, pondo em relevo a
    dinâmica das respectivas populações, já nos deixava antever quanto nos seria grato vermos em letra de forma e termos ao nosso alcance o fruto de tanto e tão dedicado labor.
    O Município, que vem dando todo o seu apoio à edição de um número já razoável de publicações, tem o maior gosto em que esta obra venha à luz do dia, pois é com trabalhos deste quilate que se aprofunda o nosso conhecimento e melhor descobrimos a nossa identidade.
    Os fozcoenses, em particular, terão uma belíssima oportunidade
    para se deleitarem na leitura destas páginas,
    descobrindo situações menos conhecidas da sua
    própria história.
    Agradecemos à distinta Autora este substancial e
    gracioso contributo, e, de antemão, lhe auguramos que ao nosso reconhecimento se juntará o de muitos e interessados leitores.
    Sotero Prancisco Mariano Ribeiro
    Presidente da Câmara Municipal
    Manuel Joaquim Pires Daniel
    Presidente da Assembleia Municipal

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