A proposta lançada pela Sabor
Douro e Aventura, foi aceite de bom grado por quem tinha interesse em trilhar
um percurso que vai ficar dentro em breve. debaixo de água. Não se deixando
intimidar pelo frio de Dezembro, participantes da região e muitos oriundos de
vários pontos do país, aderiram à iniciativa com entusiasmo.
Para os amantes de todo o terreno
este percurso foi de grande qualidade pelas características do Vale do rio
Sabor, um vale encaixado em forma de V sendo que nalguns locais o vale abre espraiando-se
em zonas muito férteis,com ocupação humana desde o
paleolítico superior.
Os nevoeiros intensos
característicos deste tipo de vales, as fortes geadas e temperaturas abaixo de
zero, que se fizeram sentir podiam ter desanimado os participantes, mas o sol
do meio do dia transformava todo este cenário e depois do almoço, as condições
eram outras.
O início do percurso foi na praia
fluvial da Foz do rio Sabor, junto ao rio Douro, local paradisíaco, onde os
participantes fizeram uma pequena refeição e receberem toda a informação sobre
o fim-de-semana que se iria seguir.
O início da grande etapa do
fim-de-semana, ligou a foz do rio e a Barragem de Montante, com passagem pelo Vale
da Vilariça, e após a caravana cruzar a ribeira da Vilariça que dá origem ao vale,
vale sísmico e aluvionar, continuou pela fragada panorâmica de Adeganha para
terminar nos estaleiros da Barragem, na Póvoa. À nossa espera estava a equipa de gestão do aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor, que
a partir daí nos conduziu numa visita guiada à imponente obra de montante, do
aproveitamento hidroelétrico do Baixo sabor.
Depois desta visita seguiu-se o
almoço no único restaurante da aldeia de Cardanha. Com a refeição confecionada
em panelas de ferro, em lume de lenha.
A etapa da tarde, foi toda ela em
todo-o-terreno, o vale junto à barragem está desprovido de vegetação,
fazendo-nos lembrar os trilhos do Dakar. Com a maioria dos sítios arqueológicos selados,
o ponto de paragem principal foi Cilhades, no sitio do Castelinho, um esporão com amplo domínio visual
sobre todo o vale e rio Sabor. As escavações arqueológicas puseram a descoberto
um sítio fortificado proto-histórico (Idade do Ferro). Depois da explicação
sobre o lugar de Cilhades e das suas construções diretamente relacionadas com o
aproveitamento sazonal dos terrenos agrícolas, há neste pequeno lugar claras
evidências de uma ocupação continuada no tempo, iniciada ainda na Pré-história
Recente (c. 3000 aC).
Cilhades manteve-se, até aos anos de 1980, como uma zona de
passagem fluvial importante, servida por uma barca que garantia o acesso de
pessoas e bens entre as duas margens do Rio Sabor. A importância desta passagem
fluvial, documentado desde pelo menos a Época Moderna, é assinalável,
observando-se este lugar destacado na cartografia portuguesa mais antiga,
datada do século XVI, como Barca de Silhades. Esta embarcação só seria
suplantada em 1982 pela construção, nas proximidades do seu local de travessia,
de um pequeno pontão.
Do sítio do Castelinho o percurso
continuou até ao novo sítio do Santo Antão, para onde foi transladado o
Santuário de SantoAntão da Barca, já com pouca luz foi possível ouvir as
explicações do excelente guia que nos acompanhou, o chefe da equipa de
arqueólogos da Barragem.Ouviu-se a explicação das pinturas descobertas e
transladadas da cúpula da antiga capela e que brevemente o publico em geral, a
vai poder visitar no novo Santuário. Ainda houve tempo e luz para admirar o rio
Sabor deste novo local. O regresso foi de noite, cheio de aventuras!
O jantar foi no restaurante O
Lagar em Torre de Moncorvo.
Domingo: Moncorvo – Paradela- Ponte de Remondes
Concentração de todos os
participantes e viaturas em Torre de Moncorvo, naPraça do Município. Um Percurso
TT que levou os participantes pelas aldeias da margem sul do rio Sabor. Felgar,
Souto da Velha, no concelho de Torre de Moncorvo, Sto. Antão, Quintas de
Mogadouro, S. Pedro, Roca, Santo André e Souto. Destas últimas três anexas da
freguesia somente a última mantém residentes permanentes, uma família com duas
pessoas.
O
almoço de domingo foi servido em Paradela, Mogadouro, na sede gentilmente
cedida, da Junta de Freguesia. Depois do almoço de “casulas”, prato tradicional
transmontano, estávamos quase no final, separavam-nos 19 Km da Ponte de
Remondes, o final do percurso. Mas nunca foram tão intensos 19 Km de rio, vale
encaixado, abaixo da cota deinundação, sobre e desce constante, arribas de
respeito, com declives mete-medopara quem tem vertigens, repletas de olivais,
medronheiros carregados de frutos maduros, zimbros, sobreiros, antigas azenhas,
ainda deu tempo para visitar a do lugar do Salgueiro - Paradela – Mogadouro. E
admirar a paisagem deste troço encaixado de vale e terminar a meio da tarde na
Ponte de Remondes que irá ficar submersa. Brinde ao Sabor, despedidas feitas, regresso
a casa dos participantes, certos que há percursos que têm que ser trilhados,
para mais tarde recordar!
Características Técnicas:
Data: 7 e 8 de Dezembro
Organização: Sabor, Douro e Aventura, Entretenimento e
Lazer, Lda
Nº de veículos 4x4: 35
Nº participantes: 90
Local de partida: Foz do Sabor, Torre de Moncorvo
Local de Chegada: Ponte de Remondes, Mogadouro
Kms percorridos: 140
Tipo de dificuldade: média
Orientação: RoadBook
Texto e fotos enviados por: Sabor, Douro e Aventura, Entretenimento e Lazer, Lda
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