04.12.1875 – Adquiridos para a
igreja matriz de Moncorvo os seguintes objectos que pertenceram ao arcebispo de Braga D. frei Miguel da Madre de Deus, herdados e vendidos por António Joaquim Ferreira Pontes: um Santo Cristo de marfim, uma cruz e peanha entalhada de madre pérola, 3 sacras entalhadas de madre pérola representando todos os actos da vida e paixão do Redentor, uma cruz dourada com 13 relíquias de vários santos, 2 quadros representando um a sagrada Verónica e outro Nª Senhora, 2 retratos a óleo em tamanho natural, representando um o arcebispo de Braga e outro o padre José Gomes da Costa, natural de Moncorvo e superior que foi da congregação das Missões, em Roma, 3 casulas com os demais pertences uma de fio de prata e as outras duas de fio de seda, 2 panos de seda para a adoração na Cruz, 2 pares de síngulas de seda, 2 almofadas tecidas a fio de cobre, um relicário com relíquias de vários santos, um cálix e patena de prata dourada. O preço da venda foi de 411 mil réis. Certamente estes objectos ainda se encontrarão na igreja e deverão ser identificados pois constituirão um núcleo de muito interesse museológico.
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Campos Monteiro |
04.12.1892 – O nº 45 do semanário “O Moncorvense” dá notícia de que, no rescaldo da arruaça e insultos feitos ao líder progressista Eduardo Coelho em Mirandela, em inquérito dirigido pelo juiz Moncada, um dos arguidos foi o ex-juiz da comarca Abílio de Sá. Para sustentar esta acusação terá recrutado as testemunhas nas tabernas de Mirandela.
04.12.1934 – Morte de Abílio Adriano Campos Monteiro um “filho dilecto desta terra que com o seu espírito fulgurante, muito saber e invulgar inteligência, tanto ilustrou as letras pátrias enquanto enobrecia esta localidade que se honra de lhe ter servido de berço” – conforme se diz em uma moção apresentada 10 dias depois pelo vereador Horácio de Sousa em reunião de câmara.
António Júlio Andrade
Ver:
Abílio Adriano de Campos Monteiro (1876-1934) nasceu e faleceu em Moncorvo, Trás-os-Montes. Formou-se em Medicina, tendo, com Ferreira de Castro, fundado no Porto a revista Civilização, grande Magazine Mensal, publicado entre 1928 e 1937. Colaboraram nesta revista, entre outros, Aquilino Ribeiro, Florbela Espanca e Teixeira de Pascoaes. Campos Monteiro notabilizou-se como romancista, cultivando o romance de pendor popular e regionalista influenciado por Camilo. As suas obras de ficção foram um êxito de vendas nos anos 20-30. Dedicou-se também à poesia e ao teatro.
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Título: Domus Mea est Orbis Meus: Campos Monteiro (1876-1933)
ResponderEliminarAutor: Ricardo, José Eduardo Firmino
Orientador: Soares, Maria Luísa de Castro
Data: 2008
Resumo: Abílio Adriano Campos Monteiro foi, no seu tempo, um dos escritores mais populares e mais lidos. Saúde e Fraternidade, por exemplo, um relato satírico e visionário da história dos acontecimentos políticos em Portugal, desde Agosto de 1924 a Novembro de 1926, alcançou, segundo Aquilino Ribeiro, o maior êxito de livraria no primeiro quartel do século (venderam-se 40 mil exemplares no espaço de seis meses). Para além de poeta, dramaturgo, e romancista, publicou ainda Os Lusíadas Anotados e Parafraseados que foi, durante muito tempo, a edição de Camões oficialmente adoptada nas escolas portuguesas. Fundou revistas e colaborou em diversos jornais. Parlamentar desiludido e fugaz, médico de profissão, o homem que nasceu em Torre de Moncorvo, em 10 de Abril de 1876, foi, sobretudo, um escritor. Mas foi também um cidadão empenhado em causas que acreditava, mesmo quando as mudanças sociais corriam do lado oposto ao que sempre permaneceu. Foi, portanto, como escritor e jornalista que construiu o seu percurso nas letras portuguesas, percurso esse alicerçado num mundo que era, afinal, a sua Pátria: Domus Mea est Orbis Meus.
Abílio Adriano Campos Monteiro was, in his time, one of the most popular and most read writers. Saúde e Fraternidade, a satirical and visionary report about Portugal’s political history (between August 1924 to 1926), was, according to Aquilino Ribeiro, the most successful bookshop outcome in the first quarter of the century (forty million copies were sold in six months). Apart from being a poet, playwright and novelist, he wrote Os Lusíadas Anotados e Parafraseados, which was adopted for a long time as the official Lusíadas edition in schools. He also founded magazines and collaborated with several newspapers. An unhappy and short lived parliamentary, doctor of profession, the man who was born in Torre de Moncorvo on 10th April 1876, was above all a writer. Campos Monteiro was also a dedicated citizen to causes he believed in, even facing adverse social changes. It was therefore as journalist and writer, that he made his way through the Portuguese Literature, an edified journey in a world, which was after all, his country: Domus Mea est Orbis Meus.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Ensino da Língua e da Literatura Portuguesas
URI: http://hdl.handle.net/10348/184
Aparece nas coleções: Dissertações de Mestrado
Muito interessante se nos apresenta hoje este texto e respectivo comentário;entre os vários aspectos dignos de realce,chamou-me à atenção os vultos literários referidos, entre eles, para além de acampos Monteiro, Ferreira de Castro, que eu também aprecio, sobbretudo "A Selva".
ResponderEliminarTininha
Em boa hora José Eduardo Firmino Ricardo escolheu Campos Monteiro e a sua obra para tema da sua dissertação de Mestrado. Não li a sua tese, mas creio que terá lançado novas pistas para leitura e interpretação dos contos, romances e outras obras ficcionadas do escritor moncorvense.
ResponderEliminarOs meus parabéns.
Júlia Ribeiro