sábado, 28 de janeiro de 2012

Baixo Sabor -Cilhades (2005)














Fotos cedidas por António Manuel Teixeira

9 comentários:

  1. Estas fotos vão ser tema de conversa,na 2ª, dos arqueólogos que trabalham em Silhades.Pó,pedras e ovelhas.A foto da ponte devia ser editada em postal, no dia da inauguração da barragem.
    António G.

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    1. Alguma razão em especial o leva a propor a edição dessa foto em postal aquando da inauguração da barragem?
      A barragem não resolve o problema dos anos secos, porque isso nunca foi um problema...
      Os anos secos fazem parte dos ciclos hidrológicos característicos destes rios. É justamente desses ciclos que resulta a singularidade do Sabor. Ciclos de definhamento seguidos de renovação e pujança. Ciclos de morte e de vida renascida que serão quebrados.
      Qual será a melhor realidade? Esta é uma pergunta com mil respostas possíveis. O tempo falará.
      Entretanto acautelemos a memória futura. Afinal, creio que é o propósito último destas imagens.
      Ribeirão

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  2. Parabéns professor.Sempre a bombar!Viva o Felgar.

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    1. Para recordar, através das imagens,convirá dizer que as Olgas do Rio com as casas e a Igreja de S.Lourenço já centenária em Silhades foram companheiras e alimentaram gerações e gerações de felgarenses e outros humanos antes deles como a recente descoberta do cemitério medieval e outros achados mais antigos o comprovam.Nunca como agora Silhades e toda a vacia hidrográfica do Felgar andou tanto nas bocas de jornais e de meio mundo. Pelas boas e más razões conforme o ângulo ou a perspectiva em que nos situarmos.Milhares de ovelhas, de peixes,rolas,coelhos, perdizes,lontras,aves peixeiras, lagartos, cobras, lagartos, lobos,raposas e outras dezenas de animais viveram e morreram nas margens do nosso Rio Sabor.Na Natureza nada se perde e tudo se transforma era o que nos ensinavam os antigos. Mas creio que não será bem assim. Pois parte da natureza e da beleza selvagem e humanizada de Silhades e suas vizinhas,qual dádiva de Deus e transformada para e pelos homens vai sofrer uma alteração irreversível quando a albufeira do Baixo Sabor a inundar. Nunca mais será a mesma. Ficarão as memórias: umas boas e outras nem tanto que os homens actuais poderão transportar consigo para os vindouros. E também os relatos escritos da imprensa e as imagens registadas pelo António Manuel Teixeira e outros que como eu gostam do cheiro, das cores e do caudal mais intenso ou quase seco de verões escaldantes. A ponte sem cálculos de engenheiros encartados serviu bem as populações durante os cerca de 40 anos que já tem. Fica ali mesmo na foz do Ribeiro do Pido, trazendo as águas nascentes no Carvalhal, Lamelas,Ribeirão,Favacal e do termo do Larinho. Do outro lado,na margem direita do Sabor fica a velhinha Azenha que muitos saqueados ou alqueires de cereal terá moído alimentando seus donos e concidadãos. Mais acima as ovelhas em finais de Agosto,vão se libertando da mosca e iniciam o seu dia de alimento que entrará pela noite adentro depois de mordiscarem umas folhas secas e bebericado a água do nosso Rio..Se a folha da amendoeira já estiver madura é certo e sabido que o gado se alimentará melhor..São estas e outras imagens que nos vão entranhando no sangue e na memória que somos. Até um dia!

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  3. sim senhor artur disséstes tudo , é uma tristeza mas infelizmente jà està tudo dito e redito, temos que nos contentar

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  4. Artur Salgado devia aparecer mais vezes.Rigor,conhecimento e boa escrita são coisas tão raras como os achados de Silhades.Não há mais fotos ?
    Leitor

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    1. Acrescentemos agora um pequena memória,de um acontecimento ocorrido e vivido por mim nos idos de 1980 ou 1981.Era inverno e a cheia aproximava-se.Pela tardinha, quase no lusco-fusco estando eu "pastor"e professor em Freixo de Espada-à Cinta naquele ano, tive necessidade de permanecer em propriedade familiar em Silhades pois meus pais e respectivas ovelhas não podiam passar para a margem esquerda do rio nem podiam vir passar uns dias ao Felgar..Pela tardinha, como dizia,deparei-me com o jornaleiro Braga de alcunha e empregado da Dona Lola viúva de um outro Artur Salgado também de Felgar.O Ti Adriano Braga acaba a jorna das lavragens de oliveiras e amendoeiras e tenta rumar ao Felgar.Reticente entra na ponte feita a expensas da Junta de freguesia.Acompanham-no dois machos.Ele vai montado no da frente enquanto o segundo segue pela arreata presa ao cornicho da albarda da besta sua companheira. As cachoeiras impetuosas galgam já a pequena ponte que agora a fotografia nos mostra ressequida.È um equilíbrio instável para o Ti Adriano e os dois animais. Ás tantas a besta traseira não aguenta a fúria das águas.Desequilibra-se e é arrastada para as águas revoltosas e para as pedras roladas que muitas delas agora vemos junto do pontão. O pobre do animal estrebucha e tenta levantar-se. Não consegue e é arrastado. Tive vontade de me lançar à agua e tentar salvá -lo. Era impossível e corria o risco de lá ficar também.Ficámos tristes eu, o ti Adriano e o outro macho,duplo companheiro. A impressão foi tão forte que nos emocionámos pelo trágico do acontecimento e ela impossibilidade de podermos salvar o animal. De noite sonhei com aquelas imagens do pobre animal a estrebuchar e a ser tragado pelas águas.Deve ter sido arrastado até ao termo do Larinho, lá para os lados onde hoje se ergue a Barragem do Baixo Sabor..... Memórias.

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  5. O rio ja vai sem água?!?!?
    António Macedo

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    1. As imagens reportam-se a 2005, caro António Macedo

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