segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fermentos de Liberdade,por António Sá Gué

Apresentações:


- FNAC de Santa Catarina no Porto, no dia 26 de Janeiro de 2012 (quinta-feira), pelas 18H00;


- Auditório da Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira, em Vila Real, no dia 28 de Janeiro de 2012 (sábado), pelas 16h00
 
 
 
 
  SINOPSE de Fermento de Liberdade
Tempos houve, e não estão muito distantes, em que o regime salazarista continuado pelo caetanismo se enraizava na sociedade através de dois fortes espigões. A polícia, que se apelidava de defesa do estado, de longos e sinuosos braços, e por um exército ufanado por um oco prestígio, adormecido, também ele, à sombra do obscurantismo do povo, alfobre dessas duas vértebras que o mantinham erecto.
Esses três princípios, força, medo e obscurantismo, que norteavam a sociedade da época, e que este livro tenta personificar, minaram-na, criaram injustiças profundas, apodreceram-na de tal forma que, de repente, a parede assente nesses valores desprezíveis, ruiu. Desmoronou-se no 25 de Abril.
O Zé Bernardo, transmontano de nascença, transplantado para a ilha do Porto, há-de ser facilmente recrutado pela polícia, e irá vicejar. O Coronel Fontelo, também transmontano, que presta serviço a um estado leal e nobre, qualidades, que sempre lhe ensinaram a reconhecer, lentamente, vai tomando consciência das invirtudes desse estado, consciência essa obtida em consequência da sua vida familiar.
A Marília, a sua filha, devido ao seu feitio revolucionário vê-se envolvida nas lutas estudantis nos anos 60. É perseguida e refugia-se em França, onde toma contacto com a resistência organizada em Paris. Volta. É nesse regresso que é presa pela PIDE e esse é o leitmotiv para a alma do coronel Fontelo que, perante factos familiares, vai ser tocada pelas injustiças e malvadez do regime e acabará por entrar na porta da democracia, que se adivinha.

5 comentários:

  1. Porque o escritor é transmontano,porque as personagens são transmontanas,por eu própria ser transmontana e ter participado nas lutas estudantis dos anos 60,pelo que imagino na sinopse qual será o conteúdo deste novo livro de Sá Gué,é grande o meu interesse em o ler.
    Desejo ao autor muito sucesso.

    Uma moncorvense

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  2. parabens António, este tema leva-nos a refletir sobre uma outra realidade as injustiças continuam...a democracia soa a oco e a liberdade continua nossa mas o preço da mesma inflacionou. admiro o teu trabalho e o uso que fazes dessa liberdade, abraço transmontano.

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    1. Tempos houve, não muito distantes,que na nossa mocidade, adormecidos sob a anquilosada "necessidade" imposta pelas normas vigentes quase eram obrigados a pedir a bençâo ao ilustre senhor curador das almas das nossas santas terrinhas. A Constituição de 1933, sacrossanta, e imposta pelas abstenções era o cimento agregador da trilogia:Deus, Pátria e Família. A Igreja, qual mátria beata,associava-se ao Exército guardião de virtudes balofas.O Presidente da Junta com o beneplácito do Administrador do Concelho era a voz do dono e os ouvidos se coruja que conjuntamente com o Chefe dos Correios ia esquadrinhando a vida pobre de algum mais questionador e crítico.Assim corriam os dias da Traulitãnia,vesga e anacrónica. Quem não conhece as estórias de tantos que, vendido o burro e pedidos emprestados uns contos de réis, se abalançava a entregar o seu destino próximo a passasadores, por vezes exploradores e videirinhos. Sim muitos tinham à perna a PIDE que a troco de uns míseros escudos pagos aos bufos assumiam a vigilãncia de defesa inaudita das boas virtudes salazarentas..De muitas, apenas recordo uma ou duas passagens de homens da minha terra e outras que me questionaram enquanto estudante em Bragança..Para não melindrar ninguém e (entre parêntesis)apenas digo que pessoa influente da minha terra mandou prender parente por este ter deixado de trabalhar para ele e se ter aventurado pelos caminhos de Barca de Alva até terras de Aragança com o Maio de 68 à espera.. Outro felgarense, na altura que ainda se lavava a roupa na Gricha, pela tardinha diz o Ti Chico Escuro para as lavadeiras: " Oh mulheres vou para a França, enquanto lhes mostrava a taleiga dependurada no braço.Com a verdade me enganas diz o povo e o Ti Escuro ao dizer aquilo estava a querer dizer para a França não vou eu! Não vá a PIDE ouvir. Mas lá no íntimo e na ponta da língua estava a verdade do desejo..Outros ou outros, fortes e graúdos de cabedais que não de honra dziam: por cinco escudos cag.-.. na palavra. O outro que comigo, contestatário, arrendou o mesmo pasto duas vezes e em simultâneo. Confrontado com a situação responde-me:" aquilo é meu e faço o que quiser".Retorqui-lhe que tal não era de Homem..Enfim outra dignitária do regime M.. J..Trigueiros face a um texto do tipo neo-realista parapacato jornal de parede de Liceu, chama-me á pedra se assumia o que escrevia..Poucos dias depois surge o 25 de Abril e nas manifestações da cidade não vi tal figura grada, pequenina e repenicada. Era só virtudes..

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  3. Eu estive lá para dar um grande abraço ao Sá Gué e desejar muito êxito a esta nova obra do nosso amigo e conterrãneo. Recebi um caloroso abraço e a Júlia Biló recebeu uma belíssima dedicatória. Dia ganho.

    NOTA . AINDA NÃO SOU EU QUEM ESCREVE ESTAS LINHAS.SÓ DENTRO DE 3 A 4 SEMANAS ESTAREI OPERACIONAL.

    ABRAÇOS
    JÚLIA

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  4. Foi muito emocionante encontrar a júlia. Não estava à espera! Um grande abraço e as melhoras.

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