O presidente da Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS) defendeu hoje a reativação da linha ferroviária do Sabor, para servir a região e permitir a ligação às minas de ferro de Moncorvo.
Autarcas do Douro Superior reclamam recuperação da linha ferroviária do Sabor
Sou da opinião que devem ser repropostos os carris no canal da antiga via férrea do Sabor", desativada no final dos anos de 1980, num momento em que "se verifica um aumento sistemáticos dos combustíveis e as via rápidas que ligam ao Litoral têm de ser pagas".
A isso se soma as negociações do Estado português com investidores australianos nas minas de ferro do Carvalhal, Torre de Moncorvo, que constitui "uma oportunidade única para toda a região nordestina, que temos de saber agarrar", disse o autarca, numa posição que é também suportada pelo empresário Henrique Neto, há muito um defensor da ferrovia
"Se o governo está a negociar o investimento, é irreversível que tenha de haver uma linha de caminho de ferro. Quem a paga - se é o investidor, se é o Estado - não faço ideia, agora que tem de haver caminho-de-ferro, sobre isso não há duvida", acrescentou
O empresário Henrique Neto não tem dúvidas que esse investimento "obriga" à existência de uma linha de comboios porque "uma mina como essa não vai funcionar sem um caminho-de-ferro até um porto"
Por seu turno, o presidente da AMDS, que agrega os concelhos de Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, sustenta que "o caminho-de-ferro é um elemento estratégico para a promoção económica do Interior não para o transporte de mercadorias, mas também uma como forma de potenciar o turismo na região".
O também autarca prefere que o transporte de minério seja feito pela ferrovia, permitindo a reabertura da via, mesmo que sejam necessários alguns investimentos para resolver os problemas: Se somos capazes de furar montanhas, por que não ativar de novo o total ou parte do traçado da via férrea que ligava o Pocinho a Miranda do Douro e que atravessava os concelhos de Moncorvo, Freixo de Espada e Mogadouro?"
A linha do Sabor fazia a ligação entre a estação do Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) a Duas Igrejas (Miranda do Douro).Fonte : LUSA - Agência de Notícias de Portugal
Fotografias: arquivo do blogue
A linha do Sabor aparece citada no processo Face Oculta que está relacionado com alegados casos de corrupção e outros crimes económicos ligados ao negócio de sucatas e que, a 8 de novembro, começará a ser julgado no Tribunal de Aveiro.
ResponderEliminarDesmantelamento da Linha do Sabor citado no caso Face Oculta por suspeita de favorecimento e corrupção
De acordo com a investigação, em março de 2009, Manuel Guiomar, um quadro da Refer, terá contactado Manuel Godinho, principal arguido no processo, para o informar que iriam ser lançados concursos públicos para levantamento da linhas do Sabor e de Vila Viçosa.
Os investigadores apuraram ainda que, além de informar o empresário das sucatas sobre os concursos e consultas públicas de adjudicação dos contratos para a recolha e tratamento de resíduos a lançar pela Refer, a troco de contrapartidas, Guiomar também lhe revelaria a identidade dos concorrentes.
Estas informações, naturalmente, colocavam numa situação privilegiada o empresário dono da O2 - Tratamentos e Limpeza Ambientais, de Ovar, que assim ganhou contratos.
A reativação da linha do Sabor foi hoje defendida pela associação de autarcas local depois de investidores australianos estarem a negociar a reativação das minas de ferro do Carvalhal, em Torre de Moncorvo.
LUSA - Agência de Notícias de Portugal
Torre de Moncorvo: Investimento para exploração de ferro
ResponderEliminarMil milhões para cem anos
É um dos maiores investimentos estrangeiro previstos para o País e será um contributo de peso para o desenvolvimento económico nacional
O Ministério da Economia confirmou ontem que está em negociações com a maior empresa de minas do Mundo, a anglo-australiana Rio Tinto, que pretende investir mil milhões de euros na exploração de ferro em Portugal, num projecto para durar cem anos. Trata-se das jazidas de Torre de Moncorvo, as segundas maiores da Europa e onde há ferro a céu aberto. Engenheiros geotécnicos da região, autarcas e população de Torre de Moncorvo ficaram satisfeitos com a notícia, mas estão com "muitas dúvidas" porque para a ideia avançar é necessário investir "muitos milhões de euros" em vias de comunicação (ferroviário e fluvial) e noutras infra-estruturas.
O investimento está a ser negociado entre o Governo, a Minning Rechnology Investments – empresa que detém a concessão da mina até 2070 – e a Rio Tinto. As jazidas de Torre de Moncorvo têm 600 milhões de toneladas de minério e mil milhões de toneladas de recursos indeferidos.
A preços de mercado actual, as reservas valem 58,2 mil milhões de euros, um terço da riqueza anual gerada em Portugal. Se o investimento avançar e o Estado receber 9% das receitas geradas – como foi negociado com a Repsol para exploração de gás natural no Algarve – Portugal receberá, durante 50 anos 5,2 mil milhões de euros.
"Será o Euromilhões para a economia da região", diz Fernando Gil, engenheiro geotécnico que há 25 anos participou num projecto igual, que não avançou. O projecto criará 450 postos de trabalho directos e 800 indirectos em Trás-os-Montes. Além disso, será um motor importante das exportações e provocará a valorização da linha ferroviária do Douro a navegabilidade do rio, que agora apenas é aproveitada para fins turísticos
MINAS CHEGARAM A TER 1500 TRABALHADORES
As minas de Torre de Moncorvo começaram a ser exploradas em 1950 por uma empresa alemã. Nessa altura, foi a maior firma empregadora de mão-de-obra da região: contou com a colaboração de 1500 mineiros. Em 1976, a Ferrominas foi nacionalizada, e com a desvalorização do ferro foi morrendo lentamente até ao fecho de portas, em 1983.
CONCELHO ENVELHECIDO E DESERTIFICADO
O concelho de Torre de Moncorvo, distrito de Bragança, tem nove mil habitantes. "Doze por cento da população tem mais de 75 anos", lamenta-se o presidente da autarquia. A exploração das minas criará mais de 400 postos de trabalho, o mesmo número de pessoas actualmente inscritas no centro de emprego local.
DISCURSO DIRECTO
"MUNICÍPIO COMPENSADO", Aires Ferreira, Pres. Câmara de Torre de Moncorvo
CM – Acredita na concretização do investimento de mil milhões de euros nas minas?
– Acredito que a curto prazo vai ser explorado ferro nas nossas minas, porque o preço do minério está a ficar atractivo.
– As minas vão ser ouro para o município ...
– Não sei, nos últimos anos as minas só nos deram prejuízo. Era para ser construído um parque eólico naqueles terrenos e a empresa MTI inviabilizou o investimento que representava 10 milhões de euros para o município, 3,7 milhões já este ano.
– Espera por contrapartidas?
– O município vai ter de ser compensado. Além disso, temos de ter em conta o impacte ambiental, porque a exploração vai ser feita a céu aberto.
Correio da Manhã -23/10
Luis Goncalves disse:Estou 100% de acordo ! E se o governo ainda se puser com questoes e salamaleques perante uma necessidade ferroviaria mais do que óbvia e estratégica para uma região, entao só temos aí mais uma prova clarissima de que o poder central age com... má fé contra o sistema ferroviario em Portugal e que ao faze-lo certamente nao esta importado com o desenvolvimento economico e social das regioes. Ou quererá talvez defender outros interesses relacionados com outros meios de transporte.....Como cidadão vou ficar para ver os proximos episodios....nos os proximos dias, espero eu. Sim, porque eu espero que agora o governo nao fique entretido durante um ano para discutir a aceitacao e a implementação do projecto
ResponderEliminarO presidente da Associação de Municípios do Douro Superior e da Câmara de Mogadouro, Moraes Machado, congratulou-se hoje com o investimento anunciado para as minas de ferro de Moncorvo, considerando que "terá repercussões muito favoráveis para a região".
ResponderEliminarOs australianos da Rio Tinto, a maior empresa de minas do mundo, querem investir cerca de mil milhões de euros na exploração de ferro em Portugal e o projecto deverá ser realizado nas minas de Torre de Moncorvo, em Trás-os-Montes, um dos maiores depósitos de minério de ferro da Europa.
Ouvido pela Lusa sobre o interesse da Rio Tinto, já confirmado pelo Governo, Moraes Machado considerou que se trata de "um investimento a realizar por uma empresa de alta credibilidade e de potencial económico, o que é altamente favorável para o distrito".
"Tudo o que seja investir aqui na nossa terra, neste Interior votado ao ostracismo pelo poder central, acho bem. Nós não conseguimos aqui investimento de espécie nenhuma e eu tenho dito várias vezes que os autarcas, nomeadamente em Mogadouro, já fizeram tudo quanto deviam no sentido de dotar os municípios das infraestruturas e equipamentos necessários", disse.
Assim, o autarca que preside também à Associação de Municípios do Douro Superior, que integra Mogadouro, Moncorvo, Foz Côa e Freixo de Espada à Cinta, considera que "o que falta para evitar o despovoamento é emprego" e nesse sentido, este investimento "é um boa notícia".
"Apesar de ir ocupar o território de Moncorvo, terá repercussões sobre o distrito se as coisas forem bem orientadas", frisou.
Lusa
Manifesto aponta Linha do Douro como a ligação mais lógica entre Leixões e a Europa
ResponderEliminarAutarquias alegam que o escoamento de mercadorias pela futura linha de alta velocidade Aveiro-Salamanca será mais cara. Pedem modernização da Linha do Douro, e até Barca de Alva
Que venham bons ventos, para MONCORVO e para todos, a ver se a gente sai deste marasmo em que PORTUGAL se debate!
ResponderEliminarA.A.
O percurso do Comboio Histórico do Douro pode estar em causa devido à falta de parceiros para ajudar a CP a financiar o serviço.
ResponderEliminarFonte da empresa adiantou à Lusa que, só este ano, o serviço custou 150 mil euros. Durante o verão, a locomotiva a vapor percorreu os 46 quilómetros que separam o Peso da Régua do Tua (concelho de Carrazeda de Ansiães), numa viagem com o rio Douro como pano de fundo.
De acordo com Ana Portela, do departamento de comunicação da CP, é a empresa que suporta a totalidade dos custos, incluindo o investimento na preparação do material circulante para cada campanha. O balanço do serviço é negativo, embora tenha apresentado uma significativa melhoria em 2011 - cerca de 60.000 euros negativos - por comparação a 2010 - cerca de 110.000 euros negativos.
Este ano, os custos superaram os 150 mil euros e a receita registou pouco mais de 90 mil, cenário que levou a CP a admitir que “a continuidade do produto está em causa". "Caso não exista possibilidade de o viabilizar, quer através de parcerias com instituições ligadas ao Turismo do Douro, quer através de entidades privadas, a CP não poderá continuar a suportar os prejuízos que dele decorrem", lamentou Ana Portela.
Helder Moço disse:Sou também 100% solidário . Sempre que tomo conhecimento ou leio algo sobre a serventia das linhas do douro e sabor, etç. mexe bastante com os meus sentimentos de cidadão espoliado
ResponderEliminarLuís Manuel Branquinho Pinto disse: Depois da construção da ecopista que deu um péssimo sinal de resignação e desistência por parte do poder local em relação à Linha do Sabor esta situação é muito irónica.
ResponderEliminarCarmen Guerra disse:Mudam-se os "Ventos", mudam-se as Vontades! ... e "Ventos" de alta tensão, começam agora a cheirar a Ferro. As gentes de Moncorvo andam em maré de sorte...ou será azar?!! Quem sabe!?...
ResponderEliminarBarragem do Sabor
ResponderEliminarCimento transportado
por via-férrea
O transporte de cimento entre os entrepostos de Maia, Godim e Pocinho cresceu 20%
com a construção, em curso da barragem do Sabor. A informação é da CP Carga, que
tem levado mais comboios ao Pocinho, onde está o entreposto de cimento da Cimpor que abastece a barragem do Sabor. E, segundo a empresa, a resposta às solicitações da obra só não é maior por estar limitada pela capacidade de armazenagem dos entrepostos de mercadorias. Esta é uma realidade que poderá ser alterada, caso se concretize a intenção de investimento de multinacionais nas minas de ferro de Torre de Moncorvo. Este interesse nas minas levou ontem vários autarcas da região a pedirem a reabertura da Linha do Sabor. Na Linha do Douro, o troço Régua-Pocinho
constava da lista de troços a encerrar entregue à troika, mas o acréscimo de passageiros que vem registando e a importância do tráfego de mercadorias até ao Pocinho salvaram-no, por ora.
Público • Domingo 23 Outubro 2011
Não deixa de ser irónico que os autarcas que louvam a maior empresa de minas a nivel mundial venham tentar impor que o escoamento do minério seja feito por via ferroviária. Acaso julgarão que os responsáveis da empresa decidem baseados em impulsos e vontades? O estudo do escoamento do ferro está feito e mais que feito e tem por permissas directivas económicas de viabilidade e sustentabilidade. Se os nossos governantes seguissem a mesma linha directora e se deixassem de opinar em casa alheia teriam de certeza as contas públicas que gerem em melhor situação.
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