Alma Ferro Grupo de Teatro festejou o seu terceiro aniversário no dia 17 de Setembro com uma exposição diferente e original.
Assim, o Salão Nobre da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, transformou-se num imenso palco onde foram representados excertos das obras teatrais trabalhadas pelo grupo, num ambiente povoado de cenários e adereços.
Algumas vitrinas, colocadas estrategicamente, contavam um pouco da história do teatro português, alguns excertos de entrevistas feitas ao Alma de Ferro – Grupo de Teatro, bem como um pouco da vida, ainda curta mas bem repleta, deste grupo.
A exposição abriu com o Jasmim, um pequeno boneco que vivia num sótão escuro, esquecido dentro dum baú. Dos outros trabalhos expostos, salientamos os três últimos: “Falar Verdade a Mentir”, “As Rainhas Magas” e “Deus lhe pague”.
Inesperadamente, apareceu o Dr. Campos Monteiro que numa “visita” cheia de significado contou um pouco da sua vida.
A festa continuou no pátio da biblioteca onde foram cantados os parabéns.
Agradecemos a presença de todos que quiseram celebrar connosco este dia tão especial, deixando um agradecimento muito especial ao nosso colega o ator José Rachado que apesar de, neste dia, se encontrar longe das terras portuguesas também foi lembrado. E como ele, todos os profissionais que no Alma de Ferro – Grupo de Teatro deram os primeiros passos na representação.
A exposição estará patente na Sala multiuso da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, até ao fim do mês Setembro. Não perca esta oportunidade.
TEXTO E FOTOS do Alma de Ferro - Grupo de Teatro
"O actor acende a boca. Depois os cabelos.
ResponderEliminarFinge as suas caras nas poças interiores.
O actor põe e tira a cabeça
de búfalo. De veado. De rinoceronte.
Põe flores nos cornos.
Ninguém ama tão desalmadamente como o actor.
O actor acende os pés e as mãos.
Fala devagar.
Parece que se difunde aos bocados.
Bocado estrela.
Bocado janela para fora.
Outro bocado gruta para dentro.
O actor toma as coisas para deitar fogo ao pequeno talento humano.
O actor estala como sal queimado.
Ninguém ama tão publicamente como o actor. Como o secreto actor.
Em estado de graça. Em compacto estado de pureza.
O actor ama em acção de estrela. Acção de mímica.
O actor é um tenebroso recolhimento de onde brota a pantomina.
O actor vê aparecer a manhã sobre a cama. Vê a cobra entre as pernas.
O actor vê fulminantemente como é puro.
Ninguém ama o teatro essencial como o actor.
Como a essência do amor do actor. O teatro geral.
O actor em estado geral de graça."
Herberto Hélder
Alma de Ferro -tão novinho (só três anos) e já com uma vida tão cheia!Tenho a certeza de que a exposição é notável e tenho muita pena de não estar em Moncorvo para a poder apreciar.
ResponderEliminarParabéns e felicidades para todo o grupo.
Uma moncorvense
Não sei cantar. Se soubesse, entoaria o poema de Herberto Helder. Entoaria, sim, porque a música está dentro do poema. E dedicaria a canção ao Grupo Alma de Ferro.
ResponderEliminarComo não sei cantar, deixo-vos aqui milhões de parabéns pelo vosso magnífico trabalho já realizado e desejo-vos todo o êxito do mundo para os vossos trabalhos presentes e futuros.
Abração
Júlia