Foi, com certeza, na rua do cano pq eu ainda me lembro de falarem nisso. Eu acho que rua do cano é a que vem da "soiteira" para a praça; ou essa é q é a das flores?
O acidente referido na notícia deu-se na Rua das Flores, em movimentado dia de feira em Moncorvo. A causa do acidente terá sido provocado pelo facto de o motorista da camioneta se ter desviado para o lado direito da rua (sentido Praça-Igreja de Moncorvo)para permitir que um animal de carga pudesse cruzar melhor com a viatura(!!).Em consequência esmagou a vítima contra a parte saliente de uma janela quase térrea que na altura existia na referida rua. Entre a posição da vítima e o local onde eu estava apenas mediava a porta de um estabelecimento. Eu fui arrastado pela camioneta, rodei sobre mim mesmo e a minha sorte foi ter encontrado a referida porta da loja, para onde cai inanimado. O estudante da notícia , que é o autor deste comentário, felizmente teve melhor sorte e cá continua para contar melhor o acidente. Devo dizer que fiquei seriamente contundido na zona torácico/abdominal e efectivamente parti a clavícula esquerda. Fui de seguida transportado para o consultório na casa do dr. Chico (Francisco Salgado), situada na mesma rua, por cima do estabelecimento do sr. Mateus, onde fui primeiramente assitido. Segui depois para minha casa onde permaneci imobilizado e com dores durante alguns dias. Seguiram-se algumas peripécias( a esta distância temporal pitorecas, mas na altura nem tanto!), entre as quais o facto de também ter sido assistido pelo endireita Paixão, que tentou resolver, sem sucesso, a fractura da clavícula utilizando uma tala de madeira e azeite, para recolocar o osso da clavícula partida na sua posição corecta. Acabei por ser mais tarde operado no hospital de Santa Maria, no Porto (e não em Coimbra, como refere a noticia). Devo dizer, em abono da verdade e do endireita, que a técnica utilizada pelo cirugião que me operou se baseou no mesmo princípio utilisado pelo endireita Paixão: manutençâo da clavícula na sua posição natural,imobilizada, apoiada num estilete metálico que ficou em contacto com o osso, debaixo da pele e que só foi retirado depois da consolidação da clavícula na zona da fractura.Portanto, entre o insucesso do Paixão e o sucesso do cirugião, apenas mediou uma diferente evolução tecnológica. Estive cerca de um mês em convalescensa naquele hospital do Porto, onde tive uma das experiências mais marcantes da vida nas conversas que mantive com os meus colegas de enfermaria:eu um jovem de 13 anos e eles adultos, quase todos acidentados graves (paraplégicos, etc) e com outras vivências, resultantes de quedas e outros desastres ocorridos em obras da construção civil. Também esta permanência no hospital, por um período dilatado, representou o primeiro afastamento do seio familiar para que eu não estava preparado. Finalmente e para que conste, houve o julgamento do caso no tribunal de Moncorvo, sendo o dr. Amàvel o advogado que defendeu a vítima. Eu, felizmente, recuperei bem e nada reclamei.Também acabei por não ser prejudicado nos estudos. Já agora, por curiosidade, pergunto à Carina Teixeira em que jornal foi publicada notícia em apreço. António Pimenta Monteiro
Esta notícia saíu no jornal "A TORRE"e em vários jornais nacionais assim como nos jornais das nossas comunidades de emigrantes.Também gostava de saber em que jornal a drªCarina Teixeira foi buscar esta noticia. Leitor
Encontrei a notícia no Diário de Notícias (publicado nos EUA). Esta notícia foi publicada no dia 05 de Maio de 1955. Deixo aqui o site: http://www.lib.umassd.edu/archives/paa/diario.html
Foi ou nas "Quatro Esquinas" ou na Rua das Flores.
ResponderEliminarJúlia
Foi, com certeza, na rua do cano pq eu ainda me lembro de falarem nisso. Eu acho que rua do cano é a que vem da "soiteira" para a praça; ou essa é q é a das flores?
ResponderEliminarO acidente referido na notícia deu-se na Rua das Flores, em movimentado dia de feira em Moncorvo. A causa do acidente terá sido provocado pelo facto de o motorista da camioneta se ter desviado para o lado direito da rua (sentido Praça-Igreja de Moncorvo)para permitir que um animal de carga pudesse cruzar melhor com a viatura(!!).Em consequência esmagou a vítima contra a parte saliente de uma janela quase térrea que na altura existia na referida rua. Entre a posição da vítima e o local onde eu estava apenas mediava a porta de um estabelecimento. Eu fui arrastado pela camioneta, rodei sobre mim mesmo e a minha sorte foi ter encontrado a referida porta da loja, para onde cai inanimado. O estudante da notícia , que é o autor deste comentário, felizmente teve melhor sorte e cá continua para contar melhor o acidente. Devo dizer que fiquei seriamente contundido na zona torácico/abdominal e efectivamente parti a clavícula esquerda. Fui de seguida transportado para o consultório na casa do dr. Chico (Francisco Salgado), situada na mesma rua, por cima do estabelecimento do sr. Mateus, onde fui primeiramente assitido. Segui depois para minha casa onde permaneci imobilizado e com dores durante alguns dias. Seguiram-se algumas peripécias( a esta distância temporal pitorecas, mas na altura nem tanto!), entre as quais o facto de também ter sido assistido pelo endireita Paixão, que tentou resolver, sem sucesso, a fractura da clavícula utilizando uma tala de madeira e azeite, para recolocar o osso da clavícula partida na sua posição corecta.
ResponderEliminarAcabei por ser mais tarde operado no hospital de Santa Maria, no Porto (e não em Coimbra, como refere a noticia).
Devo dizer, em abono da verdade e do endireita, que a técnica utilizada pelo cirugião que me operou se baseou no mesmo princípio utilisado pelo endireita Paixão: manutençâo da clavícula na sua posição natural,imobilizada, apoiada num estilete metálico que ficou em contacto com o osso, debaixo da pele e que só foi retirado depois da consolidação da clavícula na zona da fractura.Portanto, entre o insucesso do Paixão e o sucesso do cirugião, apenas mediou uma diferente evolução tecnológica.
Estive cerca de um mês em convalescensa naquele hospital do Porto, onde tive uma das experiências mais marcantes da vida nas conversas que mantive com os meus colegas de enfermaria:eu um jovem de 13 anos e eles adultos, quase todos acidentados graves (paraplégicos, etc) e com outras vivências, resultantes de quedas e outros desastres ocorridos em obras da construção civil.
Também esta permanência no hospital, por um período dilatado, representou o primeiro afastamento do seio familiar para que eu não estava preparado.
Finalmente e para que conste, houve o julgamento do caso no tribunal de Moncorvo, sendo o dr. Amàvel o advogado que defendeu a vítima. Eu, felizmente, recuperei bem e nada reclamei.Também acabei por não ser prejudicado nos estudos.
Já agora, por curiosidade, pergunto à Carina Teixeira em que jornal foi publicada notícia em apreço.
António Pimenta Monteiro
A Rua do Cano, ou R. Visconde de Vila Maior, vem da Fonte de Santo António para a Praça.
ResponderEliminarJúlia
Esta notícia saíu no jornal "A TORRE"e em vários jornais nacionais assim como nos jornais das nossas comunidades de emigrantes.Também gostava de saber em que jornal a drªCarina Teixeira foi buscar esta noticia.
ResponderEliminarLeitor
Encontrei a notícia no Diário de Notícias (publicado nos EUA). Esta notícia foi publicada no dia 05 de Maio de 1955. Deixo aqui o site:
ResponderEliminarhttp://www.lib.umassd.edu/archives/paa/diario.html