terça-feira, 23 de novembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - MAÇORES (SÃO MARTINHO)

7 comentários:

  1. Estas são mesmo fotos para o Filipe comentar.O balde é sempre o mesmo? Quem dá o vinho? Quem tem direito a beber?Como aparece um gaiteiro que só exinte no planalto mirandês?Como tratam a ressaca?Em Maçores há bom vinho ou é do Peredo?

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  2. O miudo em frente ao caldeiro é mesmo o pai do Filipe Camelo, uma foto tão ternurenta de seu pai, excelente registo! foto cedida pelo Nucleo Museológico da fotografia do Douro Superior.

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  3. Olá companheiros:
    A caldeira havia mesmo de ser sempre a mesma, mas não. Todos os anos, ou pelo menos quase todos os anos, na feira do dia 8 de Novembro, a comissão de festas, lá compra uma caldeira, para ser usada nesse ano. Depois de usada, lá há sempre que fique com ela a troco da sua compra. Quem dá o vinho... é o povo. De manhã, quando chega o gaiteiro, agarramos na caldeira e vai com o coro de homens, a cantar pela aldeia, de adega em adega, a pedir vinho para a caldeira, até que encha. À medida que se vai bebendo, vai-se enchendo para que nada falte. Acerca de quem tem direito a beber pela caldeira... todas as pessoas, desde as crianças, aos homens e mulheres também. É costume, mandar parar os carros que atravessam a aldeia e ordenar aos condutores e passageiros que saiam do veículo e que venham beber connosco pela caldeira. Acreditai, que noutros tempos, faziamos de propósito para estarmos com a caldeira na estrada, à hora da chegada do autocarro, aí sim, vinha o pessoal todo. O Óscar e o João de Ligares, já sabiam, nem era preciso gastar muito tempo a explicar-lhes ali as regras locais. Eles, travavam o "bus", saíam e íam logo para a caldeira, atrás deles, os estudantes que matavam ali a sede, com uma "pingaça" das nossas parreiras.
    O Gaiteiro... aqui está mais um tema que os musicologos poderiam explorar, senão reparem: tradicionalmente, os gaiteiros das terras de Miranda, actuam acompanhados por um caixeiro e um bombo. No pretérito, comparecia em Maçores, um gaiteiro que trazia com ele um acordeonista, que até era cego, mas alinhava como os outros. Isto para dizer apenas isto, Maçores é o único local conhecido, em que as festividades decorrem , com a presença apenas de um gaiteiro. Ultimamente, lá têm vindo um grupo de tocadores tipicamente Mirandeses, porém eu, disse e manterei a minha palavra, sou contra outro instrumento musical, que acompanhe a gaita de foles.
    O tratar da ressaca... é fácil. 4 dias de festas em 2010, ou seja de quinta a domingo, eu não me recordo de ressacar da "buba". Quem acompanhe um Maçorano nestes dias, terá de ter mais força que o "Obelix". Houve uns poucos, assim como eu, que nos mantivemos ali, fieis à tradição.
    Se em Maçores há bom vinho ou se é do Peredo...bem... o vinho que se bebe no S. Martinho é lá de Maçores. Se é bom? É. É bom e é à borla. Do Peredo, se por lá houver alguma pinga que valha a pena beber, alguma pinga boa para acompanhar umas alheiras e umas nabiças, pois o pessoal do Peredo, que ganhe coragem de cá vir a Maçores a mostrar o que de bom poderão lá ter.

    Respondendo ao Paulo:
    Sim, é mesmo o meu pai. Tal pai ... tal filho. Desde pequenos que começamos logo a acompanhar a caldeira.
    Paulo, na Associação de Maçores, ao canto do balcão, existe um quadro com esta fotografia, oferecida pelo Zé Rego. Data essa foto de 1953.
    Sempre que vou à Associação, é nesse canto e junto a essa foto que me encontro. Perto dos antigos da minha aldeia e claro, perto do meu pai e mais, gosto de ficar lá ao canto, porque ao menos sempre fico mais amparado.

    Cmps
    Filipe Camelo

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  4. Rui Rendeiro Sousa :Ainda um dia hei-de arranjar forma de ir beber do caldeiro. :)

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  5. António Magalhães: Ou duma corcha de cortiça, como na fotografia, com água da fonte de Juncais em brunhoso:

    http://www.bragancanet.pt/brunhoso/copoio.htm

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  6. Rui Rendeiro Sousa :Ao contrário da novidade que representará "buber ua pinga" de um caldeiro, saciar a sede através de uma corcha já não o será. Mas também é coisa que já não faço há anos.

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  7. António Magalhães :AH! A auga strag'ós caminhos! Inda se fosse buber uma pinga por uma bota! Agôra auga! Olhá cumbeniência!

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