I
Sendo o azeite a principal cultura agrícola do concelho, ao início da campanha da colheita da azeitona, os trabalhadores jornaleiros resolveram unir-se e reivindicar aumento de salários. Reivindicavam 400 réis / dia para os homens e 200 para as mulheres, bem como a redução do horário de trabalho. E ameaçaram com greve. Prevendo distúrbios, o administrador requisitou a Bragança o envio de uma força militar. Acabou por não ser necessário, pois que proprietários e jornaleiros acabaram por se entender, depois de uma reunião promovida pela câmara municipal, assentando-se que os salários subiriam para 300 e 160 réis, respectivamente e fixando-se o horário de trabalho das 7H30 às 16H30, com uma hora para o almoço.
II
E estava também naquele dia 7 de Março de 1912 na praça municipal quando um grupo de homens pegou no carro com a pipa cheia de dejectos e a despejou no centro da praça que ficou inundada e pestilenta de cheiro. Talvez por consideração a este cidadão republicano antigo, as consequências foram bastante limitadas, desistindo a câmara, por ofício de 14 de Março do procedimento judicial e das investigações que tinha solicitado à polícia judiciária em 9 de Março, como consta do ofício seguinte:
- (…) O facto de terem transportado o carro que esta câmara tem para o lançamento dos dejectos, para o centro da praça pública e ali o deborcaram com grande estrondo, fazendo o despejo no pavimento que ficou num estado imundo e deixando ali o mesmo carro voltado para maior escândalo (…) um dos apontados é o director de um jornal daqui que tem tentado meter a ridículo a inovação da fossa (…) requisitar dois polícias dessa Judiciária…
Nota:a apresentação do livro de António Júlio Andrade, é sábado ,dia 16,pelas 15,00 ,na Biblioteca Municipal.
O primeiro texto,tirando os valores, podia ter sido de hoje.O segundo, acho muito bem.Agora sei por que é que a praça sempre teve um cheirinho especial.
ResponderEliminarNo sábado lá estarei para comprar o livro e saber mais destas histórias.A revista também é para venda?Tenho que arrajar uma.