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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Transmontano, por José Mário Leite

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se” disse Pessoa. Mas nem sempre é assim.
Esta é uma crónica muitas vezes adiada à espera que o vaticínio pessoano se concretizasse. Em vão! Por mais esforços que faça, não consigo encontrar outro registo, outra definição, outra identidade. SOU TRASMONTANO! Com gosto, com orgulho e, sobretudo, genuinamente. Não sou duriense. Nem eu nem as dezenas de amigos que conheço na minha situação. Nem tão-pouco outros tantos ou mais que me reconhecem, quer por saberem as minhas origens, quer porque o meu sotaque denuncia as minhas raízes. “É transmontano, não é?” perguntam-me frequentemente ao que, claro, respondo afirmativamente. Sou transmontano, sou do nordeste. Nunca me confessei duriense.
É certo que o Douro tem um lugar na minha vida e na dos meus conterrêneos. Lugar discutível nem sempre pacífico. A poética vénia que o rio faz à Vilariça foi também, vezes sem conta, um beijo mortífero quando a invernia o impelia vale acima na destruidra rebofa, colhendo e destruindo o renovo, as vinhas, os pomares e, sobretudo, o trabalho e os sonhos de um ano de labuta e sacrifícios. É certo que foram as rebofas antigas que fabricaram o húmus dos barrais e das canameiras fonte de fertilidade do encantador Vale nordestino. Seja o que for, Douro é um rio. Que bordeja Trás-os-Montes, que define a leste e sul os limites do distrito brigantino. Mas é apenas um rio. Eu não sou de um rio. Ninguém é de uma fronteira. Eu sou de uma terra. De uma região. Sou transmontano. A minha região é o nordeste.
Não entendo pois esta associação de três municípios brigantinos à CIM DOURO. Custa-me a entender que a identificação de Moncorvo, Carrazeda e Freixo com Mesão Frio, Lamego e Tarouca sejam superiores às que manifestamente existem com Vila-Flor, Alfândega da Fé e Mogadouro. Que relevo adicional têm estas autarquias transmontanas (continuarei a chamar-lhe assim) que não tinham na CIM Trás-os-Montes? Que identidade perdida vieram recuperar as populações destas autarquias? Que desenvolvimento adicional lhes trará um rio que continuará a ser a fronteira de uma região centenária, pertença-se ou a uma região com  o seu nome?
Haverá, seguramente, poderosas razões. Que o facto de eu as desconhecer não deixarão de ser enormes para afastar as populações de três concelhos das decisões comuns que, durante centenas anos partilharam. Por mim, respeitando embora as decisões legitimas de quem tinha poder para as tomar, nunca irei sentir-me duriense. Transmontano sim. E nordestino. Brigantino, sempre.

Fonte: Mensageiro de Bragança, edição 3495

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terça-feira, 28 de abril de 2015

DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA, por José Mário Leite

Ao falar de ciência em Portugal há uma referência unanimemente incontornável: José Mariano Gago falecido inesperadamente esta semana. Muito se disse já e muito mais se dirá nos próximos tempos sobre o distinto e prestigiado cientista que foi, igualmente, o melhor e mais clarividente ministro da ciência. Toda uma geração de jovens talentosos investigadores trouxeram Portugal para a primeira linha da investigação científica europeia e mundial mercê do investimento feito em programas de doutoramento, em projetos concretos e competitivos e ainda nos vários Laboratórios Associados criados, mantidos e desenvolvidos pelo antigo ministro, nos governos de António Guterres e José Sócrates.
José Mariano Gago
Andava, aliás, a formação científica e doutoral na berlinda,  pelas mais diversas razões. Um infeliz artigo (quem os não tem?) de José Miguel Tavares veio questionar a utilidade da formação avançada e a investigação chamada fundamental (ou mais afastada das aplicações práticas como alguns preferem caracterizá-la). Defendeu o jornalista que apenas a ciência com aplicação imediata tem cabimento, nos tempos correntes, como se o espírito e método científicos fossem diferentes de acordo com a utilização que se dá ao conhecimento. Como se a tecnologia moderna se pudesse sustentar ou desenvolver sem a base científica que hoje suporta todo o desenvolvimento tecnológico. Como se fosse necessário perguntar ao comentador do Governo Sombra, onde é normal vê-lo na companhia de um moderno iPad, se ele acha que as modernas telecomunicações, que dão razão e suporte ao referido equipamento, seriam possíveis sem os investimentos anteriores em investigação fundamental. Ou que era vista como tal, há dezenas de anos, no século passado, quando foi decidido aplicar, vultuosos recursos para colocar em órbita uma bola metálica, em volta da terra a emitir um simples bip-bip em ondas rádio, antes de se despenhar no Oceano.
A nomeação de Maria Arménia Carrondo para a Presidência da Fundação para a Ciência e Tecnologia em substituição de Miguel Seabra tranquilizou e garantiu que a Ciência continuará o bom caminho iniciado há vinte anos por
Mariano Gago. Ciência e Educação Superior que o Presidente da República decidiu e bem, em final de mandato, homenagear e condecorar.
Nada melhor que esse evento para fechar esta crónica.
Por três razões adicionais:
Entre os distinguidos estava o professor Dionísio Gonçalves duplamente de parabéns pois o Instituto Politécnico de Bragança, que ajudou a fundar e a que presidiu durante vários anos  foi de novo classificado como o melhor Instituto Politécnico português ficando, inclusivé, à frente de várias universidades públicas e privadas, com especial relevo para a sua contribuição na mobilidade estudantil e envolvimento na região.
Em nome de todos os condecorados o professor e investigador António Coutinho proferiu, de improviso, um brilhante discurso, onde justificou e evidenciou a maior nobreza das atividades de Educação e Ciência, que são igualmente "os melhores motores do desenvolvimento e o seu alargamento a todos será sempre a melhor estratégia para encontrar a diversidade dos talentos necessários à resolução dos problemas de todos nós".
Falou depois sobre o insaciável desejo de compreender que anima e inquieta os educadores e investigadores e que igualmente lhes fornece o otimismo e certeza de serem capazes de resolver todos os problemas e desvendar as origens de tudo e derivar racionalmente as leis naturais que tudo governa. Terminou a sua alocução sintetizando o objetivo da Ciência muito para lá da invenção de “smart-phones”, na belíssima frase de Jacobi e que todos os que se deslocaram ao Palácio de Belém ficaram a saber que está hoje gravada em bronze no Parque Municipal de Bragança "O fim único da Ciência é a honra do espírito humano".

Fonte: 
http://www.mdb.pt/content/da-educacao-e-ciencia

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Francisco dá os parabéns ao “Mensageiro de Bragança”

Uma delegação do jornal diocesano “Mensageiro de Bragança” foi recebida esta quarta-feira por Sua Santidade, o Papa Francisco, na audiência geral, em Roma.
A visita aconteceu no âmbito dos 75 anos daquele jornal, órgão oficial da diocese de Bragança-Miranda.
D. José Cordeiro, bispo da diocese, o padre José Carlos Martins, director da publicação, e Adriano Diegues, administrador do jornal, tiveram oportunidade de cumprimentar Francisco no final da audiência e entregar-lhe um exemplar da edição comemorativa dos 75 anos do “Mensageiro de Bragança”.
Presentes estiveram também os restantes elementos da redação e parte administrativa. O director do jornal, padre José Carlos Martins, fala num “momento de grande alegria para todos”.
O jornal diocesano foi fundado por D. Abílio Vaz das Neves, na altura bispo de Bragança-Miranda, e teve como primeiro director o Cónego Manuel Formigão, cujo processo de beatificação se encontra em curso. A primeira edição tem a data de 1 de Janeiro de 1940.

Actualmente, o “Mensageiro de Bragança” tem uma periocidade semanal e uma tiragem média mensal de cerca de 14 mil exemplares, sendo o jornal mais antigo do distrito de Bragança e o que tem mais assinantes.

Fonte: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=174008

sexta-feira, 16 de maio de 2014

POCINHO - Centro de Alto Rendimento de Remo

                                                 Fonte: Mensageiro de Bragança

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Moncorvo - 1962







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Publicado no MENSAGEIRO DE BRAGANÇA  em 26/06/2012