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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pastel de Chaves, por Virgílio Nogueiro Gomes


chavesp6Lembro-me de, ainda miúdo, comer pela primeira vez este pastel. E era estranha a sensação da massa folhada se espartiçar toda, e pequenas particulas se desperdiçarem…! E assim comecei a ser exigente com massa folhada, em qualquer receita. Daí ter horror por massas folhadas que, depois de frias, ficam moles. As boas mantêm-se estaladiças por várias horas.

chavesp2O Pastel de Chaves é um pastel salgado pois é recheado com carne. Olhar para ele é, só por si, um prazer. Ver as folhas finas que em grupo representam a excelência da massa folhada é o primeiro encanto. Esta massa parece ter entrado em Portugal no século XVII.


chavesp1Há autores que referem a massa folhada como oriunda do Oriente e particularmente do antigo Egipto. Segundo Antonio Pignatelli já em 1525 se encontram referências em Veneza da pasta sfoglia que corresponde à massa folhada. Outros defendem, como Jean-Marie Cuny no livro “La cuisine lorraine”, 1998, que a massa folhada se difundiu na Europa a partir de Roma e do ensino de Claude Lorrain durante a primeira metade do século XVII. Mikel Corcuera, a propósito de croissants com massa folhada, atribui a sua existência já em 1638 em França. Francisco Martinez Montiño, no seu livro “Arte de Cocina, Pastelelería, Vizcochería y Conserveria”, 1611, Madrid, no tempo em que Portugal e Espanha tinham o mesmo rei, apresenta os pastéis folhados com um texto curioso que transparece a necessidade de se ser sabedor para fazer estes pastéis. Domingos Rodrigues, no seu livro “Arte de Cozinha…”, 1680, também já faz referência a vários pastéis com massa folhada e inclusive na receita de “Torta de ginjas” manda fazer folhado francês. Será, possivelmente, de França que se terá recebido a fórmula da massa folhada.

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Mas voltemos aos nossos pastéis de Chaves. De acordo com o Guia dos Bons Produtos Tradicionais 2014, da Qualifica, e que transcrevo, assim se define o Pastel de Chaves: “Pastel em forma de meia-lua, constituído por massa finamente folhada, recheada com um preparado específico à base de carne de vitela picada.” Não está estudada a data exata do seu aparecimento. No entanto há relatos de 1862 que sinalizam uma senhora que os vendia, em Chaves, em cesto de verga, e que rapidamente se esgotavam. Curioso é pensar que por estas altura apareceram os famosos Pasteis de S. Martinho ou de Penafiel que têm um formato semelhante e também confecionados com massa folhada. O recheio é também de carne mas ligeiramente diferente, e no final são polvilhados com açúcar e canela, detalhe que não acontece em Chaves. Consta que “a fundadora da Casa do Antigo Pasteleiro decidiu, então, oferecer uma libra pela receita da iguaria que acabou por conquistar um lugar de destaque na gastronomia flaviense”, conforme publicou o Jornal de Notícias de 01 de dezembro de 2012.

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Acredito que o sucesso desde o século XIX destes pastéis terá a ver com a novidade, e qualidade, da massa folhada e depois o recheio de carne que seria macio e que muitos gostam com sabor a cebola. No século XXI parece dever-se exigir que seja Carne Barrosã DOP. A exigência natural por produtos de qualidade, e com origem conhecida. O sucesso, ou procura nos diferentes estabelecimentos, deve-se às variações da massa folhada e temperos diferentes do recheio de carne picada. Supõe-se que a sua produção diária ultrapasse 25.000 unidades e com cerca de trinta produtores. Atualmente o nome "Pastel de Chaves" está reconhecido como IGP, com área de produção restrita ao concelho de Chaves.

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Nos tempos correntes é possível prepará-los e depois submete-los a congelação e seguidos de conservação a -18º C. Depois podem ser recuperados em forno quente, a 200º C, durante cerca de 20 minutos. Sabem bem em qualquer refeição e poderão ser um prato principal acompanhados de um arroz malandrinho, ou com salada. Procurem o melhor pastel, ou aquele que lhes saiba melhor. E não se esqueçam que acompanhados com um bom vinho transmontano saberão melhor!

© Virgílio Nogueiro Gomes

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Fonte: http://www.virgiliogomes.com/index.php/cronicas/725-pastel-de-chaves

sábado, 2 de maio de 2015

Chaves - Museu de Arte Sacra recebe doação da família de Bernardino Setas

O Museu de Arte Sacra da cidade de Chaves recebeu, na semana passada, a doação de duas portas decoradas em talha dourada com motivos alusivos à Paixão de Cristo. A oferta foi realizada pelos descendentes do Capitão Bernardino Setas.
Museu de Arte Sacra 
Segundo informações dos donatários, as referidas portas remontam provavelmente ao séc. XVII e terão pertencido ao antigo Convento da Veiga de Chaves, faltando, no entanto, encontrar elementos históricos que permitam assegurar a sua proveniência com exatidão. As duas peças, de talha com folha de ouro, pintada de vermelho, que se encontravam na posse da família Setas há algumas gerações, são agora parte integrante do espólio museológico do concelho.
Helena Ribeiro, bisneta do Capitão Bernardino Setas, referiu que é uma honra contribuir para engrandecer o património de Chaves, cidade berço da sua família e, ao mesmo tempo, ajudar a perpetuar a memória do seu bisavô. Para ela, as duas peças são o testemunho vivo da história religiosa do concelho e devem por isso ser partilhadas com todos os flavienses.
O Presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, considerou que a doação têm um grande interesse patrimonial e histórico para o Município, e vem deste modo engrandecer o Museu de Arte Sacra de Chaves.

Fonte: http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=17696

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Chaves - Combatente português na I Guerra Mundial homenageado em livro - Convite


A obra A Saga de um Combatente na I Guerra Mundial – De Chaves a Copenhaga, de Gil Manuel Morgado dos Santos e Gil Filipe Calvão Santos, é apresentada este sábado, 31 de Janeiro, pelas 15:00 horas, no Auditório Municipal Eng. Luiz Coutinho (ex-GATAT), em Chaves. A apresentação da obra ficará a cargo do Prof. José Machado, havendo ainda lugar a uma actuação do Grupo Coral Allegretus.
 Neste primeiro centenário da Grande Guerra, os autores contam a história do praça-de-pré António Pereira dos Santos, o “avô António”, 1.º Cabo do Batalhão de Infantaria n.º 19 de Chaves, feito prisioneiro dos alemães na Batalha de La Lys. Este foi um dos combatentes que, há 100 anos, foram desarraigados e enviados para o terror da Flandres. A I Guerra Mundial haveria de mudar as suas vidas para sempre. A ferro e fogo, fustigados pelo frio, pela fome e pela doença, mas sobretudo pela metralha dos boches, viveram momentos únicos – terríveis − no abrigo, no hospital, no cativeiro e na trincha. Este livro constitui, assim, uma homenagem a todos os que tombaram no campo de batalha e aos que, heroicamente, conseguiram salvar-se.
 Gil Manuel Morgado dos Santos nasceu em Santa Leocádia, Chaves, a 19 de Maio de 1957.
Frequentou o Seminário de Vila Real. Mais tarde ingressou na Escola do Magistério Primário de Chaves, tendo concluído o curso em 1980. Licenciou-se em Administração Pública na Universidade do Minho, em 1993, onde adquiriu o grau de Mestre, na mesma área, em 2003.
Actualmente é professor de Economia e Contabilidade do quadro da Escola Secundária de Caldas das Taipas, em Guimarães.
 Gil Filipe Calvão Santos nasceu em São José de São Lázaro, Braga, a 25 de Setembro de 1982.

Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 2000, tendo concluído a licenciatura em 2006. Frequentou o “Ano Comum” no Hospital de S. João, no Porto. Especializou-se em Oftalmologia em 2012. Actualmente trabalha no Hospital de Braga.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Chaves - Pessoas quentes, pratos cheios!

A livraria Traga-Mundos de Vila Real estará presente no terceiro encontro informal de agentes culturais da Galiza e Norte de Portugal, que se realizará em Chaves, no dia 24 de Janeiro, sábado, pelas 10h00 – uma iniciativa da Fundación Vicente Risco de Ourense, Galiza, denominada“Cultura que une”.
«Galiza e Portugal, fillos dunha mesma cultura que, xogos da Historia, ficou tronzada, non tanto na época en que don Afonso Henríquez proclamou a independencia do Condado Portucalense fronte Castela, mais quizais con maior forza cando os tratados de lindes despois da implantación duns estados liberais fortemente xacobinos e centralistas a longo do XIX.
Nas dúas primeiras décadas do pasado século XX, intelectuais e creadores galegos e portugueses falaron da necesidade do reencontro. Mais as violencias do XX, nomeadamente as ditaduras, a Guerra Civil española, as represións, as miserias económicas, que afectaron aos pobos ibéricos semellaron silenciar estes encontros que, a modo de encontros entre arqueólogos, escritores, filólogos, etc., continuaron á marxe da oficialidade.
(...) A figura do Teixeira de Pascoaes (gran admirador de Rosalía de Castro, Teixeira de Pascoaes escribía a Risco que habería que lle facer unha homenaxe) foi un referente simbólico para unha intelectualidade galega. E non só Teixeira. Tamén Leonardo Coimbra, Santos Junior, Carlos de Passos, Hernani Cidade, Rodrigues Lapa, Vicente Risco, Viqueira, Noriega Varela, Castelao, Filgueira, Jenaro Marinhas del Valhe, Valentín Paz Andrade, Carvalho Calero,  son un bo exemplo de intelectuais que, nalgún intre da súa vida, ollaron para o reencontro.
A aprobación o 11 de marzo de 2014 polo Parlamento Galego da Lei Valentín Paz-Andrade, froito dunha Iniciativa Lexislativa Popular, publicada no DOG de 8 de abril de 2014, invítanos, e até certo modo obríganos, a afondar no esforzo do encontro.»
A livraria Traga-Mundos tem contribuído para este encontro – nos últimos meses, em 2014, participou em Ourense, Monção, Allariz, Corunha, Eco Espaço O Rexo, Montalegre, Vila Real – e muito em breve poderemos dar mais notícias para 2015.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PASTEL DE CHAVES FOI NOTÍCIA

Diário da República, 2.ª série N.º 223, de 18 de novembro de 2014

 Despacho n.º 13971/2014

Ministério da Agricultura e do Mar - Gabinete da Ministra
 Determina a reserva do uso de Chaves como Indicação Geográfica (IG) para Pastel aos produtos que obedeçam às características e aos requisitos fixados no anexo I do despacho.

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