O edifício é mais moderno do que a maioria que ocupa o centro de Torre do Moncorvo, vila transmontana cuja origem remonta ao século XIII, e por isso não é difícil perceber onde fica a Casa Dona Maria Luiza. Quase se confunde com um prédio de habitação mas é, na verdade, uma unidade hoteleira moderna e sossegada, gerida pelos irmãos André e João Meneses. A partir das duas casas de família, contíguas, os dois jovens decidiram fazer uma homenagem à avó, Maria Luiza, hoje com 91 anos. Muitas paredes foram deitadas abaixo, desníveis minimizados, traços rústicos eliminados. “Quisemos apostar nas linhas mais contemporâneas, sem pretensiosismos, tudo muito clean, branco e minimalista”, explica o primeiro irmão, enquanto nos dá a provar um Porto tónico e amêndoas cobertas, gesto de boas-vindas que, diz, é repetido com todos os hóspedes que escolhem passar a noite na casa com o nome da sua avó.
São dez os quartos, divididos por dois pisos: duas suítes e oito duplos, todos com um tema. Os produtos da região dão nome a alguns dos quartos, cuja decoração e aroma giram à volta do mel, do vinho, da amêndoa, da azeitona, do azeite e da amendoeira em flor. Nos restantes, mantém-se o conceito, mudam os elementos: terra, ferro, água e barro, que marcam a paisagem de Torre de Moncorvo. Todos têm um provérbio e um desenho nas paredes, brancas e luminosas, bem como os equipamentos normais e uma óptima ligação de Internet sem fios, gratuita. “Meia vida é a candeia e o vinho a outra meia” é o provérbio que se pode ler na porta da casa-de-banho da suíte do vinho, a única com uma generosa banheira de hidromassagem no centro do quarto.