segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CRÓNICAS DE MOGADOURO

Estátua de Trindade Coelho em Mogadouro.
   Por: António Pimenta de Castro 

UM POEMA PARA SI
Todos nós reconhecemos que o mundo em que vivemos é um mundo sem verdadeiros valores. Os valores do espírito, da cidadania, da civilidade, da família, da honra, deram lugar a um mundo em que só o aspecto material é que é importante, um mundo onde “vale tudo” e onde só o dinheiro é que conta. Tudo se compra e tudo se vende, é só uma questão de preço. Um mundo em que o ter é mais importante que o ser. Um mundo assim é um mundo doente e decadente. E é um mundo doente que estamos a legar aos nossos filhos. Não sou e, felizmente, nunca fui um saudosista. Sou, um homem do meu tempo, mas, reconheço que, ou mudamos rapidamente ou entraremos num beco sem saída. Não é um “regresso ao passado” que se pretende, mas sim que se viva o nosso tempo em conformidade com certos valores, valores humanistas que são intemporais. O mundo de hoje é um mundo feito á imagem e semelhança do “MacDonald´s”, do descartável, do “usa e deita fora”. É um mundo egoísta: Os pais “não têm tempo” para educar os filhos, dão-lhes em troca muito dinheiro e compram-lhes todas as “porcarias” que “os meninos” querem; os filhos “não têm tempo” para “aturar” os pais, por isso, quando eles forem idosos, metem-nos em asilos (ai, desculpem, em lares da terceira idade...).

Algures a Nordeste - Outono


TORRE DE MONCORVO - AUTÁRQUICAS 2013

PSD ganha a Câmara Municipal ,a Assembleia Municipal e as Juntas de Freguesia de Moncorvo,Açoreira, Cabeça Boa, Carviçais, Horta da Vilariça, Larinho, Lousa,Urros/Peredo, Felgueiras/Maçores.

 PS  ganha as freguesias do Castedo,Felgar/Souto da Velha,Mós, Adeganha/Cardanha, .
Actualizada às 18horas.
Ver:
http://www.dn.pt/inicio/especial3.aspx
http://www.publico.pt/autarquicas2013/municipio/torre-de-moncorvo
Nota do editor:os resultados apresentados pelos jornais PÚBLICO,EXPRESSO e JORNAL DE NOTÍCIAS não são iguais.Três links para confirmar as diferenças.Enviem correções a esta lista,se as houverem.

domingo, 29 de setembro de 2013

Academia de Letras de Trás-os-Montes - Relatório 2010-2013

Ernesto Rodrigues e Jorge Nunes(presidente da Câmara de Bragança)
Foto do arquivo do blogue

Os órgãos da Academia de Letras de Trás-os-Montes (ALTM) eleitos em 5 de Outubro de 2010 terminam hoje, 14 de Setembro de 2013, o seu mandato. Propus, e a Direcção aceitou, bem como o Presidente da Assembleia Geral, A. M. Pires Cabral, que as eleições fossem antecipadas em três semanas, por duas razões: evitar o ruído ante e pós-eleitoral, mas, sobretudo, ter ainda em exercício de funções o executivo autárquico que, sem os perigos anunciados por alguns no debate pré-eleitoral de há três anos, neste mesmo espaço, soube ajudar-nos, desobrigando-nos, e nos deixou exprimir longe de uma qualquer respiração assistida. Como prometido em Junho pelo Presidente António Jorge Nunes, na terceira edição de Artes e Livros, evento em que mais flagrante se mostrava a nossa parceria, a saída de serviços contíguos à Biblioteca Municipal facilita à Academia novas áreas, que a Direcção hoje eleita há-de aproveitar capazmente. Esta é a primeira pedra branca numa relação sem mácula, oficialmente protocolada, sem custos particulares para autarquia que, no sector da Cultura, deixa cidade e concelho excelentemente servidos. 

CONFRARIA DA AMÊNDOA DO DOURO SUPERIOR 1º CAPITULO - 5 DE OUTUBRO DE 2013

PROGRAMA
 
                    10 horas- Concentração no Largo General Claudino ( junto à Taberna do Carró).  Se o S. Pedro ajudar.

                      11 horas  - Cerimónia de Entronização dos Confrades no salão do Celeiro em Moncorvo. Apadrinhada pela CEGTMAD.

                     12-30  h    - Actividade  Cultural pelo Grupo ALMA DE FERRO.

                     13-30     - Almoço no Santuário de Nª Srª do Amparo no Felgar
 Outras actividades.

Picões, Alfândega da Fé - Quercus alerta que chuva pode contaminar água em zonas afectadas pelos incêndios

Quinta Branca -Ferradosa/Picões.Foto de José Rodrigues
A Quercus alertou este sábado para o risco de erosão devido à chuva dos últimos dias que, através do arrastamento das cinzas e do solo, pode pôr em risco a qualidade da água nas zonas afectadas pelos incêndios florestais. 
A associação ambientalista portuguesa acentua que "a preocupação é maior nos casos em que foram afectadas grandes bacias hidrográficas, como no incêndio de Picões, Alfândega da Fé, onde cerca de 15.000 hectares do vale do rio Sabor ficaram reduzidos a cinzas". 
Nestes locais, destaca a Quercus, registou-se "a destruição de habitats protegidos, o arrastamento das cinzas e a erosão dos solos, com impacte negativo na qualidade da água e no assoreamento dos rios". 
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=123749

sábado, 28 de setembro de 2013

ROTEIRO DO DOURO

                     
       Ver o álbum em :
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.424553244261911.119608.417278468322722&type=1

“A Sabedoria do Povo Transmontano” narrada em provérbios - Por: Glória Lopes

Através de algumas centenas de provérbios, o cónego Adérito Augusto Custódio, da Diocese de Bragança-Miranda, dá a conhecer uma outra forma de ver “A Sabedoria do Povo Transmontano”. O livro foi apresentado a passada quinta-feira na Fundação os Nossos Livros na presença de muitos amigos e admiradores do autor.
A recolha foi realizada há muitos anos em conjunto com alunos do antigo liceu de Bragança, actual Escola Secundária Emídio Garcia, e da Escola Secundária Miguel Torga. “Os jovens fizeram um roteiro muito interessante e foram a algumas aldeias. Tudo começou porque não sabiam o que era um provérbio ”, explicou o cónego.
Os provérbios são tidos pelo povo quase como verdades absolutas. Todavia, para o cónego Adérito só podem ser verdadeiramente provérbios “se tivermos amor à palavra e compreensão da bondade de Deus que nos ajuda a viver a vida”, explicou à margem da cerimónia de apresentação da coletânea de provérbios. A recolha demorou cerca de 15 anos. 
http://www.mdb.pt/noticia/sabedoria-do-povo-transmontano-narrada-em-proverbios-1633

VINHO PADRE FONTES



Padre Fontes - Mirar a cara do deus Reue Larouco

Confraria dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro - XL CAPÍTULO GERAL - "Tributo ao Padre António Lourenço Fontes"

Programa
9:30 – 10:00 horas – Juntança
Ecomuseu de Barroso – Castelo de Montalegre
Visita ao "Espaço Padre Fontes"…
Percurso dos cantares ao desafio – concertinas&gaitas de fole
10:00 horas - CAPÍTULO GERAL DE OUTONO
Pavilhão Multiusos – Auditório Municipal
Ordenança e Cerimónias de Confirmação - Entronização
11:300 horas – Companhia de Dança do Norte
Direcção artística de Pedro Pires
"A Profecia do Bardo e o Canto do Xamã"
13:30 horas – Almoço
Restaurante Sabor de Ouro – Zona Industrial de Montalegre
Fumeiro de Barroso, pão centeio, bica de carne, caldo de urtigas, cozido barrosão…
Vinhos Transmontanos
Os Esconjuros e a Queimada do Druida…

PREÇO: 35,00€
A transferência Bancária deverá ser feita para a conta aberta em nome da nossa Confraria, NIB: 003504740003089783098.

Inscrições para o e-mail: confraria.trasosmontes@gmail.com

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

OS ISIDROS - A epopeia de uma família de cristãos-novos de TORRE DE MONCORVO

A história da família Isidro, de Torre de Moncorvo, acompanha praticamente toda a história da inquisição portuguesa. Durante mais de 200 anos, desde que a inquisição foi criada, em 1536, até que acabou a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, em 1773, elementos desta família estiveram presos nos seus cárceres. Ao longo de gerações e gerações, a “herança” marrana foi passando de pais a filhos, como se um destino implacável os conduzisse ao cativeiro. Dezenas de processos das inquisições de Lisboa e Coimbra se encontram no Arquivo Nacional da Torre do Tombo documentando a aventura desta gente, processos que os autores estudaram e serviram de base a este trabalho. Mas houve também muitos membros desta família que foram processados pela Inquisição espanhola. Por dificuldades financeiras, estes processos não puderam os autores estudá-los, embora gostassem muito de o fazer. Esperamos que alguém o faça. E há também uma história fantástica desta família de que se conhecem apenas alguns episódios, mas que merecia ser bem investigada, a qual se desenrolou um pouco por todo o mundo, acompanhando as rotas migratórias, a expansão marítima dos povos europeus e a implantação de colónias e feitorias comerciais à escala mundial. Conhecem-se membros desta família que foram respeitáveis líderes religiosos ou destacados mercadores e banqueiros em comunidades sefarditas do norte da Europa ou das Américas.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Quadros da Transmontaneidade

“Hoje falo-te das gentes…”, assim o afirma o autor. E a mim me cabe dizer sobre António Sá Gué, o autor deste livro Quadros de Transmontaneidade, que ele é o homem cuja alma adormece nos montes de que faz parte, “percorrendo caminhos”, calcorreando as fragas e lugares, onde ontem as gentes foram, num cenário de sobrevivência consciente, talhado a pão duro e tempo agreste, tal como um camponês “preso na cidade” ao jeito de Cesário Verde na voz primeira de Alberto Caeiro, almejando “refazer o cardenho” e voltar ao pedaço de chão ancestral porque a “atração atávica à terra” lhe dói e o inquieta, de modo inexplicável, por ser de concretização longínqua. E a modos que assim sendo, tal como a tia Antoninha pediu para ver o mundo numa dimensão fronteiriça que culminava na Feira dos gorazes, António Sá Gué, mais uma vez, repisa neste livro a ideia de Tempo que se lhe escapa e lhe dilacera a alma de giesta em flor, concluindo que “o tempo visita sempre mais os velhos depois de eles o terem quase gasto”. Na memória as gentes, o cinzel dos rostos, os lugares, as paisagens, o trabalho, o inconfundível cheiro de pão do forno comunitário, o menino de então “agarrado às saias da tia Maria Júlia engranhado com o frio”, a matança do porco, “oito arrobas de chicha”, a bexiga feita bola de futebol para os raparigos e as papas de sarrabulho, festim de um tempo escasso em fartura, pequenos e grandes pormenores visuais que lhe dão cor às recordações de um tempo pretérito que teima em preservar mentalmente.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Histórias que o Povo Tece - Contos do Marão

O título e o subtítulo desta colectânea apontam para o conteúdo dos contos que a constituem. Com efeito, privilegiou-se a ruralidade sobre a urbanidade, diga ela respeito à geografia física ou humana da região de Trás-os-Montes nos tempos em que imperavam a pobreza e a exploração. Pretende-se, com as efabulações que se esperam verosímeis, preservar, através da escrita criativa, uma identidade ameaçada e a desmoronar-se irreversivelmente. Protagonizam-nas gentes humildes, social e economicamente desfavorecidas, mas ricas em força de carácter, arreigamento às versas onde nasceram, espírito solidário, teimosia na manutenção de costumes e tradições, traços idiossincráticos coroados com a atávica e proverbial hospitalidade do – Entre Quem É, em que ninguém lhes leva a palma.


MARIA HERCÍLIA AGAREZ de Campos Marques nasceu em Vila Real em 1944. É professora aposentada do ensino secundário. É autora dos livros A Brincar que o Digas (crónicas) 2001, Miguel Torga: a Força das Raízes (ensaio) 2007, Histórias que o Povo Tece - Contos do Marão (2011) e co-autora da Antologia de A.M. Pires Cabral Aqui e Agora Assumir o Nordeste (2011). Está representada em várias publicações dos Serviços Municipais de Cultura de Vila Real – Revista Tellus , Histórias Tiradas da Gaveta, Pequeno Cancioneiro de Natal, Vila Real Histórias ao Café. Tem artigos publicados em inúmeras revistas culturais. Está representada em A Terra de Duas Línguas – Antologia de Autores Trasmontanos, 2011 e Uma Longa Viagem com Torga, de João Céu e Silva, 2007 (entrevista). Está representada com o título A Tia Ana Mocha e o Euro, A Terra de Duas Línguas II - Antologia de Autores Transmontanos - coordenada por Ernesto RODRIGUES e Amadeu FERREIRA, editor: Lema d’Origem Editora, Porto, 2013, p. 245-250. É estudiosa dos escritores Camilo Castelo Branco, João de Araújo Correia, Miguel Torga e Luísa Dacosta. Foi, de 1999 a 2011, colaboradora permanente do Jornal Notícias de Vila Real. É membro da direcção da Tertúlia João de Araújo Correia (Régua) e da Academia de Letras de Trás-os-Montes (Bragança). É sócia da Associação Portuguesa de Escritores.

sábado, 21 de setembro de 2013

AMADEU FERREIRA - ESCAPARATE ( XL)

Click na imagem para aumentar.

Contos dos Montes Ermos - 2.ª edição

Os Contos dos Montes Ermos não são meras narrativas de vivências de um passado recente do Nordeste Transmontano. Nem tão somente um relembrar do léxico que define o transmontano de aldeias longínquas onde o tempo, outrora, passava devagar. Neles há o retrato das gentes, do labor e do lazer. Neles há a seiva que moveu os filhos dos homens transmontanos em busca de outros espaços onde a alma amadurecesse e o grito da saudade repovoasse os montes, de onde o “Longe” demora a chegar. Teresa Leonardo Fernandes

CRÓNICAS DE TRÁS-OS-MONTES - Por António Pimenta de Castro

AS CORES NEGRAS DO NOSSO DESCONTENTAMENTO


Foto de José Rodrigues
            Após umas retemperadoras férias na minha querida Viana do Castelo, regressei a Mogadouro, terra onde resido. Ontem, dia 30 de Agosto, desloquei-me a Torre de Moncorvo, terra em que exerço a função de professor de História, para apresentar a minha participação de retorno ao serviço, após as minhas referidas férias retemperadoras. Faço isto todos os anos, mas ontem custou-me imenso, uma vez que a paisagem estava “pintada de negro”, tão dramáticos foram os fogos que aqui consumiram as florestas, os campos de cultivo, as oliveiras, as amendoeiras, os haveres, enfim, quase tudo o que a terra dá. É uma paisagem verdadeiramente dantesca. E os incêndios continuam aí tendo feito já inúmeras vítimas, algumas delas, infelizmente, mortais. Mas uma vez nestas vilas, a expressão das pessoas também são negras ou, quando muito cinzentas. O futuro apresenta-se dramaticamente incerto para os jovens e para aqueles que não tendo idade para a reforma, são já considerados “velhos” para arranjar novo emprego. É dramático e frustrante para alguns colegas meus (contratados ou com horário zero) não terem perspectivas de futuro (alguns deles com muitos anos de serviço e encargos, alguns deles com o futuro dos seus filhos ou da sua habitação), vejo os seus olhos a marejar de lágrimas bem salgadas. Também em Viana do Castelo, onde passei férias, vi faces tristonhas perante um futuro, cada vez mais incerto. A paisagem em Trás-os-Montes é negra, bem como negra é a vida que se tem ou avizinha. Portugal está, todo ele, literalmente a arder…
            Ligo a televisão e só vejo notícias tristes. Ligo a rádio e só ouço desgraças. Vou ao café e só ouço lamentações. Triste País este…Após tantos e tantos sacrifícios, o “buraco” está cada vez mais profundo. Não há a mais pequena “luz” ao fundo do túnel…Dizem que Portugal é um País triste, para mim é um triste País…

VINDIMAS,CANTIGAS E LAGARADAS



Bragança: Diocese promete diálogo sobre Centro Social e Paroquial de Baçal

Bragança, 19 set 2013 (Ecclesia) – A Diocese de Bragança-Miranda informou que os seus responsáveis se vão encontrar no próximo dia 26 com os membros do Centro Social e Paroquial de Baçal, encontro agendado “há vários dias”.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Gabinete de Comunicação diocesano responde à “reação popular, na aldeia de Baçal” (Unidade Pastoral de São Bento).
Onze funcionárias do Centro Social e Paroquial da localidade concentraram-se no Paço Episcopal para exigir melhores condições para os utentes do lar daquela aldeia.
Dado que o bispo diocesano, D. José Cordeiro, se encontra atualmente na Peregrinação Diocesana a Santiago de Compostela, é o arcipreste de Bragança, padre Octávio Sobrinho, que “assume a auscultação da população”.
OC
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=97004

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

TEMPLOS DO SOL - MONTE DOS TAMBORES-MANCHEIA - CHÃS- FOZ CÔA

Equinócio do Outono – celebrado ao nascer do sol na Pedra da Cabeleira - Vinde ver esses antigos sacrários! Vinde Visitá-los! Vinde comparar os altares erguidos por nossas mãos com os sagrados lugares da Natureza


 
Vamos celebrar, dia 22 de Setembro, entre as 08.00 - 08.30 - horas, domingo, o Equinócio do Outono  - Partilhe connosco o auspicioso momento, junto ao altar sacrificial de um dos mais antigos observatórios astronómicos da pré-história - Se puder, não falte - Pois não dará por perdido o seu tempo.
VEJA TUDO EM:

Confraria da Amêndoa do Douro Superior - 1º Capitulo

Caro confrade

Aproxima-se o dia 5 de Outubro, dia do 1º Capitulo da nossa confraria.
Para que este dia seja um marco importante da historia da Confraria, a
presença de todos os confrades , familiares e convidados é
fundamental.
Assim, e para que todos possam adquirir a capa de Confrade,
solicitamos que nos enviem o mais rapido possivel o Nº de casaco que vistam.
Brevemente enviaremos o programa detalhado.

A Direcção
Contactos:confrariadaamendoa@gmail.com  
 Tlm: 968087514

Ver:
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2013/05/douro-superior-amendoa-ja-tem-confraria.html

Contos do Vale da Promissão - Intervenção de Jorge Carvalheira, na UNICEPE, no dia 18 de Setembro 2013.


Não sou, por mais que uma razão, a voz mais adequada para estar aqui nesta função. Entre essas razões não é menor a de ser irmão do autor do livrinho, a cujo propósito direi aqui alguns lugares comuns e outras tantas heresias. O seu autor cultiva uma bela escrita e vai pouco em modas de mercado. Ainda bem. Já que essas modas servem apenas para confundir as malas-artes da literatura com foguetórios que passam. E confundem sobretudo a cabeça dos leitores. Porque o acto de escrever é isto, é resistir. Não vou ao ponto de pensar, como dizia uma personagem qualquer da Montanha Mágica, que “a beleza de estilo conduz à beleza das acções”, ou que “ a bela palavra gera a bela acção”, ou que “escrever bem é sinónimo de pensar bem”. Se assim fosse, o mundo estava salvo há muito tempo. Mas o gesto da escrita (que não se fecha sem o gesto da leitura) é um acto de resistência que nos mantém humanos, que nos ajuda a entender o mundo, que nos emociona, ou nos diverte, ou nos ensina, ou nos sobressalta, ou nos encanta. Em qualquer caso aumenta a nossa consciência, o que é o exacto oposto do estado de alienação que esperam de nós os figurões que vivem de transformar-nos em números estatísticos de consumidores e geradores de lucros. Por isso me orgulha o facto de ser irmão do autor. Conheço a treva de que saiu, e o trabalho que desenvolveu até chegar aqui. E isso faz-me sentir muito bem.

XVI Jornadas Culturais de Balsamão - DIÁLOGO ENTRE A CULTURA E A FÉ -II

ALFÂNDEGA DA FÉ – Realizam-se de 3 a 6 de outubro as XVI Jornadas Culturais de Balsamão. A iniciativa, organizada anualmente pelo Centro Cultural de Balsamão, é, este ano, dedicada ao tema “Diálogo entre a Cultura e a Fé”. As Jornadas, que têm como principal objetivo debater e analisar temas de interesse cultural e dar a conhecer a cultura e história do Nordeste Transmontano, vão dedicar um dia a Alfândega da Fé. O programa inclui uma deslocação a este concelho do nordeste transmontano, no dia 5 de outubro.
Em análise, na Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, vão estar “O património arqueológico do Vale do Sabor” e as “Pinturas murais setecentistas no Santuário de Santo Antão e Concelho de Alfândega da Fé”, intervenções da responsabilidade de Paulo Dórdio (Arqueólogo Coordenador do Plano de Salvaguarda do Património do Baixo Sabor) e Joaquim Caetano (Historiador de Arte), respetivamente. A sessão vai também contar com a presença de D. José Cordeiro, Bispo da Diocese Bragança-Miranda, que vai fazer uma comunicação sobre “ O Santuário de Santo Antão: piedade popular e inculturação da fé”. A passagem por Alfândega da Fé inclui a visita ao Santuário de Santo Antão da Barca, Legoínha, Nossa Senhora de Jerusalém e a algumas estações arqueológicas adjacentes – Cilhades (Picões).

Os interessados em participar nesta 16ª edição das Jornadas Culturais de Balsamão devem fazer a inscrição até ao dia 25 de setembro.

General Claudino - Herói da Guerra Peninsular

General Claudino.
Quadro patente na exposição sobre o Visconde de Vila Maior, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.

Biografia do general Claudino,por Carlos de Magalhães, editada na Ilustração Transmontana.


NORDESTE TRANSMONTANO - EFEMÉRIDES (20/09)


Felgueiras
20.09.1611 – Alvará de Filipe II para se construir a estrada e 5 pontes que há nos 5 ribeiros do termo de Vilarinho da Castanheira.
20.09.1829 – Morte de Tomé Rodrigues Sobral, deputado vintista por Trás-os-Montes, professor da universidade de Coimbra, considerado o maior químico português do seu tempo. Era natural da aldeia de Felgueiras. Aquando das invasões francesas manteve o laboratório da universidade a funcionar fabricando pólvora para o exército português, tornando a “ciência patriótica”. Anos depois, deparando-se uma forte epidemia em Portugal, pôs o mesmo laboratório a fabricar desinfectantes para atalhar à epidemia. Foi a vez de tornar a “ciência humanitária”.
20.09.1952 – Inauguração do hospital de Freixo de Espada á Cinta, com a presença dos ministros do interior (Trigo de Negreiros) e do ultramar (Sarmento Rodrigues).

António J.Andrade

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Os Castros das Arribas no Parque Natural do Douro Internacional e o Museu do Côa

Os Castros das Arribas no Parque Natural do Douro Internacional e o Museu do Côa são lugares patrimoniais absolutos.... Comungam a dimensão arqueológica, a implantação sobranceira ao Douro, o caráter dominante da paisagem. Se junto à foz do Côa as vinhas compõem o quadro das encostas até onde o olhar alcança, no Douro Internacional são as escarpas, habitat das grandes aves rupícolas, que traçam ohorizonte e nos tocam os sentidos.
Propõe-se uma visita orientada aos castros de São João das Arribas e Cigadonha, e uma visita noturna guiada à sala do Museu do Côa dedicada à Idade do Ferro.
Num dia inteiramente vivido em território classificado, entre um parque natural e o património mundial, o almoço será servido no campo e o jantar no restaurante do Museu.

https://www.facebook.com/museudocoa

Baixo Sabor - A montante da Barragem

15 de agosto .Fotografia de José Rodrigues

Torre de Moncorvo prestou homenagem a Júlio Máximo de Oliveira Pimentel












´
No passado dia 14, sábado, Torre de Moncorvo prestou homenagem a Júlio Máximo de Oliveira Pimentel, 2.º Visconde de Vila Maior, natural desta vila. Esta iniciativa, cuja materialização era desejada há muito tempo, constituiu o reconhecimento do valor de tão notável figura, cuja acção e pensamento marcaram o século XIX português.
A sessão de homenagem teve lugar na Biblioteca Municipal e foi aberta e moderada pelo Sr. Professor Adriano Vasco Rodrigues. Compôs-se da apresentação da Revista CEPIHS 3 (Centro de Estudos e Promoção da Investigação Histórica e Social), dedicada a esta personalidade, e da inauguração de uma exposição que patenteia um rico conjunto de documentos e objectos que lhe respeitam.
No decurso da apresentação da revista, a cargo do Sr. Professor Doutor Francisco Ribeiro da Silva, foi lembrada com saudade a ilustre filha da terra, Sra. Professora Maria da Assunção Carqueja, recentemente falecida, através de sentidas palavras de louvor pelo seu legado cultura e da leitura de um poema da sua autoria, pelo poeta Jorge Fragoso, simultaneamente, editor da revista.  A directora da mesma, Adília Fernandes, leu uma nota enviada pelo Sr. Professor Adriano Moreira, patrono do centro de estudos, a realçar a importância de iniciativas culturais deste tipo, em regiões tão desfavorecidas e isoladas.
A Câmara Municipal fez parceria com o CEPIHS no desenvolvimento destas acções que atraíram uma numerosa assembleia e da qual fizeram parte elementos da família do 2.º Visconde de Vila Maior. O sucesso deste encontro liga-se, de forma especial, ao empenho da directora da Biblioteca, Dra. Helena Pontes, e dos seus colaboradores, nomeadamente, a Dra. Maria João Moita, tanto na primorosa organização como no bom acolhimento dos assistentes.
Foto da esquerda: dr.Vasco Rodrigues,professor doutor Francisco Ribeiro da Silva e dra. Adília Fernandes.
Foto da direita: Genro (gravata vermelha) e filha do Dr. Manuel Quartin Bastos,que descende pela linha do filho  do Visconde,Emílio Cláudio de Oliveira Pimentel. Esposa e Dr. Manuel Quartin Bastos (gravata às riscas e camisa azul clara); Seguida, viuva do 4º Visconde de Vila Maior, Maria Isabel van Zeller Quartin Bastos, Arqº Fernando Quartin Bastos, sucessor do 4º Visconde (o titulo pertencia ao seu pai que faleceu no inicio do ano) e por fim a neta do Dr. Manuel Quartim Bastos.
Álbum de fotografias:
https://plus.google.com/photos/101274915670259241376/albums/5925324383370730689?authkey=CPbAyKmi6qbOYA
Fotografias cedidas pela Biblioteca Municipal.

EDP promove projecto artístico nas barragens do Douro e Trás-os-Montes

Fotografia de José Rodrigues
A artista Joana Vasconcelos é mais um nome que se junta ao roteiro de obras de arte que a EDP está a implementar nas barragens do Douro e Trás-os-Montes. O administrador da EDP, Sérgio Figueiredo, precisou terça-feira que o projecto da empresa de criar um roteiro com obras de arte de arquitectos, escultores, pintores e artistas plásticos nas barragens deverá custar dois milhões de euros.
O projecto foi anunciado em Fevereiro de 2012 logo com Souto de Moura à cabeça e com Álvaro Siza ainda sem barragem atribuída -  Souto de Moura desenhou o edifício sede da central hidroeléctrica em Foz Tua e Siza trabalhou o Sabor. O edifício de Souto Moura tem a particularidade de ficar enterrado para evitar um impacto visual no Douro Património Mundial. A estes dois nomes vai juntar-se, segundo Sérgio Figueiredo, a artista plástica Joana Vasconcelos, que irá escolher uma barragem da Bacia do Douro para instalar uma obra de arte.

Fonte: Público(texto)


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

X Encontro dos ex-alunos do Colégio Campos Monteiro

Foto do arquivo do blogue.
A Associação dos Alunos e Amigos do Ex-Colégio Campos Monteiro de Moncorvo realizam nos próximos dias 21 e 22 de Setembro o Encontro Anual, que vai já na 10º edição. 
As iniciativas têm início no dia 21, às 10h00, com uma Missa por intenção dos Professores, Auxiliares e Colegas falecidos. A partir das 10 h 45  realizam-se eventos diversos entre os quais uma exposição de parte do espólio documental do  antigo Colégio Campos Monteiro, apresentação  do livro “Contos Temperados” da autoria de Maria Júlia Barros Guarda Ribeiro e  lançamento da revista “Campos Monteiro” da Associação,  nas instalações da  Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.
O almoço/convívio está marcado para as 13h15 na Escola Secundária Dr. Ramiro Salgado.
http://www.mdb.pt/noticia/x-encontro-dos-ex-alunos-do-colegio-campos-monteiro-1592
Ver: http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2012/08/contos-temperados-de-julia-guarda.html

Ciclo de Conferencias

Torre de Moncorvo - Anúncio


Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior -Memórias V

Caixa O-Manuel Abreu -
cigano-1443
Quatro dias de feitos para recordar, tal como os registos, de sublime valor cultural, averbados na caixa O, datados de 1948?, obtidos a partir da digitalização de chapas de vidro e películas rígidas, obedecendo aos  princípios da preservação da fotografia. 
Começo pelo último e sem direito a passadeira vermelha. Os nados e criados no concelho de Torre de Moncorvo, Mafalda Pessoa, Inês Silva e Cristiano Esteves, alunos brilhantes, participaram, como exímios instrumentistas de violino, viola d` arco e contrabaixo, no Concerto Integrado no 14º Estágio Nacional da Orquestra Aproarte, no Europarque, Stª Maria da Feira, no dia 15 de Setembro. Ouviu-se Chumann, Elgar e Tchaikovsky, sob a direção  do maestro Ernest Schelle, acompanhado pelo violoncelista Alexey Stadler. 
No sábado, dia 14, muita farinha de um saco de talentos da região. Participei no lançamento da obra “ Corpo sem chão” de Aida Borges, transmontana de gema. Além da música com sons e sentidos de Coimbra, logo no café Stª Cruz, as 700 páginas de um enredo que gravitam no pulsar de uma mensagem forjada em 1945, timbraram um dia com classe, investigação e projeção da região. A santidade da Santa de Vilar Chão- Alfândega da Fé vista com um véu criativo de enredos. A não perder. Também nele, o Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior foi selado com agradecimentos. No mesmo dia, a apresentação da Revista nº 3, Cephis, Centro de Estudos e Promoção da Investigação Histórica e Social de Trás-os-Montes e Alto Douro em homenagem ao Visconde de Vila Maior. Promete pela qualidade dos investigadores.
Na sexta-feira, sem a passadeira vermelha merecida, mas com aplausos calorosos de gáudio, satisfação e irreverência, o grupo de Teatro “ Alma de Ferro” apresentou um replay das peças apresentadas nos seus cinco anos de existência. Um sucesso a não perder rumo. Que o timoneiro não se deixe enganar e que beba inspiração suficiente para nos continuar a brindar.
Mas na quinta-feira, no Verão Total, programa emitido pela RTP, a oportunidade de Torre de Moncorvo brilhar ao país e ao mundo foi o esperado, fruto da escolha para desfilar na passadeira vermelha. Há uma situação que não posso deixar de partilhar. A promoção de dois arquitetos para a difícil tarefa de historiadores do concelho, não foi por acaso. De um deles aprendi que “…a alcáçova que tinha dois torreões que, entretanto, foram destruídos com o advento do automóvel…”. Do outro, nada aprendi. O repórter era mais sabedor e superou-o no Museu de Arte Sacra. Ainda, do primeiro, soube que, para visitar em Torre de Moncorvo, só “… há o Museu do Ferro, a Oficina Vinária, que é um museu particular, e o Posto de Turismo…". Esse historiador não conhece a história do concelho e muito menos os lugares de interesse cultural. Então, ele não sabe que o único espaço licenciado pela Câmara Municipal é o Núcleo Museológico a Fotografia do Douro Superior, com Alvará de Licença de Utilização, aprovado por Despacho de 22 de Junho de 2009, com assinatura do Eng. Aires Ferreira? Pois, que eu saiba, nenhum dos referidos tem qualquer Alvará, salvo erro de informação, para os fins culturais tão apreciados pelo historiador, principalmente os particulares. No desfile, há que dar os parabéns ao dr. Nelson Rebando porque foi o mais categorizado do evento.
 Só faltou, sem qualquer charme apelativo do historiador, para visitar o nosso Castelo, indicar as ruas em alcatrão, casas e palacetes a ruir, contentores do lixo a beijar a capela do Sagrado Coração de Jesus, ruínas cobertas de silvas…Mas esqueceu-se do Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior, e de forma propositada. É que, como pretende “construir um museu na rua da alcáçova”, ( ninguém conhece essa rua) tem, obrigatoriamente, que pedir ao proprietário do Núcleo Museológico o maior acervo da região de peças em faiança a partir do séc. XVI, cerca de 6000, e de muitos milhares de cerâmica comum.  Se tal não acontecer, será um espaço órfão de rigor e temeroso na investigação.
E que ninguém se perturbe com a minha leitura. Esta é a minha! Inquieta-me a falta de competência e as fintas aos historiadores do concelho. E, neste domínio, temos Nelson Rebanda, António Júlio Andrade; Maria João Moita; Carlos Seixas; Adília Fernandes; Carlos Abreu; Adriano Vasco Rodrigues;…

 Arnaldo Silva

PASTA O
 Adélia da Conceição Freire-
 Moncorvo-1458
 Acácio António Fevereiro - Felgueiras-1459;Adélia da Conceição Freire - Moncorvo-1458
Agostinho Alves - Moncorvo-1439;Alcino Alves-C-F-Moncorvo-1436
Alexandrina Garcia - Moncorvo-1452;António Alves - C.F-1432;António...Cabral – Mós - 1431
Arminda da Conceição-Pocinho-1428;Carlos Pissarra - C.F.1446;David Serapicos - Moncorvo-1468
Francelina do Céu Fonseca - Moncorvo-1457;Ilda Pereira da Costa - Carviçais-1426
Isolinda do Rosário Teixeira - C. Ferro-1453;José António Cordeiro - Moncorvo-1429
José augusto Teixeira - Variz-1465;José Cardoso - C.F. -1430;Manuel Abreu -cigano-1443
Manuel António Cordeiro - Lousa-1435;Manuel António Ferreira -  Castedo -1456
Manuel António Gonçalves - castedo-1454;Manuel António Marcos - Felgar-1425
Manuel Joaquim T...- Lousa-1467
Manuel António Pereira - Vilar Chão-1447;Manuel António Pinto-Fiscal-1441
Manuel António Trigo - Castedo-1466;Manuel Augusto Teixeira - Freixo-1454
Manuel D`Almeida - C.F. 1438;Manuel Joaquim Alves - Maçores-1440
Manuel Joaquim Gonçalves - Cantoneiro-1453;Manuel Joaquim T...- Lousa-1467
Manuel José Mesquita - Lousa-1423;Marcolino Feliz - Cabeça Boa - 1462
Maria Arminda - criada do Barreira - Cabanas-1442;Maria Augusta Campos - Moncorvo-1433
Maria Celeste Canadas - Cardanha-1432;Maria da Conceição Pires - Felgar-1448
Maria da Conceição Salgado - Moncorvo-2-1434;Maria da Conceição – Felgar -1434
Maria de S. José Alves -1441;Maria de São José Feliz - Felgueiras-1461
Maria Guilhermina de Matos - Felgueiras-1455;Maria Judite Mateus – Adeganha -1424
Naír Morgado – Cardanha -1422;Teresa Gil – Moncorvo -1451
Vitor Campos - Moncorvo-1427;
Zulmira das Dores Fernandes - Pocinho-1460

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O ZÉ LEITINHO,por Júlia de Guarda Ribeiro (Júlia Biló)

Representação do Grupo Alma de Ferro.
Foto de António Teixeira
Não sei se alguém em Moncorvo se lembrará ainda do Zé Leitinho, José Leite de seu nome oficial.
Magrinho, de altura mediana, pele macilenta, cabelo preto liso, risco ao meio e empastado de brilhantina para se manter fixo no seu devido lugar. Sempre vestido de fato preto, lustroso de tão coçado, pastinha preta debaixo do braço.
Creio que era funcionário menor da Câmara, talvez cobrador.
Também lhe calhava ir à Corredoura. Então aí, à roda do Zé Leitinho, juntavam-se as meninas da Corredoura que, ao tempo, eram as filhas da Sra. Camila Miranda, da Sra. Rosalina Mesquita, a Menina Alcina, jovem esposa do Sr.Todu, a Menina Gininha Galo (já não muito jovem) , as filhas da Sra. Delmina Terceira, a Menina Natalina, a Menina Idalina e ... não sei se me esqueci de mais alguma. Depois a roda alargava-se com mais algumas mulheres e , obviamente, a canalhada não podia faltar.
Nesta última faixa encontrava-me eu. Furávamos entre as pernas das pessoas (já uma pequena multidão) para chegarmos à frente e não perder pitada.
As filhas da Sra. Rosalina e da Sra. Camila pediam, suplicavam ao Zé Leitinho que lhes cantasse o “Passarinho da Ribeira”. E insistiam : “A sua voz é maravilhosa” , “Canta que nem um rouxinol” . “ Não , não canto. Por favor, não peçam mais” . “Se for preciso, peço-lhe de joelhos” . E uma mais atrevida pôs logo os joelhos em terra e, de mãos postas : “ Por favor, cante. Não nos faça sofrer mais “ .
E o Zé Leitinho atrapalhado - até o cabelo começava a fugir do seu arrumadinho lugar - queria sair dali, mas a roda apertava-se à sua volta.
Finalmente cedia em cantar “Só uma. Só uma e mais nada”. Fazia-se silêncio e o Zé Leitinho esticava o pescoço, pigarreava, olhava para o céu, fechava então os olhos e soltava a sua voz : “Passaaaarinho da Ribeira / Não seeeejas meu inimiiiiigo ... “ Aqui começava uma das Meninas a ficar sem forças, encostando-se a outra e mais outra que começava a desmaiar... e o Zé Leitinho, embebido na canção que existia na sua cabeça e não sabendo que a desafinação era completa, continuava “...Empreeeeesta-me as tuas aaaasas / Deixaaaaa-me ir voaaaaar contiiiigo...” Por esta altura, tinha de abrir os olhos , porque os “ais” das Meninas eram já muitos e os desmaios tantos que algumas iam a correr buscar água para deitar na testa das que haviam desmaiado e estavam nos braços de outras que fingiam chorar .
A aflição estampava-se na cara do Zé Leitinho que, em lágrimas verdadeiras, dizia confuso: “ Eu não queria cantar. Eu sei que a minha voz provoca este efeito nas jovens. Oh, Deus me valha! “ Lá conseguia que lhe abrissem o cerco e, tirando o lencinho branco que espreitava do pequeno bolso do casaco, fugia limpando a testa e a cara.
As Meninas em desmaio recuperavam de imediato e as lágrimas que agora lhes assomavam aos olhos eram das gargalhadas que o Zé Leitinho já não ouvia.
Eu era muito pequenita e até sentia pena do Zé Leitinho . Mas tenho de confessar que nunca ouvi voz tão desafinada. E mais, em alguém que não tinha a mais leve ideia da sua desafinação.
 Por: Júlia de  Guarda Ribeiro (Júlia Biló)


ALFÂNDEGA DA FÉ - Alguns números

FONTES: Pordata e INE (Censos 2011).