quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

TORRE DE MONCORVO - PRIMAVERA MARCELISTA (AGOSTO/69)

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4 comentários:

  1. Diz quem o conheceu que era boa pessoa e só aceitou o cargo por amor à terra e para manter a tradição da família .Avô e o pai já tinham sido presidentes. Disse que Moncorvo tinha marcado passo nos últimos 50 anos(li num recorte que foi colocado aqui).Era a primavera marcelista a acreditar numa evolução na continuidade. Veiga Simão criou a escola industrial ,comercial e liceal de Torre de Moncorvo e agora fecham escolas ,hospitais...Mas do que gostei mais foi na descrição dos presentes e dos cargos.

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  2. Não sei como decorreu a Primavera Marcelista em Moncorvo. Estava longe, na altura.
    Mas sei que a "Primavera Marcelista" foi a Primavera imaginada pelos Portugueses. Houve - desejámos que houvesse - um sopro de Liberdade; mas a guerra colonial continuou, a pide continuou; não vimos os presos políticos sairem das prisões, nem os exilados políticos regressarem ao seu país. Houve, de facto, algumas melhorias no campo da Educação: pessoas como Rogério Fernandes, Salvado Sampaio, Rui Grácio, Avelãs Nunes, entre outros, puderam fazer palestras em várias Escolas Industriais e Liceus. Também é de referir a chamada “Ala Liberal” na Assembleia da República.
    Por exemplo, eu, que fora expulsa do ensino oficial 5 anos antes - apenas e tão só por o meu marido ser hóspede ocasional da pide - eu pude entrar no estágio pedagógico (só havia então 3 Liceus ditos "Normais" no país, nos quais se processava o nosso estágio), ao abrigo do discurso da tomada de posse de Veiga Simão como Ministro da Educação: "Serão chamadas todas as pessoas competentes, independentemente da sua ideologia política ou do seu credo religioso". (Citei de cor).
    Porém, não chegou a ser uma Primavera; o Inverno continuou. Tivemos uma Primavera de cravos em 25 de Abril de 1974, mas que está também a descambar em Inverno rigorosíssimo em que andamos todos a tiritar.

    Júlia

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  3. Ressalvo: a Assembleia da República chamava-se então Assembleia Nacional. Como é óbvio, não podia ser "da República".

    Júlia

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  4. Pelos vistos ainda não é possível escrever a história do Estado Novo em Torre de Moncorvo. Uma simples nota de um jornal levanta reacções assim antagónicas! Na verdade eu até estou de acordo com os dois comentários anteriores. Por acaso, a "Primavera Marcelista em Moncorvo" até marcou a minha estreia em termos de jornalismo pois que no dia da tomada de posse do sr. Emílio Andrês eu recebi o cartão de correspondente do "Mensageiro de Bragança" entregue pessoalmente pelo director, pe Sampaio. Dirão que eu era alinahdo com o regime?!... E se apresentasse provas do contrário? Isso faria de mim um homem diferente, em termos polítcos?... Recordo-me que, muitos anos depois, ao final de um dia de trabalho na Biblioteca, fui até ao café "O Pingo" beber um copo com o sr. Adriano Emílio Fernandes. E, não sei como, eu falei da PIDE e... ele não dizia nada. Antes meteu a mão ao bolso e, com ar solene, passou-me uns papéis para a mão... Era o processo que a PIDE lhe tinha levantado... E lançou-me um desafio:- Será que nos ficheiros da PIDE há outros processos instaurados a gente de Moncorvo?... Eu não sabia nem sei responder. Quem souber!... Ajudará a fazer a história do Estado Novo em Torre de Moncorvo. J. Andrade

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